Saúde

14 dicas de amamentação para as mães de primeira viagem

O bebê amamentado tem menor risco de desenvolver doenças alérgicas

Foto: Pixabay/Creative Commons
O leite materno proporciona proteção contra infecções e alergias

O leite materno pode ser considerado um fluido biológico dinâmico que atende todas as necessidades dos bebês até o sexto mês de vida e continua tendo um papel nutritivo e imunoprotetor até o desmame.

Ele proporciona proteção contra infecções e alergias, estimula o desenvolvimento do sistema imunológico e auxilia no processo de evolução do sistema digestório e neurológico. 

Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros tanto para mães quanto para os bebês. A amamentação faz com que o sangramento pós-parto da mãe diminua, acelera sua perda de peso, reduz riscos de câncer de mama, ovário e endométrio, e protege contra doenças cardiovasculares.

O bebê amamentado tem menor risco de desenvolver doenças alérgicas na infância, como asma e dermatite atópica e reduz as chances de doenças como otite e pneumonia. Além de prevenir a criança contra doenças futuras como obesidade e diabetes.

Para auxiliar as mamães nessa nova prática e garantir um aleitamento materno bem-sucedido, a pediatra Denise Katz reuniu 6 dicas:

1. O momento da amamentação deve ser tranquilo e calmo para que os bebês não fiquem agitados. Sente em um lugar confortável, apoiando braços e costas, e posicione a almofada de amamentação de forma adequada.

2. A posição mais comum e assertiva é o bebê de frente para a mãe, com a cabeça na altura do mamilo, encostando barriga com barriga. A criança já nasce com reflexos que facilitam a mamada, a mãe deve usar o bico do seio para abrir a boca e afastar a língua do bebê.

3. Para a primeira amamentação, aproxime o bebê do seu corpo assim que possível, posicione-o, coloque o polegar logo acima da aréola e os outros dedos e toda a palma da mão debaixo da mama; o polegar e o indicador devem formar a letra C, permitindo que o bebê abocanhe o mamilo e boa parte da aréola.

4. Se a pega do peito está doendo, algo pode estar errado, os lábios da criança devem estar voltados para fora, o nariz livre, o queixo tocando o seio e os olhos voltados para a mãe. Quando a pega não está correta pode machucar o seio e provocar rachaduras e sangramentos.

5. Para que o bebê consiga mamar bem é importante que suas vias aéreas estejam livres de mucos e secreções, assim, não é exagero dizer que a higienização nasal é recomendada a desde o nascimento.

6. Apesar de ser um momento de conexão entre a mãe e o bebê, a amamentação pode ser um grande desafio, por isso não evite em pedir ajuda de um especialista e de buscar apoio em pessoas queridas.

“A alimentação saudável possibilita o crescimento e desenvolvimento ideal para a criança, garantindo o funcionamento dos órgãos, sistemas e aparelhos que atuam na prevenção de doenças futuras. Por falta de informação, diversas mulheres não amamentam seus filhos o tempo que gostariam, e isso causa grande desconforto em um dos momentos mais importantes na maternidade. Complicações potencialmente evitáveis no aleitamento materno podem ocorrer com frequência, e isso não deve afetar o vínculo poderoso que existe entre a mãe e o filho”, sinaliza a especialista.

A Fundação Abrinq separou algumas dicas para otimizar a alimentação e nutrição do bebê e garantir também o conforto para a mãe a cada mamada:

7. Aprenda a posicionar o bebê para mamar - Alinhar o corpo do bebê próximo ao da mãe e manter o corpo e a cabeça do bebê alinhados são ações fundamentais para garantir uma boa amamentação. As posições devem ser avaliadas constantemente a cada mamada.

8. Saiba qual é a “pega” correta - Com a boca bem aberta, lábios inferior e superior virados para fora e o queixo tocando a mama, o bebê deve abocanhar a maior parte da aréola e não somente o bico do seio.

