Helô Sampaio

Receita de filé parmegiana para festejar que a vida está voltando


Helô Sampaio (ao meio), desembargador João Augusto e esposa, Aldérica (à direita)

Ah! filho, tem coisa melhor que andar pela orla apreciando a beleza das praias de Salvador, sentindo o sol desse nosso ‘inverninho’ mentiroso, mas que aquece a pele, e agradecendo a Deus por estar bonita e gostosa? Ou sentar num banco e ficar vendo os casais passarem contando segredinhos e dando um cheiro no cangote do dengo com aquele sorriso safadinho na cara?

Nada paga este retorno à vida normal, quando estas situações se alternam com as aporrinhações cotidianas, quando rola o abraço carinhoso, o reencontro de amigos em volta da mesa do barzinho (todos mascarados até chegar a cerveja) com a disputa alegre pelo tira-gosto alternando com as reclamações pela falta de dinheiro e pelas perdas provocadas pela Covid. Sai pra lá, misera!

É bom voltar a viver as situações rotineiras com a família, com o conversê que não acaba, a zoeira das músicas, o trelelê com a todo mundo falando junto. A gente critica ou elogia, mas até que faz muita falta quando não tem com quem fofocar. A tal de Covid tirou muito a alegria da gente e coibiu os encontros, os ‘tititis’ que animam, trazem a euforia ou promovem a (des) união familiar. He-he.

Mas, cá pra nós, que mudança de comportamento essa pandemia propiciou. Até parece que estamos num outro universo, com as pessoas sem sair de casa ou se evitando. E com o uso de panos ou máscaras nas caras, temos alguma dificuldade na identificação. As máscaras também são usadas como adorno, criativas ou estranhas ou com desenhos engraçados que parecem até que estamos num circo, num parque de diversão onde ganha um bombom a pessoa que adivinhar quem está atrás da máscara.

Quem falasse que todos iríamos andar mascarados há dois ou três anos atrás, a gente ia achar que estava maluco, que batia picolé na testa. Hoje, sair sem máscara é correr risco, ou ser egoísta ou estúpido, e não se preocupar com a saúde da própria família ou cpm a dos outros.

Com fé em Deus, essa situação vai acabar logo. Não aguento mais esta agonia de não poder ver os amigos, de não fazer nada fora de casa pra não correr o risco de doença. A praga é cruel, não alivia pra ninguém. E mesmo se cuidando, a peste ataca ceifando muitas vidas - como fez agora com o Tarcísio Meira – que estava recolhido no seu sítio e a doença foi atrás dele. Que descanse em paz!

Mas chega. Vamos sentir este sol lindo que volta a aquecer a nossa Salvador; vamos passear por estas praias sedutoras, ver o movimento das ondas, a tonalidade linda das águas, vamos voltar a sorrir e apreciar as belezas da vida, como bem diz o meu primo querido, João Augusto Pinto, que abriu uma exceção e veio a nossa casa com Aldérica, sua maravilhosa esposa e querida amiga, ver os priminhos neste fim de semana. E trouxe um bocado de coisa gostosa para saborearmos. Aldérica é 'mestra' na cozinha. Nham!

Foi muito bom conversar com eles, relembrar os velhos amigos e as ‘artes’, as brincadeiras que fazíamos nos nossos bons tempos de infância e adolescência em Ibicaraí. Também falamos sobre a Covid e as perdas que temos sofrido com a ‘partida’ de alguns amigos. Ah! Como é bom estarmos com pessoas queridas, com parentes amados. 

Guga, como chamávamos o hoje respeitável desembargador João Augusto Pinto, na sua infância, passou uns tempos lá em casa, em Ibicaraí, enquanto tio Dagmar ajeitada a casa deles. Ele acordava bem cedinho e começava a cantar no quarto. Devia ser para encantar tio Dagmar e tia Alaide, seus pais. Mas ele cantava bem alto, acordando todo mundo e atraindo até os passarinhos. E cantava muito bem, era afinado. Era muito legal. Esqueci de perguntar ao primo se ele ainda continua com a voz boa, encantando a vizinhança. Amo meu priminho e você também, Aldérica, beleza de criatura e muito atenciosa.

Conversa vai e vem, Aldérica confessou que o prato preferido do primo é o filé a parmegiana; que quando vem pra mesa ele e os filhinhos disputam com gosto e animação. Os ‘filhinhos’ já são todos casaados mas o almoço dominical permanece com o papai, lógico. O que acho muito certo. Mas vamos ver porque este filé é tão gostoso.

Filé à parmegiana de Aldérica

Ingredientes:

-- 1k ½ de filé mignon
-- 4 ovos
-- Queijo parmesão e mussarela
-- Sal, alho, pimenta do reino, molho de tomate (bem espesso e com manjericão)

Modo de preparar:

1 - Cortar o filé mignon em bifes não muito finos e temperar com sal, alho e pimenta do reino moída na hora

2 - Misturar os quatro ovos com uma colher (sobremesa) de queijo parmesão e passar os bifes nos ovos mexidos e depois na farinha de rosca. Fritar em óleo quente.

3 - Numa travessa, armar os bifes bem juntinhos e cobrir com o queijo mussarela, molho de tomate e parmesão;

4 - Levar ao forno, somente para derreter o queijo.

5 - Servir com espaguete ao alho e azeite de oliva, com o molho de tomate e uma salada de tomate. Aldérica recomenda para a salada, cortar os tomates em gomos, retirar as sementes e coar. Temperar este caldo com sal e azeite de oliva e misturar aos tomates, colocando manjericão por cima na hora de servir.

Saborear como se fosse um desembargador respeitado e querido. Bom apetite!