As doenças cardiocasculares tiram dois milhões de vidas a cada ano, na região, segundo a Opas-Organização Pan-Americana da Saúde
Globalmente, mais pessoas morrem a cada ano de doenças cardiovasculares - principalmente doenças isquêmicas do coração e acidentes vasculares cerebrais (AVC) - do que por qualquer outra causa. Mais de três quartos dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda, onde os casos continuam aumentando.
Na América Latina e no Caribe, a hipertensão é uma condição muito comum que causa doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais e os dados da Opas mostram que muitos (28% das mulheres e 43% dos homens) não sabem que são afetados.
O risco de doenças cardíacas e AVC é aumentado por dietas não saudáveis, especialmente aquelas com alto teor de sal, gordura e açúcares, e baixos níveis de atividade física. O uso do tabaco também é um dos principais fatores de risco, contribuindo com cerca de 10% de todas as mortes por doenças cardiovasculares.
Para aqueles que vivem com doenças cardiovasculares, a pandemia de Covid-19 apresentou uma causa urgente de preocupação. Pessoas com problemas de saúde pré-existente, incluindo doenças cardíacas e AVC, correm maior risco de desenvolver formas graves da Covid-19 e morte. Por esse motivo, muitos até evitam procurar atendimento de saúde de rotina e de emergência, que podem salvar vidas.
O Dia Mundial do Coração é comemorado todos os anos em 29 de setembro para chamar a atenção para a necessidade urgente de aumentar a prevenção e o controle da hipertensão. O tema deste ano - “Use Heart to Connect” - destaca a necessidade de encontrar maneiras novas e inovadoras de conectar as pessoas à saúde cardíaca, aproveitando o poder da saúde digital para melhorar a conscientização, prevenção e gestão das doenças cardiovasculares.
O braço regional da Iniciativa Global Hearts, da Organização Mundial da Saúde, é liderado pelos Ministérios da Saúde nas Américas e apoiado pela Opas, e busca promover a adoção das melhores práticas globais na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, inclusive por meio de um melhor controle da hipertensão e iniciativas de prevenção na atenção primária à saúde.
Evidências de 16 países da região que participam da Iniciativa Hearts nas Américas demonstraram que os programas de hipertensão podem ser implementados de maneira eficiente e econômica no nível de atenção primária, o que acabará resultando em níveis reduzidos de doenças cardíacas e AVC.
O Chile, que foi um dos primeiros países a aderir à Iniciativa Hearts, foi capaz de identificar aqueles com maior risco de doença cardíaca no nível de atenção primária e garantir intervenções personalizadas e oportunas que ajudaram a reduzir as taxas gerais de hipertensão no país.
Como parte da Iniciativa Heartsnas Américas, a Opas, com o apoio dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), também desenvolveu o aplicativo Calculadora de Risco de Doenças Cardiovasculares, que permite aos usuários estimar seu risco e obter conselhos sobre como fazer escolhas de estilo de vida mais saudáveis.