O Brasil ficou na 111ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa, que avalia 180 países, e foi divulgado nesta terça-feira (20) pela ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Em relação ao último levantamento, o país caiu quatro posições e entrou na zona vermelha da lista, continuando como uma das nações mais violentas para a prática do jornalismo.
De acordo com a ONG, a situação do Brasil é considerada pior que países como Etiópia, Paraguai, Libéria, Mauritânia, Haiti, Hong Kong e Serra Leoa. A nação também se aproximou de Nigéria, Nicarágua, Afeganistão e Palestina.
Na edição de 2015, o Brasil chegou a ocupar a 99ª posição, mas despencou na classificação. Em 2018, antes da entrada de Jair Bolsonaro ao poder, o país estava na 102º colocação, situada na faixa laranja da tabela.
O Repórteres Sem Fronteiras criticou Bolsonaro e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por promoverem medicamentos cuja eficácia nunca foi comprovada pela medicina, como a cloroquina.
"O jornalismo é a melhor vacina contra a desinformação. Infelizmente, sua produção e circulação são frequentemente cerceadas por fatores políticos, econômicos, tecnológicos e, às vezes, até culturais", disse o secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras, Christophe Deloire.
Além do Brasil, também estão na faixa vermelha Índia (142), México (143) e Rússia (150). A classificação ainda conta com a parte negra, onde estão Egito (166), Arábia Saudita (170), China (177) e Coreia do Norte (179).
Na Europa, o 9º lugar foi para Portugal, o 13º para a Alemanha, o 33ª para a Grã-Bretanha e o 34ª para a França. A Itália, por sua vez, ficou em 41º.
Na América Latina, a Argentina ficou em 69º, enquanto o Uruguai terminou em 18º.