A revisão de freios, pneus, macacos e outros itens mais “à vista” do motorista já é uma prática comum. No entanto, há outros componentes que podem prejudicar o bom funcionamento do veículo e servem de indicadores sobre as condições internas do motor.
“A parte visível do carro é sempre lembrada na hora da manutenção, mas as partes mecânicas não são tão perceptíveis e isso pode se tornar um impeditivo”, explica Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK, multinacional japonesa especialista em velas e cabos de ignição.
Segundo o especialista, é indispensável fazer uma checagem completa com um mecânico de confiança ao menos uma vez por ano.
A NGK elaborou uma lista com as principais recomendações do que não pode faltar na revisão de férias.
1 - Fique atento à qualidade do combustível
Os postos nas estradas são uma comodidade para os motoristas, porém o ideal é sempre abastecer o veículo em postos de confiança. O combustível de baixa qualidade pode causar inconvenientes no longo prazo, mesmo que seja apenas para completar o tanque.
“O combustível deve ser analisado com cuidado. Ao abastecer no posto habitual, caso o veículo apresente algum problema, você pode identificar a causa mais facilmente. O efeito do combustível é cumulativo e pode não ser causado pela última parada”, alerta Mori.
2 - Verifique os componentes do sistema de ignição
De fundamental importância para o funcionamento do motor, os componentes do sistema de ignição devem ser priorizados durante a revisão, a ser realizada de acordo com o manual do veículo - a cada 10 mil quilômetros ou anualmente.
“Quando desgastados, velas, cabos e bobinas podem causar sérios contratempos, sobretudo na estrada, como aumento do consumo de combustível, dificuldade na partida e na retomada de velocidade, perda de desempenho e instabilidade em marcha lenta”, relaciona Mori.
Assim, a orientação é começar a checagem do sistema a partir da vela de ignição, a única peça localizada no interior da câmara de combustão que é de fácil remoção. “Uma simples análise visual da peça permite identificar o estado do motor, principalmente em relação a eventual uso de combustível de má qualidade, infiltração de óleo e fluido de arrefecimento na câmara de combustão”, explica o consultor.
3 - Escolha bem a oficina
Busque pelas referências da oficina que fará a revisão e não decida apenas pelo preço ou proximidade. “Houve uma mudança no relacionamento com as oficinas, tanto que hoje muitos clientes fazem a sua escolha com base em depoimentos nas redes sociais e na internet. Caso seja preciso optar por um novo mecânico, essas impressões podem ser uma referência”, pontua Hiromori.
É importante prestar atenção nos itens revisados na oficina. Confira se todos os componentes foram devidamente analisados. Se necessário, faça uma lista e cheque com o mecânico: sistema de freio; rodas; funcionamento do motor; nível do óleo e de outros fluidos; bateria; e injeção. Lembre-se de que alguns problemas podem ser silenciosos.
4 - Prefira a revisão preventiva
Além de causar riscos para o motorista e os passageiros a bordo, ocorrências repentinas no veículo trazem gastos inesperados e, muitas vezes, evitáveis. Com a revisão completa e periódica é possível se programar melhor para manter a saúde do seu carro em dia.
“O ideal é que a manutenção seja sempre preventiva. A necessidade de manutenção corretiva, quando já existe algo errado, pode significar que o veículo foi negligenciado e, muitas vezes, resulta em um gasto maior para o reparo”, avisa o especialista.
Outros componentes do veículo exigem atenção redobrada:
5 - Pneus: verifique se estão em condições ideais de uso, observando o TWI (Tread Wear Indicator), que indica o desgaste da banda de rodagem, e se estão calibrados com a pressão indicada pelo fabricante.
Fazer o alinhamento e balanceamento das rodas do veículo na frequência correta ajuda a evitar desgastes excessivos e a estender a vida útil dos pneus. Verifique também a validade dos pneus por meio do código DOT, que determina a data de fabricação do pneu.
6 - Sistema de freio: cheque o fluido de freio, responsável pela eficiência da frenagem e que absorve água do meio ambiente e deve ser substituído conforme orientação da montadora, assim como a situação dos flexíveis (mangueiras), que não podem estar ressecados ou ter vazamentos, e o estado de desgaste das pastilhas, lonas, discos e tambores de freio.
