Saúde

Médico mostra como recuperar a perda de libido ou o apetite sexual

Tratamentos como a reposição hormonal podem ser indicados

Foto: Pixabay | Creative Commons
A partir dos 40 anos a pessoa já pode ter uma deficiência hormonal

De acordo com especialistas, em alguns casos, a perda da libido ou falta de desejo sexual pode estar relacionada ao déficit hormonal. O ginecologista e diretor geral da Clínica Elsimar Coutinho, o médico Luiz Carlos Calmon, aponta que a terapia de reposição hormonal pode ser importante e necessária neste processo.

Segundo o especialista, a terapia de reposição hormonal varia conforme o caso, e a prescrição do tratamento com hormônios deve ser individualizada. “Em alguns casos, podem ser indicados o estrogênio, a testosterona, a gestrinona ou o estradiol, mas isso varia. Em geral, a terapia de reposição hormonal é um tratamento que consiste na utilização dos hormônios que param de ser produzidos pelos ovários daquela determinada mulher”, explica.

De acordo com o ginecologista, o tratamento pode apresentar diversas vantagens, como a melhora dos sintomas climatéricos, diminuição das ondas de calor e do risco de câncer de colorretal, aumento da libido e o aumento da lubrificação vaginal.

Entre os hormônios que podem ser indicados para a reposição, estão a gestrinona e a testosterona. Se a gestrinona inibe a ovulação, por outro lado ela estimula a ação de outro hormônio, a testosterona, que embora seja reconhecida como um hormônio “masculino”, também é produzida pelas mulheres e tem importância fundamental para a saúde feminina.

“A queda nos níveis de testosterona atrapalha a memória, o humor, interfere na massa muscular, na massa óssea e até na saúde do coração. Por esse motivo, a reposição tem sido tão importante no tratamento de outros sintomas da menopausa. Como a testosterona sofre uma queda juntamente com os outros hormônios, esse declínio potencializa diversos sintomas”, acrescenta Dr. Luiz.

Dependendo do tipo de tratamento, pode haver, sim, um aumento do desejo sexual da paciente, segundo o especialista. “Em muitos casos isso ocorre devido ao aumento da autoestima feminina combinado à melhora da lubrificação vaginal - isso porque, na ausência do estrogênio, a área costuma ficar ressecada, causando muito desconforto durante as relações sexuais.”

Já o estradiol é um hormônio produzido, principalmente, nas células granulosas dos tecidos ovarianos. As mulheres com deficiência desse hormônio tornam-se suscetíveis ao aumento de risco de incontáveis desequilíbrios e doenças. “Além disso é um hormônio que também pode ocasionar a perda da lubrificação vaginal e da libido, além de uma piora na qualidade do sono”, completa.

O envelhecimento exige maior atenção médica, também quando se fala de hormônios. O médico Luiz Carlos Calmon desta que, a partir dos 40 anos, a pessoa já pode ter uma deficiência hormonal que influencie no seu dia a dia em vários aspectos.

“Embora, no caso das mulheres, ainda seja possível ter um ovário competente, porém será a década em que ele mostrará sinais de deficiências (não apenas ele como outras glândulas, como as adrenais, a tireoide). Então, a partir dessa idade, os exames anuais são importantes, para avaliar a parte física dos órgãos, como o exame de laboratório que pode sinalizar a deficiência de algum desses hormônios.”

Implantes

Segundo o especialista, os implantes são uma das mais recentes tecnologias utilizadas neste tratamento, mas devem ser prescritos e administrados com cautela.

Ele explica que o tratamento com implantes hormonais é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis.

Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de uma substância hormonal pura, que pode ser estradiol, testosterona bioidêntica ou progestínico.

Após o processo de implantação, o hormônio é liberado gradativamente na corrente sanguínea, de maneira segura e com dosagem personalizada, por um período de seis meses a um ano.