Cinema

Itaú Cultural Play estreia filmes premiados do Festival É Tudo Verdade

E indica três obras para assistir sobre o Carnaval no Nordeste 

Foto: Itau Cultural Play
Dona Dora a Mística do Boi

Plataforma de streaming gratuita reforça sua parceria com o mais importante festival latino-americano dedicado ao documentário. Cinco filmes, vencedores no festival entre 1998 e 2009, ficam disponíveis no catálogo. Programação conta ainda com obras sobre a festa mais popular do país. Duas histórias homenageiam artistas baianos e mais uma que conta como surgiu o famoso bloco de rua Boi Rubro Negro, em Pernambuco. 

A partir do dia 17 de fevereiro (sexta-feira), a Itaú Cultural Play estreia em seu catálogo documentários premiados no Festival É Tudo Verdade. Destaque para O prisioneiro da grade de ferro: autorretratos (2003), eleito pela crítica como um dos principais documentários brasileiros de todos os tempos, e Aboio (2005), exibido no ano de seu lançamento no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).   

A plataforma indica também três filmes que têm como destaque a festa mais popular do Brasil. São eles, as produções baianas Jaime Sodré e o carnaval negro da Bahia, produção da TVE Bahia, e Riachão, o retrato fiel da Bahia, da cineasta Carolina Canguçu, além do curta-metragem pernambucano Dona Dóra. A mística do boi, de Adalberto de Oliveira.  

Com mais de 500 títulos disponíveis de todas as regiões do Brasil, gratuitamente, a plataforma voltada com exclusividade para o audiovisual brasileiro, pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.br ou pelo App nos dispositivos móveis Android e IOS.  

É tudo verdade 

A Itaú Cultural reforça sua parceria com o É Tudo Verdade, o mais importante festival latino-americano dedicado ao documentário, criado em 1996 por Amir Labaki. A nova atualização da plataforma, que já exibe curtas vencedores do festival entre os anos de 2011 a 2020, reúne mais cinco obras premiadas nas edições de 1998 a 2009. 

Premiado na categoria melhor longa-metragem na edição de 2007, Elevado 3.5 destaca um dos cenários preferidos dos paulistanos na atualidade, o Minhocão. Com direção de Maíra Santi Bühler, Paulo Pastoren, João Sodré, filme mostra que os 3,5 km de extensão da via expressa, do centro de São Paulo, guardam casas, lojas, habitantes, passantes e memórias de um tempo que precede sua construção.  

O documentário Cidadão Boilesen (2009), de Chaim Litewski, mergulha no período mais truculento da ditatura militar no país. Eleito o melhor filme na edição de 2009 do festival, a obra destaca a história do empresário dinamarquês Henning Boilesen, que atua como um dos financiadores da repressão à luta armada e da tortura de presos políticos. Sua história traz à tona a relação entre o empresariado brasileiro e os militares no poder. 

Eleito o melhor filme na edição de 2005, Aboio, de Marília Rocha, mostra que, nas regiões da caatinga do Brasil, os vaqueiros guiam a boiada com um canto tradicional cada vez mais raro: o aboio. Suas vozes atravessam os caminhos semiáridos, entoando sobre tempo e sobre as vidas que habitam a paisagem sertaneja. A paisagem, a terra e a luz do sertão se tornam tão protagonistas quanto eles próprios. 

Com direção de Carlos Cortez, Geraldo Filme – Crioulo cantando samba era coisa feia (1998) revela a história e obra de grandes compositores que conviveram com este  compositor pioneiro do samba. Mais do que traçar um perfil sobre o artista, o documentário, eleito melhor filme em 1998,  faz um percurso sobre a história do samba e da cultura negra na cidade de São Paulo, dos antigos cordões carnavalescos até as atuais escolas de samba.  

Para concluir a seleção, O prisioneiro da grade de ferro: autorretratos (2003), de Paulo Sacramento, eleito o melhor filme em 2003 e considerado um dos mais importantes documentários pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE). Em um debate sobre a realidade do sistema penitenciário do país, os prisioneiros são os efetivos protagonistas neste documentário sobre as circunstâncias de viver no Carandiru, o maior presídio da América Latina.  

Folia  

Para entrar na onda da festa mais popular do país, a plataforma indica três filmes, já disponíveis no catálogo, que têm o carnaval como tema principal de suas histórias. 

Lançado em 2021, Jaime Sodré e o carnaval negro da Bahia é uma homenagem ao historiador, professor e compositor baiano que dá nome ao filme, morto em 2020. Durante mais de 10 anos, ele foi comentarista da transmissão do carnaval da TVE Bahia, emissora de televisão brasileira sediada em Salvador. Também lutou arduamente contra o preconceito racial e em defesa da cultura negra e das religiões de matriz africana.  

Riachão, o retrato fiel da Bahia, também de 2021, é um documentário de Carolina Canguçu com imagens de arquivo da cidade de Salvador, shows e depoimentos de Clementino Rodrigues, conhecido como Riachão, e de seus amigos. Fiel ao espírito do personagem em destaque, recheado de graça e samba, o filme faz um retrato de corpo e alma do célebre artista baiano. 

Para fechar a lista, o curta-metragem Dona Dóra. A mística do boi (2021). Realizado pelo diretor Adalberto Oliveira traz uma série de entrevistas e cenas captadas durante o carnaval de Camaragibe em um registro da beleza do Boi Rubro Negro. Trata-se de uma brincadeira de rua, criada na década de 1960, que segue animando o espaço público da cidade pernambucana entre saberes tradicionais e a fé da comunidade.  

Ele reforça, também, o amor do povo por Dona Dóra, fundadora do bloco, e o envolvimento de todos na produção da festa, a exemplo do trabalho voluntário das costureiras que tecem as roupas dos brincantes.  

Itaú Cultural Play 

Em www.itauculturalplay.com.br  

Jaime Sodré e o carnaval negro da Bahia (2021)
Produção da TVE Bahia 

Duração: 27 minutos 

Classificação indicativa: ALivre 

Riachão, o Retrato Fiel da Bahia (2021)
De Carolina Canguçu
Duração: 58 minutos
Classificação indicativa: A12 (drogas lícitas, linguagem imprópria e conteúdo sexual) 

Dona Dóra. A mística do boi (2021) 

De Adalberto Oliveira
Duração: 12 min 

Classificação indicativa: ALivre  

É TUDO VERDADE – LONGAS PREMIADOS 

Disponível a partir de 17 de fevereiro (sexta-feira) 

Geraldo Filme - Crioulo cantando samba era coisa feia (1998)  

De Carlos Cortez  

Duração: 53 minutos  

Classificação indicativa: Livre  

O prisioneiro da grade de ferro: autorretratos (2003)
De Paulo Sacramento  

Duração: 123 minutos  

Classificação indicativa: 16 anos (violência e consumo de drogas)  

Aboio (2005)  

De Marília Rocha  

Duração: 73 minutos
Classificação indicativa: Livre  

Elevado 3.5 (2007)  

De Maíra Santi Bühler, Paulo Pastoren, João Sodré
Duração: 75 minutos  

Classificação indicativa: 10 anos (drogas lícitas e descrição de drogas ilícitas)  

Cidadão Boilesen (2009)  

De Chaim Litewski  

Duração: 92 minutos  

Classificação indicativa: 12 anos (tortura e linguagem chula)