Veículos

Até guarda-roupa e fogão tentam levar em carros de aplicativos

Situações semelhantes também ocorrem nos ônibus

Rudson Rafael Pereira Costa trabalha com o transporte por aplicativo há dez meses, em Belém, no Pará. Para ele, a atividade rende bons lucros, mas também casos inusitados. Entre os pedidos diferenciados, a solicitação para transportar um guarda-roupa. "Recebi a chamada perguntando se era possível levar o móvel. Avisei que, infelizmente, não era possível e cancelei a corrida", conta.

Ele afirma, ainda, que os passageiros já tentaram entrar no veículo com outros objetos, como: uma antena parabólica e grandes aparelhos de som. "Alguns acham que aplicativo é carro de mudança. Às vezes a gente até pergunta para onde é o frete", ironiza.

Na busca por economizar durante a mudança, algumas pessoas costumam chamar os carros por aplicativo ou tentar embarcar com alguns objetos em ônibus. "Aparece muito fogão, máquina de lavar, aquelas tipo tanquinho, sabe? Às vezes não têm dinheiro para um frete e, por isso, chamam o aplicativo", explica Luciene Rodrigues Reis.

Nestas situações, a motorista diz que explica de forma sincera os motivos que impedem o transporte. "Uma vez, a moça chegou com o fogão e disse: `tem como levar?' Eu expliquei que poderia até baixar o banco para conseguir colocar o objeto no carro, mas não teria como a passageira entrar. Detalhe, não era só o fogão. Acho que ela estava de mudança", relata.

Em alguns casos, o problema é solucionado antes mesmo do deslocamento do motorista, apenas com a troca de mensagens no aplicativo. "Quando dá para levar, tudo bem. Quando não dá, eu explico. O problema é que muitos não avisam. Em uma ocasião, era uma viagem longa. Tinha de tudo: televisão e até cachorro em uma caixa de transporte. No local, tive que falar que não era possível", disse.

Transporte público

Situações semelhantes também ocorrem nos ônibus de Belém. Por causa disso, a Prefeitura possui regras para o transporte de objetos nos coletivos. Só é permitido levar bagagem que o usuário consiga carregar, como: bolsas, mochilas, sacolas e malas. "É obrigatório, portanto, que o passageiro carregue a bagagem no colo ou nas costas", destacou a administração municipal em nota.

Há regras, também, para o transporte de pets nos coletivos. Quando acomodados em caixas apropriadas, animais de pequeno e médio porte podem seguir viagem no colo de seus tutores. Esta regra também serve para o transporte de barco para a ilha de Cotijuba, que é uma linha de transporte público municipal. Animais de grande porte não são permitidos

No País

Assim como acontece em Belém, outras cidades brasileiras criaram regulamentos para determinar o que pode ou não ser levado no transporte público. No Metrô de São Paulo, por exemplo, não é possível embarcar com volumes superiores a 150 cm x 60 cm x 30 cm (altura, largura e profundidade) ou que, mesmo dentro das condições permitidas, causem transtornos ou tragam riscos aos demais passageiros

A norma determina, ainda, que o volume seja carregado por uma só pessoa. "Mochilas devem ser seguras pela alça manual; pranchas de surf precisam ser transportadas na posição vertical; bicicletas dobráveis, patinetes dobráveis, skates e patins devem sempre estar embalados em capas protetoras", destacou o Metrô em nota

Das 10h às 16h, é permitido embarcar com animais de estimação acomodados em caixas apropriadas para o transporte e o pet precisa ter no máximo dez quilos. Caso o animal tenha procedimento cirúrgico agendado, o Metrô abre uma exceção no horário. Mas é preciso apresentar uma justificativa assinada por um veterinário.

Pessoas com deficiência visual podem acessar as estações a qualquer momento com o cão-guia e é proibido o transporte de animais ferozes ou venenosos.