7 - Sistema de arrefecimento: troque, no período indicado, o líquido de arrefecimento, que é imprescindível para a refrigeração do motor. Esse fluido é composto de um aditivo, que previne a oxidação do sistema, melhora o ponto de ebulição do fluido e congelamento.
Existem fluidos prontos para uso e os concentrados, que devem ser diluídos em água desmineralizada.
Evite completar com água de torneira que contamina o sistema e gera agressões químicas ao sistema.
Verifique o nível de fluido no radiador e reservatório de expansão e observe a temperatura do motor no painel.
8 - Nível de óleo: confira o nível do óleo do motor, que é responsável pela lubrificação do motor, e os filtros de ar, óleo e combustível. Se o período de troca estiver próximo, o ideal é fazer a substituição antes mesmo de viajar.
9 - Sistema elétrico: examine o estado da bateria, confira se os faróis, piscas e luzes de ré e seta, que são essenciais para uma direção segura, estão funcionando corretamente e substitua as lâmpadas que estiverem queimadas. Assim, o motorista evita de uma vez só acidentes e transtornos com as autoridades de trânsito por serem itens obrigatórios.
A 123Seguros tem outras dicas:
Pesquise sobre o trajeto e o valor dos pedágios
É essencial que você saiba sobre o caminho que irá percorrer. Aplicativos de GPS ajudam sim durante o trajeto, entretanto, algumas localidades não possuem conexão à internet e eles acabam não sendo tão precisos.
Antes de pegar o carro, pesquise no Google quais as condições das estradas e qual o melhor caminho. Outro ponto importante é avaliar o valor gasto durante a viagem. Faça uma cotação dos pedágios que irá passar e já deixe o dinheiro separado.
Quanto tempo irá durar a viagem?
Irá percorrer uma longa distância até seu destino final? Que tal fazer paradas ou dividir a direção com outro motorista? Para a segurança de todos que estão no carro, a pessoa que está no volante precisa estar disposta.
Se a viagem durar mais um dia, é recomendável parar em algum hotel para descansar. Se o trajeto for mais curto, a dica é fazer paradas para esticar as pernas, tomar um café ou ir ao banheiro.
Fique atento ao combustível
Não espere para se preocupar com o tanque na estrada. Dependendo do trajeto, você irá passar horas sem encontrar um posto de combustível. Por isso, se planeje e encha o tanque antes de sair da sua cidade, ficando sempre atento ao nível que está mostrando no painel.
Não extrapole na bagagem
Diferentemente de aviões e ônibus, nos quais há um limite de bagagem por pessoa, os carros não possuem uma quantidade máxima de pertences. Entretanto, é preciso ficar atento: as malas e os passageiros precisam estar acomodados com segurança.
Leve apenas o que for necessário e couber no porta-malas ou bagageiro.
Não esqueça da documentação
Na lista “o que fazer antes de viajar”, não se esqueça de incluir a documentação, tanto do carro como do motorista. Há diversos itens que passam pela nossa cabeça antes de pegar a estrada, mas não podemos nos esquecer dos documentos.
Prepare um “kit viagem”
Em épocas de férias coletivas, costumam acontecer muitos congestionamentos. Por isso, é essencial estar preparado para aguentar a viagem. Deixe um kit disponível ao seu alcance, incluindo água, petiscos e remédios.
Fique atento à sinalização
Para evitar acidentes ou multas que possam interromper suas férias, fique atento à sinalização das estradas. Radares e limite de velocidade são colocados para manter a segurança dos motoristas e passageiros.
Outro ponto de atenção é que os acostamentos não são vias e devem ser utilizados apenas para necessidades.
Como transportar crianças e animais de estimação
Se a criança tiver menos de 7 anos, ela precisa estar no banco traseiro e possuir uma cadeirinha própria no veículo. Depois dessa idade, não há necessidade do uso da cadeirinha, mas, até os 10 anos, a criança não pode estar no banco da frente.
Para os animais de estimação, não é recomendável colocá-los no colo. Cães e gatos devem estar de peitoral e guia adaptadas ou caixas específicas de transporte individuais que estejam fixadas ao veículo.
Seu seguro está em dia?
Apesar de estar com a documentação em mãos, o carro revisado e a condução ser o mais cuidadosa possível, imprevistos podem sempre acontecer. Por isso, é importante ter um contrato com uma seguradora. A empresa irá ajudar em muitos desses perrengues que possam acontecer durante a viagem como carro quebrado, acidentes e falta de gasolina.