Helô Sampaio

Faltou festa e sobrou fé em Salvador no dia de Iemanjá

Há coisa mais bonita do que sair correndo pelas praias de Salvador, observando o mar, a nuance das cores, os diversos tons de azul-verde e o efeito do brilho do sol nas águas? Ah! E também sentar na areia, olhar para o céu, prestar atenção e tentar desvendar os engraçados desenhos que as nuvens traçam?

Eu tenho a impressão que Deus fica lá de cima se divertindo e bolando imagens diversas com as nuvens. É cada desenho engraçado e diferente... o Pai Celestial é bastante criativo.

Nã-não, meu lindinho,eu não estou sem ter o que fazer, não, meu belo. Eu só penso que a gente tem que dedicar um tempinho para apreciar a Natureza, já que nos foi dado o privilégio de poder parar um pouco e apreciar as maravilhas que este ‘mundo velho de meu Deus’ nos oferece. E que, normalmente, a maioria das pessoas nem levanta os olhos para observar.

Levante agora, meu amorzinho, vá até a porta e olhe para o céu. Veja o que nosso ‘pai velho’ traçando, quais os desenhos que Ele está fazendo para passar o tempo lá em cima. E vai ver que sai cada coisa criativa, cada imagem maravilhosa. É só abrir a mente.

Chegamos no mês da festa da Rainha do Mar, que deve ter ficado feliz com as muitas homenagens que recebeu, mesmo sem a presença do povo nas suas águas. Foi uma grande festa apesar dessa pandemia, que está quase acabando com as nossas tradições. Mas o povo deu um jeito de levar muitas flores e água de cheiro para deixar Iemanjá mais cheirosa, linda e maravilhosa.

Parece que foi ontem que eu participei da lavagem, curtindo no largo do Rio Vermelho, tomando ‘todas’ e saboreando a feijoada de Jorginho – que já ‘viajou’ para os braços de Iemanjá. Ainda lembro da minha amiga-irmã Ivete Monteiro, toda de branco e com um mundo de flores na mão, acompanhando o cortejo até a praia onde os barquinhos recebiam os presentes para levar para ela em alto mar. É sempre uma festa linda demais! 

Este ano as homenagens foram controladas, o povo não pôde entrar nas águas para agradar nossa diva. Mas ela sabe o quanto a amamos. Eu não fui ao Rio Vermelho fisicamente mas o meu pensamento não abandonou Iemanjá um minuto.

E não foi pela falta da cerveja e da grande farra que fazíamos lá no larguinho, não, mente impura, foi saudade de rever os amigos, a vontade de sentir todo o axé, toda a força e poder da rainha do mar.

Amo esta festa. ‘Paroano’ vou estar lá, com muito amor pela nossa rainha. Tintim, digo, Odoiá!

Estou aqui, com os cotovelos na mesa, já pensando em como vai ser o Carnaval este ano, sem as festas de rua, sem o mundo de gente pulando atrás do trio. Vai ser outra vez mofando dentro de casa, esperando o Momo chegar ou rezando para passar logo a agonia.

Crendeuspadre! Sai pra lá, pandemia dos infernos, vai embora e larga meu povo em paz. Nunca pensei que a Bahia viveria um momento desse. Sai pra lá. 

Se me falassem tempos atrás que poderia acontecer uma tragédia dessa no mundo, eu ia mandar o cara ‘se catar’, que isso não seria possível, pois os doutores, os cientistas logo iriam achar um remédio, uma solução para o caso. Qual o quê! Estamos aqui, vivendo um momento de terror antes nunca visto.

É coisa de fim de mundo mesmo. Se um cara der um espirro, sai todo mundo correndo do local. Mas nós vamos vencer essa ‘coisa ruim’, nós vamos continuar a ter vida com qualidade, saúde e alegria, pois Deus nos protege.

E protege mesmo, meu gostosinho. Tanto que, estava eu prestes a ligar para a minha querida amiga Elíbia Portela para pegar uma receita deliciosa para lhe deixar dengoso e docinho, quando descobri esta receita que ela me mandou tempos atrás. Um pudim de lamber os dedos. Vamos lá, fofucha, aventais a postos que dona Elíbia manda agora. Esse pudim vai deixar o nosso amorzinho babando. Vamos nessa!

Pudim de Tapioca

Ingredientes:

-- Uma xícara (chá) de farinha de tapioca
-- 50g de coco ralado
-- 4 xícaras (chá) de leite
-- Um vidro de leite de coco (200ml)
-- Uma lata de leite condensado
-- 5 ovos bem batidos
-- Uma colher (sopa) de margarina.

Modo de preparar:

1 - Colocar a tapioca e o coco ralado no leite, misturar bem e deixar descansar por 20 minutos;

2 - Bater os ingredientes restantes no liquidificador e misturar com a tapioca. Despejar o creme em uma forma de pudim, previamente caramelizada;

3 - Assar em banho-maeria, no forno médio pré-aquecido (180º) por cerca de 50 minutos.

4 - Desenformar depois de frio.

Saborear com o amorzinho. Ah! Bote uma colherzinha com o pudim na boquinha desse seu bem-querer, e irá receber muitos beijinhos e xerinhos no cangote, com o amorzinho fazendo todos seus gostos, vai ver.

Ah! mais uma coisinha: não me preocupo muito com receitas porque você sabe, não é, bonitinha, que se dermos a mesma receita a várias pessoaS, teremos produtos variados. Cada mão é um tempero.

Vá saborear o pudim com o seu neguinho amadinho. Depois vai ter festa.