Mais de 140 milhões de menores perderam o primeiro dia de aula, este ano, devido à pandemia em todo o mundo.
Uma análise do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, chama a atenção para os problemas causados ??pelo fechamento prolongado de instituições de ensino, especialmente para alunos em estágios de desenvolvimento considerados críticos.
Sofrimento
A publicação revela que muitas crianças sentirão o efeito da situação em áreas além do aprendizado. Desgaste mental, perda de vacinação e alto risco de abandono escolar são algumas das consequências.
Quanto maior o adiamento para a estreia escolar, menor a probabilidade de ingressarem no sistema educacional por ficarem mais expostos à violência e práticas como trabalho e casamento infantis.
O Unicef diz que mesmo com ampliação do ensino a distância, pelo menos 29% dos alunos do ensino fundamental não foram alcançados.
A agência apela os governos a reabrir escolas o mais rápido possível para a aprendizagem no formato presencial.
Escolas fechadas
No ano passado, uma média de 79 dias de ensino foram perdidos no mundo devido ao fechamento das escolas. Para cerca de 168 milhões, as escolas ficaram fechadas durante 2020 inteiro.
Vários deles estão no segundo ano consecutivo de ausência num período em se “estabelecem os fundamentos para o futuro aprendizado, com introduções à leitura, escrita e matemática”.
Fora dos bancos escolares, a criança sofre uma “perda da independência, da capacidade de se adaptar a novas rotinas e de desenvolver relacionamentos significativos com professores e alunos”.
Bem-estar
O estudo recomenda que docentes identifiquem e abordem atrasos de aprendizagem, além de problemas de saúde mental e abusos que podem afetar negativamente o bem-estar infantil.
A diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, conta que o primeiro dia de aula é um momento marcante na vida de uma criança, iniciando-a em um caminho de mudança de vida de aprendizado e crescimento pessoal.
Para Fore, mesmo que as aulas estejam sendo retomadas em muitas partes do mundo, milhões de alunos da primeira série ainda aguardam para ver o interior de uma sala de aula há mais de um ano.
Outros milhões podem não ter a oportunidade durante este ano letivo. Para os mais vulneráveis, aumenta o risco de “nunca entrarem em uma sala de aula na vida”.