O bloco As Muquiranas desfilou nesse sábado (18 de fevereiro), terceiro dia do carnaval 2023 em Salvador, no circuito Osmar, ao som do Pagod'art.
A banda, comandada pelo cantor Flavinho, agitou os foliões, que desfilaram com um look rosa que se destacou na Avenida. Tendo como tema 'As doutoras da alegria', o grupo homenageou os profissionais de saúde no primeiro Carnaval após a pandemia da Covid-19.
Folião do bloco há 20 anos, o analista de sistemas Fabio Roberto, de 42 anos, não escondia a ansiedade em poder desfilar novamente, após dois anos sem Carnaval.
"Foi massacrante, e só o fato de lembrar que, no horário em que estava em casa eu poderia estar na Avenida, nas Muquiranas, no Carnaval, foi angustiante. Eu chorei. A expectativa hoje é altíssima, dois anos de espera e todo mundo querendo voltar. Que seja em paz e parcimônia, que seja um lindo desfile", disse, na concentração.
O publicitário Pedro Sampaio, de 31 anos, desfila no bloco há 14 anos e também estava ansioso pelo desfile. "Foi uma saudade grande, aquela expectativa ano após ano de poder sair novamente, mas hoje espero que seja um Carnaval legal, de paz, e que volte a nossa tradição e que não aconteça mais nada que nos impeça de nos divertir. O primeiro dia é o de maior expectativa, ainda mais quando chega nos gradis da Sulacap, é bom demais", afirmou.
Aos 16 anos, o jovem Gabriel Maia, desfila pela primeira vez no bloco. Ele, que teve uma das pernas amputadas após um osteossarcoma aos seis anos, não escondia a animação. "Estou ansioso esperando por esse dia. Foram dois anos sem Carnaval, aí chegou a hora, vamos curtir. Vou pular atrás do trio devagarinho, alternando com o carro de apoio, mas estou muito animado", declarou.
O bloco volta a desfilar na segunda-feira (20) e na terça-feira (21) também no Circuito Osmar, sob o comando do Psirico e Parangolé.
Donas do Som
Uma das novidades deste Carnaval 2023 é o palco Donas do Som, na Praça Castro Alves, onde apenas artistas mulheres comandam o espaço até este domingo (19).
No sábado, as cantoras Nêssa, Evylin, Melly e Karol Conká deram o ritmo.
Nêssa ressaltou a importância de dar sempre espaço às mulheres na música.
A estudante Sabrina Santos, de 21 anos, ressaltou que o palco é "necessário para enfrentar o machismo e a violência".
O instrumentista Ângelo Amorim, de 32 anos, pediu a continuidade do projeto para o próximo ano. "Muito bonito, tanto o palco quanto o visual desse lugar, com esse pôr do sol", disse.]
"Tudo encaixou muito bem. Em 2024, com certeza, estará em meus planos curtir o Carnaval neste palco", continuou Amorim.
Neste domingo, último dia do espaço, a partir das 18h, as artistas Illy, Anelis Assumpção, Larissa Luz e Raquel Reis comandarão a festa.
Ao som da sanfona
A passarela Nelson Maleiro, no circuito Osmar (Campo Grande), foi tomada pela energia do forró com a passagem do cantor e compositor Targino Gondim na tarde do sábado.
Para aquecer o público e iniciar o desfile, ele cantou o seu sucesso "Pra Se Aninhar", acompanhando a canção com a sanfona e fazendo com que os foliões fizessem um bonito arrastapé.
No trio pipoca, o cantor puxou ainda sucessos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a exemplo de “A Vida do Viajante” e fez um dueto com o cantor Alexandre Leão.
As soteropolitanas e irmãs Nara e Leila Cabral se declararam fãs do cantor e vibraram muito no início do desfile do artista.
“Eu acho maravilhosa essas misturas do Carnaval. A festa de Salvador sempre traz novidades e ter Targino Gondim aqui é uma delícia. Eu amo o Carnaval, venho curtir outros dias, mas fiz questão hoje de curtir atrás do trio dele porque ele é bom demais”, disse Nara.