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Como cuidar da transmissão automática de seu carro

Mais de 53% dos modelos produzidos no país já têm transmissão sem o pedal da embreagem

Foto: Pixabay | Creative Commons
O componente é mais complexo do que o modelo manual

A transmissão automática não exige a troca das marchas por meio de uma alavanca, uma vez que utiliza um conjunto de engrenagens planetárias, onde uma única peça trabalha aliada a um conversor de torque, componente responsável por acoplar o motor à caixa de transmissão, fazendo o mesmo papel da embreagem, no caso dos câmbios manuais.

De acordo com o engenheiro e coordenador dos cursos de Engenharia da Faculdade Unime, Mateus Eça, no Brasil os modelos mais comuns são os automatizados, CVT (Transmissão Continuamente Variável) e automático tradicional.

“Nos câmbios automatizados, há um sistema eletrônico que aciona a embreagem e depois analisa a velocidade de rotação do veículo, fazendo com que a troca de velocidade ocorra através de sensores hidráulicos. É como se um robô atuasse nesta função. Já o CVT, conta com uma estrutura de correia e polia, parece uma motocicleta sem marcha. Na verdade, o CVT não possui seleção de velocidade. Por este motivo possui respostas mais rápidas, se comparado a outros sistemas”, esclarece Mateus.

O modelo mais em alta do mercado é o automático de dupla embreagem. Diferente do automático tradicional, ele usa duas embreagens. Ou seja, um disco de embreagem maior aciona as marchas pares e a marcha à ré, enquanto o outro menor fica responsável pelas ímpares. Com isso, enquanto uma marcha está engatada, a próxima já está pronta para entrar em ação. Maior velocidade nas trocas se comparado com o automático convencional.

“Podemos dizer que todas as marchas possuem vantagens e desvantagens. Algumas ficaram mais famosas por serem adotadas por determinados modelos de veículos e outras já nem tanto, mas os cuidados são muito semelhantes”, diz o coordenador.

Para não cair em enrascada com o seu automóvel automático, o engenheiro recomenda 5 passos:

1. Fique atento sobre a troca do lubrificante. Verifique no máximo a cada 30 mil km rodados (com fluido mineral) e, para os sintéticos, até 50 mil km. Se o lubrificante já estiver escuro, é sinal de contaminação e de que já perdeu suas propriedades.

2. Carro automático não morre. Suspeite se ele estiver parecendo estar fora do ponto ou transmitindo trepidações.

3. Veja se o líquido de arrefecimento do motor ou o nível da água do radiador está em ordem, pois além de refrigerar o motor ele também é responsável por manter a temperatura do fluido da transmissão automática. Se o motor entrar em aquecimento, o câmbio também superaquece e tem os seus componentes avariados.

4. Lembre-se: quase todas as transmissões automáticas contam com um filtro ou uma tela. É muito importante que ela seja lavada ou trocada quando se substitui o fluido da transmissão.

5. Por fim, os mesmos cuidados indicados para os modelos manuais, também se aplicam aos automáticos. Tentar arrancar a toda a hora, usando o pé esquerdo para frear e o direito para acelerar ao mesmo tempo faz o conjunto trabalhar muito quente. Deixar a transmissão atuar suavemente aumenta a vida útil de todo o sistema.