Pedro Oliveira

Atividades marcam 63 anos de emancipação de Valente


Município de Valente (BA)

Sem festa e sem aglomerações, por conta da pandemia do coronavírus que já vitimou 28 moradores, a população valentense celebrou no dia 12 de agosto, 63 anos de emancipação político-administrativa da “Capital do Sisal”, como é conhecido este progressista município, um dos mais importantes da região sisaleira, a 240 quilômetros da capital.

Valente destaca-se pela produção de fibras de sisal, indústrias e pela pecuária, possuindo bom rebanho de bovino e um criatório de alta qualidade de caprinos e ovinos.

Na véspera do aniversário do município, o prefeito Ubaldino Amaral assinou convênio com a Embasa visando à ampliação do sistema de abastecimento de água da sede, bem como a implantação do sistema em algumas comunidades rurais desprovidas dos serviços.

A programação festiva elaborada pela equipe do governo local teve inicio no dia 7, na Casa da Cultura, com a abertura da Semana da Cultura, que este ano, na segunda-feira, contou com a presença da Major PM Denice Santiago, idealizadora da Ronda Maria da Penha, um programa da Polícia Militar da Bahia e reconhecido por suas ações no combate à violência doméstica e ao racismo.

No comando da prefeitura pela terceira vez, Amaral ressaltou a importância e a necessidade de proteger as mulheres em situação de violência, como forma de salvar vidas.

As comemorações alusivas encerradas na quinta-feira, dia maior da cidade, foram marcadas por hasteamento de bandeiras, missa em Ação de Graças na Igreja Matriz e apresentação da Fanfarra Municipal.

A economia do município é impulsionada pelo comércio local, a prefeitura e duas indústrias de médio porte, uma do setor calçadista e a APAEB, na produção de fios naturais e tapetes e carpetes de sisal.

Outras fontes de renda são a agricultura familiar e o sisal, planta que deu a Valente o título de “Capital do Sisal”.

O principal problema social e econômico da comunidade é o desemprego, o que obriga muitos valentenses se dirigirem para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, ou para os pólos de atração e desenvolvimento do estado, como Feira de Santana e a região metropolitana de Salvador.

Histórico       

Povoado de Conceição do Coité, Valente foi elevado à condição de vila, em 1938. Deu inicio ao processo de emancipação em 1947, concluindo de forma vitoriosa em 12 de agosto de 1958.

Já em 1º de maio de 1966, ganhou status de comarca. Valente se desenvolveu rapidamente e hoje conta com uma população de pouco mais de 28 mil habitantes, dotada de toda infra-estrutura necessária. A origem do nome do município é bastante curiosa.

Nos idos de 1800, um touro muito bravo desgarrou-se de uma boiada e tomou a direção de uma fonte, chamada Caldeirão, onde resistiu às tentativas de vaqueiros que tentaram reconduzi-lo ao rebanho.

Amuado o animal terminou por se precipitar na fonte, onde morreu. A partir daí, o local passou a ser chamado de Caldeirão do Boi Valente. Depois teve o nome reduzido para Caldeirão do Valente e, por fim, o nome atual: Valente.

O município é ligado a Salvador por rodovia e limita-se com Retirolândia, Santa Luz, Riachão do Jacuípe e São Domingos. Suas terras são banhadas pelo Rio Jacuípe. O primeiro prefeito foi José Mota Araújo (1959/1963).  

A cidade tem aspecto moderno, com ruas amplas, bem arborizadas e calçadas, dispõe de água encanada, iluminação pública e sistema de telefonia.

A localidade conta com um terminal rodoviário e um aeroporto capacitado para pouso e decolagem de pequenos aviões. O comércio fortalece a economia do município, que conta com clubes sociais, estádio de futebol, biblioteca e bancos.