Comportamento

Pesquisa mostra que brasileiros são os que mais desconfiam dos outros

De 30 países que participaram do estudo, o Brasil ficou com o menor índice de confiança interpessoal

Foto: Pixaabay | Creative Commons
Apenas 11% dos brasileiros responderam que a maioria das pessoas no país é confiável

Dados de uma nova pesquisa da Ipsos mostram que os brasileiros são os que menos confiam uns nos outros. O estudo levantou informações de 30 países e questionou sobre a confiabilidade das pessoas. Apenas 11% dos brasileiros responderam que a maioria das pessoas no país é confiável, nível bem abaixo da média global, de 30%. 

No ranking mundial, China e Índia são as nações que aparecem no topo no quesito confiança. Nestes países, 56% acreditam que a maioria das pessoas pode ser confiável. Na outra ponta, além do Brasil (11%), Malásia (13%) e Turquia (14%) são as nações em que a população mais desconfia das pessoas.

Confiança aumenta com renda?

Na maioria dos países, pessoas com rendas média e alta tendem a confiar mais nas outras. Na média global, 32% dos mais ricos responderam positivamente, frente a 30% da classe média e 26% nas camadas mais pobres.

No Brasil o cenário é inverso. Embora o índice de confiança geral seja mais baixo, são os brasileiros mais pobres que aparecem no topo. Nesta camada, 16% acreditam que as pessoas são confiáveis. Na classe média, somente 10% e na classe mais rica 11%.

Líderes confiam mais

Tanto em nível global quanto no recorte brasileiro, pessoas que assumem cargos de liderança confiam mais nas outras. Neste recorte, a média global é de 38% de confiança por parte dos líderes, frente a 27% daqueles que não são.

No Brasil, 18% das pessoas que assumem essas funções afirmam que a maioria das pessoas são confiáveis. Já para pessoas de cargos inferiores, apenas 8% responderam de forma positiva mostrando uma diferença de dez pontos percentuais.

Escolaridade

De maneira geral, pessoas com educação superior confiam mais nas outras. Na média de todos os países o índice de confiança é de 35% em quem tem educação universitária, 28% nos que possuem ensino médio e 26% em pessoas com baixa escolaridade.

Já os brasileiros com ensino superior mostram um índice de confiança de 13%, frente a 10% daqueles com ensino médio e 11% de quem tem baixa escolaridade.

Homens confiam mais

Assim como na maioria dos países, no Brasil os homens tendem a confiar mais em outras pessoas que as brasileiras. O índice de confiança entre as pessoas do gênero masculino é 14%, frente a apenas 8% das do gênero feminino. A média global neste recorte ficou de 32% de confiança entre os homens e 27% entre as mulheres.

No mundo são os mais velhos que confiam mais nas pessoas. A média global de confiabilidade entre pessoas entre 35 e 49 anos é de 29%. Já as que estão acima dos 50 anos, 33%. Entre os mais jovens, abaixo dos 35 anos, somente 28% mostram confiança nos outros.

No Brasil o cenário é um pouco diferente. Se apenas 8% dos jovens dizem confiar nas pessoas, são as pessoas entre 35 e 49 anos que mais confiam nos outros, com 14%. Somente 10% dos que estão acima dos 50 anos acham os outros confiáveis.

A pesquisa foi realizada entre 18 de fevereiro e 4 de março de 2022. Foram entrevistadas 22.534 pessoas, sendo aproximadamente 1.000 brasileiros com idades entre 16 e 74 anos. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Além do Brasil, integram a pesquisa: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Singapura, Suécia e Turquia.