A Honda, enfim, vai ter um carro híbrido no Brasil. O primeiro representante da marca no segmento por aqui será o Accord e:HEV, que desembarca no segundo semestre desde ano. O sedã grande combina motor 2.0 a combustão e dois elétricos, é importado dos Estados Unidos e pode roda até 17,6 km com um litro de gasolina na cidade, segundo dados da fabricante.
A novidade faz parte da 10ª geração do Accord, que estreou no Brasil no fim de 2018, logo após ser apresentada no Salão do Automóvel de São Paulo.
Segundo a Honda, o modelo "é um híbrido que se aproxima muito de um carro elétrico". Do ponto de vista técnico, a versão e:HEV traz várias mudanças em relação à Touring, que tem motor 2.0 turbo de 256 cv. No visual, contudo, não há diferenças dignas de nota.
Na prática, o sistema e:HEV utiliza a eletricidade como energia principal para mover o sedã. O motor de quatro cilindro a gasolina é naturalmente aspirado e, conforme a situação, até pode mover o carro.
Mas no geral um dos motores elétricos atua como um gerador. Ele serve para alimentar o outro motor elétrico, que é conectado ao diferencial e, portanto, tracionar o sedã.
Dessa forma, o 2.0 a gasolina opera a maior parte do tempo para "abastecer" o motor gerador. Este, por sua vez, fornece a eletricidade que movimentará o motor principal.
O sedã da Honda se diferencia dos híbridos tradicionais, que utilizam um conversor para distribuir a energia, como é o caso do recém-lançado SUV Toyota Corolla Cross. Assim, o Accord e:HEV pode alternar sozinho os três modos de operação: EV Drive, Hybrid Drive e Engine Drive. Nos dois primeiros, o motor elétrico move o sedã, enquanto no terceiro é o 2.0 que traciona as rodas.
O terceiro modo é exclusivo da Honda e serve para conectar o motor 2.0 às rodas por meio da transmissão e-CVT multidiscos. A embreagem permite fazer a conexão direta do motor a combustão com as rodas, atuando apenas em situações de velocidade de cruzeiro, nas quais o 2.0 de 145 cv e 17,8 mkgf opera em baixas rotações e, assim, com alta eficiência energética.
Dessa maneira, segundo informações da Honda, o sistema e:HEV reduz perdas de energia. O sistema de frenagem gera eletricidade durante as desacelerações, inclusive em declives, por exemplo. Há ainda um novo pacote de baterias de íons de lítio (EPU), instalado sob o banco traseiro. Isso preservou o espaço no porta-malas e permite rebater o encosto do banco.
Outro recurso interessante é a possibilidade de controlar a desaceleração por meio das borboletas no volante. Esse "freio motor" pode ser utilizado pelo motorista assim que o pedal do acelerador é liberado. E se destina a situações como quando o semáforo à frente vai fechar e se inicia a desaceleração ou descidas de ladeira, por exemplo.
Com todo modelo híbrido, o Accord e:HEV tem números de consumo respeitáveis, sobretudo considerando seu tamanho e peso (cerca de 2 toneladas). Segundo dados da Honda, as médias divulgadas no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro são de 17,1 km/l na estrada e de 17/6 km/l na cidade. Carros híbridos, em geral, são mais eficientes no "anda e para" do trânsito urbano.
A Honda não revelou o preço do Accord e:HEV. Mas a nova versão, que chegará às lojas do País entre agosto e setembro, será mais cara que a Touring, que tem tabela de R$ 267.400 e deixará de ser vendida aqui.