Helô Sampaio

Como fazer uma paleta de cordeiro igual à servida no Gibão de Couro

Aventais a postos, rumemos para a cozinha

De entrada, a linguiça artesanal de tilápia

Mal cheguei das férias em Itabuna (eu me considero em férias, he-he), e nem bem tinha ‘arriado as tralhas’ ainda, quando fui surpreendida com a chegada da minha querida amiga Ivete Monteiro, que veio me fazer uma visita bem acompanhada pela amiga Sued. Como eu estava chegando de uns tempos com a família no interior, nem deixaram eu respirar: me levaram para passar uns dias com elas em Itacimirim, no maravilhoso condomínio Tavarua.

Gente, aquilo lá é um paraíso na orla. Que lugar encantador, com chalés lindos e chiques, todos arrumadinhos! E a casa onde eu estava, tem a piscina bem em frente – e também fica pertinho do mar. Quer mais, filhote? Que tal ficar assistindo a cada nascer e pôr de sol fenomenais, lindíssimos, passar o dia curtindo uma praia tranquila e trocando ideias com pessoas super-simpáticas e comunicativas?

Já viu que eu estava me sentindo a própria, né? Era só levantar, pular no maiô, tomar o café reforçado com as meninas, e cair nas ondas do mar para depois vir curtir a deliciosa piscina até a hora do almoço. Fico nadando, boiando na piscina, e pensando em como resolver os problemas do Brasil e da Covid, enquanto saboreio o vinho e os tira-gostos que Ivete e Sued me trazem. Mas sempre deixando espaço para o almoço, o orgulho de Ivete que a cada dia me surpreende com uma delícia diferente. Vida dura!

Meu tira-gosto preferido é o peixinho assado acompanhado do vinho tinto com que Ivete me paparica para que, a cada momento, eu dê um mergulho mais bonito na piscina. Como já disse, sou uma sereia bonita e gostosa, neguinho, e na piscina, desafio qualquer Ana Marcela da vida. Não, não desafio na gostosura não. Ainda tenho juízo. Mas nado que é uma beleza. Você precisa ver.

Só não sei o que fazer agora, aqui em Itapuã, sem piscina, sem Ivete pra me trazer o vinho, sem peixinho, sem nada. O bicho tá pegando. Ah! Já sei: vou marcar outra ida a Itacimirim, para ‘visitar’ as minhas amiguinhas e aproveito para passar mais uma semaninha com elas. Mas é por saudade mesmo, não é pela falta da piscina e dos tira-gostos, não, seu maldoso. É puro amor de amiga, acredite, viu, Ivete e Sued?

Quando estamos lá, frequentemente vamos para o Restaurante Mel Puro, na rua direta de Itacimirim, onde Otinho serve uma maniçoba tão deliciosa, que matou a minha saudade de Cachoeira. Mas a galinha e o pato de quintal também são prata da casa, não ficam a dever nada à ‘penosa’ e, junto com a moqueca de peixe, concorrem ao ‘Prêmio Nobel do bom paladar’ (que eu ainda vou criar). A comida é tão deliciosa que nem dá vontade dea gente levantar da mesa. As pessoas ficam é sentadas, matutando a vida enquanto as galinhas, os patos e os perus ciscam no quintal.


No restaurante Mel Puro, em Itacimirim

Vai lá, lindinho, viver essas delícias. Como eu, você nunca mais vai esquecer este endereço. Otinho é um capetinha na cozinha e tem um grupo de auxiliares que são fantásticos. Estou com saudade. Nhaam!

Já estou arrumando o maiô e a saída de praia e pensando nestes dias  que vou passar lá. Ivete, se prepare, que a lindinha vai voltar a ornamentar a piscina, a tagarelar com todos os vizinhos e saborear os seus petiscos, lógico.

A vida é coisa boa demais, fio, e nos premia com um belo o sol todas as manhãs, dias radiosos, alegria e capacidade de apreciar a natureza. Quando isto acontece à beira de uma piscina linda, saboreando um vinhozinho gostoso acompanhado de uns tira-gostos deliciosos, o que é eu eu quero mais?

Trabalhe muito, meu fofinho, como eu, Sued e Ivete fizemos, faça muitas amizades, seja sempre prestativo e verá que a vida lhe presenteará com belos amigos e, quem sabe, um deles tenha uma casa acolhedora na praia e lhe convide para curtir uns dias lá? Mas não conte com Ivete: a convidada preferida dela sou eu, sua irmãzinha da vida.

Mas aqui na capital temos muitos atrativos, também. E eu, que já corri as muitas cozinhas da cidade, sempre vou matar saudade com os amigos queridos da área. E passei pra matar saudade de Ronaldinho e Edi, que não vejo desde a pandemia.

Fiquei devidamente mascarada até a hora que Edi colocou a famosa linguiça artesanal de tilápia, produto da psicultura familiar do rio São Francisco que já me deixou babando. Quando ela trouxe a paleta de cordeiro, o astro da temporada, aí, velho, eu me rendi. Vai ser gostoso assim lá no Gibão de Couro (se quiser provar a delícia, o telefone é 71 3240-6611).

Pedi a receita porque Ana e Carmen, minhas irmãs, estão em Itabuna e ficaram morrendo de vontade de comer. Quando elas vierem aqui, vamos lá de novo. Aventais a postos, rumemos para a cozinha fazer a paleta.

Paleta de Cordeiro do Gibão de Couro

Ingredientes:

-- Uma paleta de cordeiro de 1k200g
-- 500g de aipim descascado e cortado em cubos grandes
-- Um ramo de alecrim fresco, cuminho e pimenta do reino moída na hora (a gosto)
-- 4 dentes de alho amassados e uma colher (sopa) de sal
-- 500ml de vinho branco ou tinto de sua preferência
-- Uma xícara de azeite ou óleo
-- Uma colher (sobremesa) de açúcar.

Modo de preparar:

1 - Na véspera, limpar e temperar a paleta do cordeiro com os ingredientes acima, sem o azeite, colocar numa vasilha e jogar o vinho por cima. Fechar a vasilha e deixar marinar por 24 horas;

2 - Após esse tempo, pegar uma forma refratária, colocar o azeite (ou óleo) e todo o líquido na paleta, juntar o aipim cortado, cobrir com um papel alumínio e levar ao forno pré-aquecido (180º) por 90 minutos. Após este tempo, verificar se a carne está macia, retirar o papel alumínio, baixar o forno para a temperatura mínima, e deixar dourar.

Agora, é só esperar os aplausos e pedir que não precisam avançar, comam com tranquilidade que dará para todos (rezemos). Até agora o sorriso não saiu da minha carinha. Xero.