Cinema

Façam suas apostas para o Oscar!

Bruno Passos analisa os filmes que concorrem

Foto: Divulgação
Oscar 2023

12 de março de 2023 teremos a cerimônia que mais movimenta a indústria do cinema mundial. Às 19:00 se iniciam as transmissões do Oscar 2023 e muita gente ainda curte acompanhar. Mesmo que a audiência da cerimônia venha caindo, não deixa de ser uma noite de celebração ao bom cinema e às estrelas que ainda brilham em Hollywood.

Ano passado aconteceram duas coisas que vez por outra marca o evento: A primeira foi um filme médio levar a estatueta de melhor filme (alguém aí lembra quem foi o ganhador? “No Ritmo do Coração”, disponível no HBO Max ... duvido alguém lembrar de um filme até bonitinho, inclusivo e importante para a comunidade dos deficientes auditivos, mas muito esquecível) e a segunda foi um “barraco” (eu duvido que alguém tenha esquecido da bofetada que Will Smith deu na cara de Chris Rock).

Vamos torcer que nesse ano o Oscar fique na memoria por bons filmes e boas atuações, porque temos opções para isso. Porém, antes de comentar os indicados, importante lembrar dos “barrados no baile”, aquela turma que foi esnobada. De imediato, me vem à cabeça RRR (disponível na Netflix), “farra” cinematográfica indiana que arrebatou muita gente e deveria ter a sua posição na categoria melhor filme ou, pelo menos, melhor filme internacional, mas ficou só com a indicação (merecida) de melhor canção por “Naatu Naatu”; outra que só vai para a festa para se divertir é Viola Davis, seu trabalho em “Mulher Rei” (disponível para locação) não foi lembrado para a categoria de melhor atriz.

Dos indicados o meu favorito é Top Gun Maverick (disponível no Paramount Plus). Pelo filme que é espetacular, claro, mas porque eu gostaria muito de ver essa “revolução” na academia, já que se trata de um filme de ação e é difícil uma produção assim levar a estatueta. Significaria um olhar mais amplo.

Top Gun tem um roteiro bem simples (diferente de um roteiro ruim) e isso já poderia desqualificá-lo como o melhor filme do ano, mas os outros elementos são espetaculares: Fotografia, som, edição, música .... E não é a toa que está indicados em quase todas essas categorias. É um filme tecnicamente perfeito, mas não só isso, tem também coração e muita emoção. Então fica aqui o meu preferido.

Dentro dessa categoria de melhor filme, ainda temos mais dois representantes do cinema de ação, ou “filme pipoca”, que são “Avatar 2” e “Pantera Negra – Wakanda Forever” (disponível no Disney Plus) que, apesar de igualmente grandiosos, não chegam nos pés do filme com Tom Cruise. Esses filmes maiores, de grande bilheteria, aparecem mais frequentemente nas indicações da academia desde que dobraram o número de indicados (de 5 para 10, em uma das tentativas de atrair mais público).

Mas, na minha opinião, e pelo critério de votação (lembram? Cada votante faz uma relação de preferência, do melhor para o pior, e são distribuídos pesos para cada um, que pode prejudicar filmes “divisivos”) quem está mais na frente é o simples, edificante, bonitinho e com cheiro de Óscar: Os Fabelmas. Que conta a história de um jovem garoto que descobre a paixão por fazer filmes e a sua jornada rumo a esse sonho e, no meio disso, o relacionamento de seus pais. Ora, é uma homenagem ao cinema, uma grande carta de amor à arte de fazer filmes com o coração, independentemente dos recursos, além de um drama familiar. É tudo que os membros da academia gostam, mas não deixa de ser um filme “morno”, mesmo dirigido e co-roteirizado de forma autobiográfica pelo maioral Steven Spielberg.

Quem vem levando muitas premiações na temporada é o alucinante “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” e vem sendo bem cotado para levar o prêmio máximo no domingo. Merecedor ele é e seria, também, uma premiação corajosa, porque não se trata de um filme fácil, mas vamos lembrar que esse tabu já foi quebrado algumas vezes, inclusive com o maravilhoso “Parasita”. Outro muito queridos pelos críticos é “Os Banshees de Inisherin”, sobre o término de uma amizade e todos os simbolismo que isso carrega.

O angustiante “Nada de Novo no Front” (disponível na Netflix), esse aqui mostra a guerra sem firulas, sem momentos de redenção, sem patriotismo, apenas a falta de propósito das mortes de tantos jovens. “Elvis” (disponível na HBO max) , que dispensa apresentações e que tem como maior trunfo a atuação mediúnica de Austin Butler (indicado na categoria Melhor Ator, claro).

“Tar”, que fez todo mundo correr no google para saber quem era a tal Lydia Tar, de tão crível quer parecia a história, mas é uma cinebiografia de uma pessoa que nunca existiu. O que importa é que é um filmaço e Cate Blanchet domina, como sempre. “Triangulo da Tristeza” é uma crítica nada sutil (nada sutil mesmo) ao estilo de vida vazio e de aparências da elite financeira. “Entre Mulheres” finaliza a lista, mulheres de um grupo isolado não conseguem mais suportar os danos causados pelos homens e decidem agir a respeito.

A cerimônia acontece nesse domingo, no canal TNT ou pelo streaming HBO max, a cerimônia será transmitida, com apresentação de Jimmy Kimmel. Vamos continuar torcendo cada vez mais por bons filmes serem reconhecidos e divulgados.