Pedro Oliveira

UPA virou curral em Riachão do Jacuípe

A obra de R$ 1,2 milhão está paralisada


Como está a UPA de R$ 1,2 milhão

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riachão do Jacuípe, com mais de 30 dependências, que deveria estar salvando vidas que foram interrompidas pela pandemia do coronavírus, ter servido até o ano passado de curral de animais e de esconderijo de vândalos e drogados.

A obra resultante do convênio da ordem de R$ 1.269.383,42 assinado pelo município com o governo federal na gestão do prefeito Lauro Falcão em 2011, está paralisada desde dezembro de 2016. 

“No mandato da prefeita Tânia Matos (2012/2016), a unidade teve 90% das obras realizadas, mas Zé Filho, que a sucedeu (2017/2020) e pregou uma saúde de qualidade no município, não deu continuidade às obras que permanecem no mesmo estágio. O que não foi destruído pelos vândalos, vem sendo destruído pela ação do tempo” explica o prefeito Carlos Matos.

Ainda segundo o prefeito, ao longo dos quatros anos do governo Zé Filho, a UPA com mais de 30 dependências, serviu exclusivamente de curral para animais - cavalos, jumentos, bovinos, caprinos e ovinos. “É lamentável ver uma estrutura que deveria está salvando vidas, ter servido até o ano passado, de abrigo de animais - corredores e salas de pronto atendimento repletas de estrumes -”, comenta Carlos Matos.

Ele disse também, que a UPA está literalmente destruída e que roubaram tudo. “A gestão anterior deixou o imóvel abandonado e o prédio foi sucateado. As grades de ferro (portão) que dão acesso ao imóvel foram roubadas e as portas internas e janelas que não tiveram o mesmo destino, foram retiradas e quebradas, num verdadeiro ato de vandalismo, mais que vandalismo”.

O prefeito lembra também, que o Hospital Municipal que vinha sendo administrado por uma empresa privada desde a gestão anterior, voltou a ser gerido pela prefeitura.

“Estamos informando tudo ao governo federal sobre as condições em que se encontra a UPA. “A nossa intenção é transformar o prédio em uma Unidade Básica de Saúde, mas isso depende de recursos. É um patrimônio público e vamos fazer de tudo para revitalizar. Até a tubulação de gás desapareceu e vamos judicializar quem deixou o prédio nessas condições. Não vamos assumir responsabilidade de algo que não cometemos, nem mesmo judicialmente. Se o Ministério da Saúde exigir a devolução do dinheiro, vamos propor um parcelamento do imóvel em 240 meses, é a única maneira que o município tem para fazer a reposição dos recursos aplicados” conclui Carlos Matos.

UPA abandonada
O estado de abandono