Com obras de requalificação executadas em maio do ano passado a um custo superior a R$2,5 milhões aos cofres da prefeitura de Conceição do Coité, a Avenida Luís Eduardo Magalhães já sofreu três operações tapa-buracos desde então, devido a qualidade das obras. Nestes oito meses, a via de 1.500 metros de extensão, é considerada uma das principais da cidade. O novo asfalto aplicado em cima da antiga base, sem tratamento, tem estourado constantemente e por conta disso, sofreu até ontem, 5 de fevereiro, 172 remendos.
Por causa desse processo de degradação, a via tem sido motivo de chacota por parte da população que chama a obra de "asfalto pipoca (estoura fácil), colcha de retalhos, taboa de pirulito, asfalto sonrisal", entre outros por conta de sua fragilidade e do excesso de remendos executados nesses oito meses. Na administração anterior, a avenida foi abandonada e os buracos eram chamados de "companheiros", numa alusão ao ex-governo local.
A primeira intervenção na pista aconteceu no mês de junho, 30 dias depois do piso da avenida ter sido totalmente recuperado. Nessa data, o asfalto recebeu 73 remendos. Os problemas voltaram a se repetir pela segunda vez no mês de agosto, com mais 37 reparos em um trecho de 700 metros. Nessa terceira etapa de manutenção da LEM, iniciada na semana passada, a via que ganha novo nome “colcha de retalho”, recebe mais 62 intervenções em um quilometro, totalizando 172 remendos.
A reforma do asfalto da LEM iniciada às pressas no domingo 24 de abril de 2022, teve como objetivo, abafar o escândalo chamado por parte da população de "fábrica de multas de trânsito" que vinha sendo realizada "de forma vergonhosa" na cidade, segundo alguns. O que deveria representar uma obra visualmente bela pela sua arquitetura, segundo populares, as obras da avenida Luiz Eduardo Magalhães vêm sendo ofuscada pela má qualidade dos serviços feitos.
Segundo populares, a revitalização do logradouro foi mal projetada, pois acabou estreitando a pista em que só passa um veículo por vez, deixando o local sem estacionamento, o que tem tirado o sossego dos motoristas, comerciantes e moradores. A ciclovia também não tem sido utilizada como deveria, por conta da via ser muito estreita, o que coloca a segurança dos ciclistas em perigo.
Engenheira e prefeito falam
Procurada pela reportagem no último dia 30, a engenheira da empresa responsável pela realização da reforma da avenida, disse que se desligou do caso e não deu maiores informações sobre o assunto. No ano passado a engenheira comentou por telefone, que a empresa cumpriu tudo que foi acordado em planilha. Em entrevista concedida no último dia 11, o prefeito Marcelo Araújo (União Brasil), disse que a reforma da Luís Eduardo Magalhães, tem garantia de cinco anos e o município ainda deve a empresa, cerca de R$ 600 a 700 mil. A via com 1,5 km de extensão, conta com pista de cooper, ciclovia, iluminação em led e arborização central com palmeiras imperiais. Para o gestor, a modernização da Luís Eduardo Magalhães, transformou a avenida em uma das mais bonitas do Brasil.
Mesmo reconhecendo que não existem recursos ilimitados para fazer todas as demandas que o município necessita, Marcelo disse que todo gestor tem que ser inteligente ao saber priorizar no que investir, mas não descarta a realização de grandes festas, com elevados gastos, como é o caso do Natal Luz, Coité Folia, Expo Coité, Circuito Gonzagão e o fracassado Festival de Inverno. “Os eventos não são desnecessários e indiretamente eles acabam movimentando o comércio de nossa cidade e gerar emprego e renda a nossa população, sobretudo para a classe mais jovem que tanto necessita. Essa é uma estratégia de nosso governo e nós vamos seguir nessa estratégia por que os resultados estão aí”, finaliza o gestor.