Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3 de dezembro) indicou que 6% dos adultos italianos, o que representa por volta de 3 milhões de pessoas, afirmam que a Covid-19 não existe.
Os dados estão presentes no 55º relatório do Centro de Estudos e Investimentos Sociais (Censis), instituto de pesquisas socioeconômicas que produz estatísticas anuais a respeito da percepção dos italianos sobre a sociedade.
O total de contágios já diagnosticados no país subiu para 5.060.430, enquanto o de óbitos chegou a 134.003. Em virtude da alta dos casos de Covid-19, o governo já abriu a terceira dose da vacina para todos os adultos.
"Ao lado da maioria racional e sábia, uma onda de irracionalidade se infiltrou nos tecidos sociais. As expectativas subjetivas são traídas e provocam a fuga para pensamentos fantasiosos. O irracional que se manifesta em nossa sociedade não é simplesmente uma distorção ligada à pandemia, mas tem profundas raízes socioeconômicas que devemos reconhecer", diz o Censis, acrescentando que para 10,9% dos italianos a vacina anti-Covid é "inútil".
Ainda em relação aos imunizantes, o levantamento mostrou que a vacina não passa de um medicamento experimental para 31,4% da população. Já 12,7% dos italianos acreditam que a ciência faz mais mal do que bem.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Itália possui mais de 84,5% do público-alvo (pessoas a partir de 12 anos) totalmente vacinado. Além disso, entre 6 de dezembro e 15 de janeiro, indivíduos que não tenham se imunizado nem se curado recentemente da doença não poderão entrar em áreas cobertas de bares e restaurantes, casas noturnas, shows e eventos esportivos.
Já um relatório do Instituto Superior de Saúde (ISS) da Itália apontou que o índice de internação por coronavírus Sars-CoV-2 em UTIs é 12 vezes maior entre não vacinados do que entre aqueles que se imunizaram contra a Covid-19.
Casos crescem na Itália
A Itália registrou nessa quinta-feira (2) mais 16.806 casos e 72 mortes na pandemia de Covid-19, de acordo com boletim do Ministério da Saúde.
Com isso, o total de contágios já diagnosticados no país subiu para 5.060.430, enquanto o de óbitos chegou a 134.003. O número de casos desta quinta é o maior para um único dia na Itália desde 15 de abril, quando houve 16.974 infecções.
A média móvel de contágios em sete dias completou um mês de crescimento ininterrupto e atingiu 13.161, alta de 58% na comparação com duas semanas atrás, enquanto a de mortes se manteve em 74, cifra 24% maior do que há 14 dias.
A Itália também soma mais de 4,7 milhões de curados e 208.871 casos ativos, maior valor desde 2 de junho (210.050). Até o momento, 84,6% do público-alvo (pessoas a partir de 12 anos) está totalmente vacinado, porém mais de 6 milhões de indivíduos aptos a se imunizar não tomaram sequer a primeira dose.
Devido à alta dos casos, o governo italiano já abriu a terceira dose para todos os adultos e, a partir de segunda-feira (6), vai proibir não vacinados e pessoas que não tenham se curado recentemente de entrar em áreas cobertas de bares e restaurantes, museus e eventos esportivos.