Bahia / Ciência

Baiana inventa embalagens plásticas comestíveis

Ela criou um tipo de plástico descartável comestível que pode diminuir a quantidade de lixo

Foto: Kat Nogueira

A ideia dela, que trabalha como autônoma, é avançar na pesquisa com o apoio de empresas parceiras do meio ambiente.

O cuidado com o meio ambiente tem sido pauta ao longo dos anos na sociedade atual. O debate é diário para que as pessoas se conscientizem sobre o que pode acontecer, caso algumas das nossas espécies e elementos da natureza entrem em extinção causada pelo descarte incorreto do produto.

Pensando em um futuro próspero e saudável para o seu filho, a baiana Kat Nogueira inventou um tipo de plástico descartável comestível que pode diminuir a quantidade de lixo que é produzida pelos habitantes do planeta. Só no Brasil, são cerca de 11 milhões de toneladas de lixo plástico ao ano.

O projeto da inventora de 37 anos, nascida na cidade de Feira de Santana, começou há dois anos. Ela afirma que sempre foi muito estudiosa e gostava “dessas coisas da natureza”, o que despertou o interesse pelo tema, estimulando mais pesquisas a respeito. "Desde criança, sempre gostei de roça e, quando virei mãe, vi a necessidade de reduzir esses materiais no meio ambiente.

Em 2014, fiz gestão ambiental e com os avanços da tecnologia sobre as novas embalagens feitas de várias plantas, resolvi estudar o assunto e veio a ideia de fazer uma produção com as pancs", disse, explicando que as pancs, ou plantas não convencionais, são utilizadas para fazer embalagens de plástico descartáveis e plásticos filmes.

A dedicação aos estudos ganhou força após o surgimento de novas embalagens sustentáveis.

“Fazendo algumas anotações, percebi que o custo da produção ainda é muito alto. Então a minha ideia é que seja um produto mais barato. Além disso, a outra motivação que tive foi quando comecei a prestar serviços em uma cooperativa de resíduos sólidos. Percebi que um dos grandes problemas do mundo são os plásticos, porém ele não chega a ser o grande vilão, mas sim o modo como é descartado”, destacou.

Entusiasmada com o projeto, Kat acredita que há pouco investimento nessa área e que as grandes empresas acabam não olhando muito para esse tipo de invenção. Segundo ela, o diferencial de todas as outras invenções já existentes no mercado é que, por ser feito de plantas não convencionais, os plásticos podem ser comestíveis e até mesmo impermeáveis. “Ele se degrada em pouco tempo e, como é feito de maneira caseira, costumo não usar muita água para produzir”, disse. Já o tipo de plástico filme inventado por ela sequer existe outro similar.

“Fiz o plástico filme a partir de um produto industrial vencido e que seria descartado. Quando vi a oportunidade, percebi que poderia utilizá-lo para a produção desse material”, concluiu. O projeto de Kat chegou a vencer dois editais ligados às áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação.

A ideia dela, que trabalha como autônoma, é avançar na pesquisa com o apoio de empresas parceiras do meio ambiente.

“Meu objetivo é levar adiante para empresas que realmente tenham interesse em diminuir a produção e consumo de embalagens plásticas, substituindo-as pelas ecológicas e realmente orgânicas sem danos ao meio ambiente. Isso fortalece o cooperativismo e incentiva um consumo mais sustentável. Estou em fase final da produção dos plásticos e espero contar com parceiros que possam auxiliar nesse projeto inovador que pode ser um grande ganho para o mundo e o meio ambiente” projetou.