9. Não exagere na limpeza das mamas durante o banho - Não é recomendado usar sabonete e outros produtos para lavar os mamilos, pois podem eliminar o óleo natural da pele responsável pela proteção e hidratação dos mamilos. No entanto, é fundamental, higienizar as mamas com água durante o banho para evitar a candidíase mamária e outras infecções.

10. Não marque horário para dar de mamar - A amamentação deve ser feita em livre demanda, sempre que o bebê quiser ou apresentar sinais de fome e sede. A amamentação frequente também estimula a produção do leite materno.

11. Cuide da alimentação e nutrição - Além de ser fundamental para o bebê, alguns alimentos ingeridos pela mãe podem ocasionar em substâncias que influenciam no cheiro do leite materno, fazendo com que o bebê rejeite a amamentação.

12. Mantenha uma garrafa ou copo de água por perto - É comum que as mulheres sintam sede ao amamentar, uma vez que o corpo precisa repor o líquido que perde durante a amamentação. Mantenha perto uma garrafa ou copo d’água durante as mamadas.

13. Procure conversar sempre com um médico - A orientação profissional pode ajudar durante a amamentação e prevenir casos como o empedramento do leite, rachaduras no mamilo ou outros desconfortos. Caso a mulher passe por algum deles, buscar orientação médica é fundamental para entender a causa do problema e solucioná-lo.

14. Seja paciente - Mesmo seguindo todas as recomendações citadas, algumas mulheres podem apresentar dificuldades na hora de amamentar. Nessas horas, manter a calma e a paciência são fatores essenciais para prosseguir com o aleitamento materno.

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Por que amamentar

Uma pequena aula com especialistas

4 dúvidas respondidas pela SBP-Sociedade Brasileira de Pediatria

O meu leite muda de cor: às vezes está mais esbranquiçado, outras vezes mais amarelado e tem horas que parece água de coco. Isso é normal?
Sim, isso é normal. A cor do leite materno varia. Por exemplo, durante uma mamada, a cor do leite vai mudando. No início da mamada, o leite pode ter uma coloração parecida com a da água de coco, mas é muito rico em anticorpos que protegem a criança contra doenças. No meio da mamada, devido ao aumento da quantidade de uma proteína chamada caseína, o leite adquire uma cor branco-opaca. Já mais para o final da mamada, sua cor é mais amarelada devido à maior quantidade de gordura. Esse leite do final da mamada é chamado leite posterior. Por ter mais gorduras ele tem mais calorias e dá a sensação de saciedade na criança.

Que outra cor do meu leite pode ser considerada normal?
A cor do leite materno pode variar com a alimentação da mulher e com o uso de alguns medicamentos. O consumo de cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja pode deixar o leite mais amarelado, devido à maior concentração de betacaroteno, um pigmento presente nesses alimentos. A cor azulada ou esverdeada pode ocorrer quando a mulher consome grande quantidade de vegetais verdes ou alimentos que contenham corantes verdes. A coloração rosa ou laranja pode ser devida à ingestão de alimentos ou bebidas dessas cores, como beterraba, refrigerantes, sucos e gelatinas.

Na maioria das vezes, a mudança de cor do leite é normal; não há motivo para se preocupar com isso e seu bebê pode mamar normalmente.

Como eu posso ter certeza de que a cor do meu leite é devido à minha dieta?
Você pode fazer um teste para verificar se a coloração do seu leite está associada à sua dieta: diminua o consumo dos alimentos suspeitos e observe a cor do leite; se houver mudança na tonalidade do leite, você pode manter a sua alimentação habitual e continuar amamentando. Mas se o seu leite persistir com a cor esverdeada, vermelho tijolo ou marrom, você deverá procurar um profissional de saúde ou um Banco de Leite Humano.

E se houver sangue em meu leite?
Se você tiver rachadura (fissura) no bico do peito, ela pode sangrar durante a mamada, deixando o leite rosado, avermelhado ou até amarronzado devido à presença de seu sangue no seu leite. Nesse caso, o bebê pode continuar mamando. Mas você deve corrigir a ”pega” ou buscar ajuda de um profissional de saúde com experiência em amamentação, pois a principal causa de fissura no mamilo é a pega inadequada da mama pelo bebê.