Pedro Oliveira

Sisal baiano poderá ser usado na produção de tequila e combustível

Projeto explora o potencial da Agave (sisal) como fonte de biomassa


O corte do sisal, na Bahia

Será lançado nesta quinta-feira (13 de abril), em Conceição do Coité, pela Shell Brasil e o Senai Cimatec, a nova fase do programa Brave (Brazilian Agave Development Desenvolvimento da Agave Brasil), visando explorar o potencial da Agave (sisal) como fonte de biomassa para a produção de etanol, biogás, tequila e outros produtos.

O evento marcará, também, o lançamento do Senai Cimatec Sertão. O novo campus tem como objetivo o desenvolvimento de tecnologias para impulsionar o avanço social, econômico e ambiental do semiárido baiano.

A nova etapa do Brave prevê duas frentes de atuação: os projetos Brave-Mec e Brave-Ind.

O primeiro tem como foco o desenvolvimento de soluções de mecanização para o plantio e colheita da Agave, além de desenvolver um campo experimental de testes, visando promover o cultivo e manejo de diferentes Agave, como, por exemplo, a Agave sisalana, utilizada para produção de sisal, e a Agave tequilana, usada para tequila, bebida alcoólica originária do México.

Já o Brave-Ind. vai desenvolver tecnologias de processamento do agave (sisal) para produzir etanol através das folhas e bagaço da planta, e outros produtos renováveis.

Os dois projetos somam-se ao Brave-Bio, projeto de pesquisa financiado pela Shell em parceria com a Unicamp, iniciado em novembro de 2022. Segundo o ex-diretor da Apaeb Valente, Ismael Ferreira de Oliveira, atualmente a planta produzida na Bahia é basicamente utilizada na produção de cordas, tapetes, fios e peças decorativas, “embora o sisal tem muitas utilidades, ampliando a função econômica para os produtores”.

“Acreditamos que essa nova fonte de energia deva provocar uma revolução no sertão baiano e trazer riqueza para comunidades vulneráveis. Esse projeto nos enche de alegria, não só pelo desafio tecnológico, mas pelo impacto social que pode ter para o Nordeste”, declarou Leone Andrade, Diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec. 

“É empolgante ver o nosso sertão se tornar um grande foco de pesquisa para um projeto de vanguarda, que busca solucionar uma questão de relevância global. Estaremos acompanhando de perto a evolução do programa, colocando a gestão municipal de Tucano disponível para colaborar com seu desenvolvimento”, afirmou Ricardo Maia, prefeito de Tucano.

Para o evento, foram convidados: O vice-governador em exercício Geraldo Junior, Rodolfo Sabóia, diretor-geral da ANP;  Flavio Ofugi Rodrigues, vice-presidente de Relações Corporativas da Shell Brasil; Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil; Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil; Ricardo Alban, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB); Antônio José de Almeida Meirelles, reitor da Unicamp e Leone Andrade, diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec