Imóveis

Juros altos levam compradores a negociar direto com construtoras

O financiamento imobiliário no Brasil chegou a R$ 255 bilhões em 2021

Foto: LEIAMAISba
A pandemia impulsionou o mercado imobiliário de alto padrão

Com as subidas da Taxa Selic, que atingiu o maior patamar desde 2017, chegando a dois dígitos - 10,75%, as transações realizadas diretamente com as construtoras ganham força no mercado imobiliário. 

O financiamento imobiliário no Brasil chegou a R$ 255 bilhões em 2021, um recorde na série histórica da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Segundo o presidente da entidade, as cifras devem continuar crescendo em 2022, uma vez que setor continua perseguindo uma diversificação das fontes de recurso.

Na negociação de imóveis novos, a alta foi de 98% em comparação com 2020, contra 66% de crescimento na compra de imóveis usados mesmo período. Os dados reforçam o movimento no mercado catarinense e a ampliação de crédito com negociação direta com as construtoras.

Para especialistas do setor, antes de contratar um financiamento é importante observar as condições do mercado imobiliário e identificar as melhores oportunidades. “A partir da análise das tendências, podemos indicar caminhos sem turbulência”, afirma Antonio Carlos Oliveira, diretor-executivo da ACT Assessoria para Crédito Imobiliário.  

É bastante comum, segundo ele, que as famílias busquem o momento ideal para fazer o financiamento. “Orientamos os nossos clientes a observarem algumas variáveis que ajudam a decidir. O fato de ser um compromisso de longo prazo, por exemplo, exige adequação ao momento de vida. É importante observar, ainda, se as prestações estão bem ajustadas ao orçamento familiar”, explica o especialista.

Outra dúvida recorrente diz respeito à taxa de juros. Aqui, é importante saber que existem taxas de juros do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) pré-fixadas (com indexador da Taxa Referencial por exemplo). Elas são garantidas durante todo o financiamento com a contratação do crédito imobiliário, mas os bancos tendem a subí-las para novas contratações com o aumento da taxa Selic. “

Fazemos as simulações para que o nosso cliente possa sentir-se totalmente seguro ao contratar o financiamento de forma ágil, desburocratizada e com as melhores taxas e opções do SBPE”, assinala Antonio Carlos Oliveira.

Segundo o economista Guilherme Alano, o financiamento direto com o vendedor, no caso de imóvel, com a construtora e incorporadora, pode ser vantajoso para o consumidor, diante da alternativa de financiamento através de uma instituição financeira terceira, como um banco.

'As principais vantagens são a facilidade na aprovação do crédito, que tem ficado mais restrito na maioria das instituições financeiras pela crise econômica provocada pelo coronavírus e subida dos níveis de inadimplência. Entretanto, o principal diferencial que vai determinar qual é o caminho mais vantajoso, vai ser o custo efetivo da operação. Ele envolve majoritariamente os juros do financiamento, mas também outros custos escondidos, como taxa de abertura de conta, seguros obrigatórios entre outros', aponta.

A projeção do mercado para a inflação de 2022 está atualmente em 5,38%. Já para a taxa básica de juros, a expetativa de que a Selic termine o ano em 11,75% ao ano, o que embute ao menos mais uma alta.

Alto padrão

A busca por mais conforto e qualidade de vida durante o isolamento social e as baixas taxas de juros praticadas no país impulsionaram o mercado imobiliário de alto padrão, que apresentou um crescimento significativo nos últimos meses. Segundo dados divulgados pela Abrainc - Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, o segmento residencial de médio e alto padrão (MAP) registrou um crescimento de 266,7% no terceiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020

As perspectivas do setor para os próximos anos são animadoras. Segundo estudo da Euromonitor Internacional, a estimativa é que até 2023 o segmento tenha alta de mais de 20% no Brasil. Esse crescimento significa recuperar o posto de maior mercado de luxo da América Latina.

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou, nesta terça-feira (1º), dados que contribuem para manter o otimismo do setor.

Ao somar as projeções acerca do desempenho dos financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do FGTS, a estimativa é de expansão de 2% no volume de crédito habitacional em 2022, em comparação com o ano passado. Em 2021, o volume chegou ao total de R$ 205,4 bilhões.