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Confiança do empresário e do consumidor cresce em setembro

Índice é calculado pela Fundação Getulio Vargas

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Entre os setores, apenas o comércio teve queda (-1,2 ponto)

A confiança dos empresários e dos consumidores brasileiros apresentou alta na prévia de setembro, na comparação com o resultado consolidado de agosto. Segundo dados divulgados hoje (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança empresarial aumentou 0,8 ponto e chegou a 95,3 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.

O Índice de Situação Atual, que mede a confiança dos empresários no momento presente, subiu 2,7 pontos, para 91,3 pontos. O Índice de Expectativas, que mede a percepção dos empresários em relação ao futuro, cresceu 2,1 pontos, para 98,2 pontos.

Entre os setores, apenas o comércio teve queda (-1,2 ponto) e passou para 95,4 pontos. A indústria, com alta de 7,1 pontos, foi o principal destaque e chegou a 105,8 pontos. Caso o resultado se confirme no fim do mês, o segmento terá recuperado totalmente as perdas do bimestre março-abril, devido à pandemia da covid-19, apresentando o maior nível desde fevereiro de 2013.

A construção cresceu 2,6 pontos, para 90,4 pontos, mas mesmo que esse resultado da prévia se confirme no fim do mês, o setor ainda deve ficar 2,4 pontos abaixo de fevereiro. O setor de serviços cresceu 0,3 ponto, para 85,3 pontos. Caso o resultado da prévia se confirme no fim do mês, o segmento terá recuperado apenas 79% ocorridas com a pandemia.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) cresceu 2,1 pontos e chegou 82,3 pontos na prévia de setembro. O Índice da Situação Atual subiu 1,3 ponto, para 72,8 pontos. O Índice de Expectativas cresceu 2,6 pontos, para 89,7 pontos.

Empresas afetadas

Dos 3,2 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de agosto, 38,6% indicaram que a pandemia afetou negativamente suas atividades. Já para 33,9%, o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27,5% o efeito foi positivo. Empresas de maior porte e intermediárias foram as que mais sinalizaram melhora de percepção.

Os resultados da quinta rodada da Pesquisa Pulso Empresa: impacto da covid-19 nas empresas, divulgados hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), refletem as percepções das empresas em funcionamento ao final da primeira quinzena de agosto, frente à segunda quinzena de julho. A pesquisa acompanha os principais efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as empresas não financeiras.

Segundo o IBGE, a percepção de impacto negativo mantém-se e é maior entre as empresas de pequeno porte, de até 49 funcionários (38,8%), e melhora na percepção das empresas intermediárias (de 50 a 499 funcionários) e de maior porte (acima de 500 empregados), que indicaram maior incidência de efeitos pequenos ou inexistentes na quinzena – respectivamente 44,7% e 46,6%.

“A cada quinzena aumenta a percepção de efeitos pequenos ou inexistentes ou positivos entre as empresas de maior porte”, disse, em nota, o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli.

As empresas dos setores de construção (47,9%) e comércio (46,3%) reportaram as maiores incidências de efeitos negativos na quinzena. Por outro lado, no setor industrial, 38,9% relataram impactos pequenos ou inexistentes e, no setor de serviços, a incidência foi de 41,9%, com destaque para os segmentos de informação e comunicação (61,5%) e serviços profissionais e administrativos (45,6%).

Entre as grandes regiões, o Nordeste destaca-se pela menor incidência de efeitos negativos (20,4%), e a região é onde ocorre a maior percepção de impactos positivos, passando de 35,3% para 52%. Os maiores percentuais de impactos negativos foram no Sudeste (43,6%) e no Norte (41,9%), enquanto Sul (39,9%) e Centro-Oeste (39,8%) têm percepção semelhantes.

Segundo a pesquisa, a percepção de redução nas vendas afetou mais o comércio, que passou de 29,5% na segunda quinzena de julho para 44,5%, com destaque para o comércio varejista que subiu de 29,7% para 48,9%; seguidos por construção (36,2%), indústria (30,8%) e serviços (29,7%).

“Por setores, o comércio varejista e a atividade de construção são os mais afetados na quinzena. Dentre as regiões, o Nordeste destaca-se com 52% de efeitos positivos relacionados às medidas de flexibilização do isolamento. Já em relação às vendas, a percepção de redução atinge 36,1% das empresas, afetando principalmente o comércio varejista”, afirmou Magheli.

Empregos

Quase 9 em cada dez empresas (86,4%  ou cerca de 2,7 milhões de companhias) mantiveram o quadro de funcionários ao final da primeira quinzena de agosto em relação à quinzena anterior. Apenas 8,7% (277 mil empresas) indicaram redução no quadro, sendo que 146 mil (52,6%) diminuíram em até 25% seu pessoal, com destaque para as empresas de menor porte, onde 140 mil (51,6%) reduziram nessa faixa de corte.

A realização de campanhas de informação e prevenção e a adoção de medidas extras de higiene continuam sendo as principais iniciativas para enfrentar a pandemia, sendo adotadas por 92,9% das empresas.

Outros 32,3% de empresas adotaram o trabalho remoto e 15,3% anteciparam férias dos funcionários. Já 30,6% das empresas alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 13,2% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos e/ou serviços na primeira quinzena de agosto.

O adiamento de pagamento de impostos foi adotado por 32% das companhias e o acesso à linha de crédito emergencial foi a medida tomada por 10,9% das empresas.