Revisitando meus artigos publicados, defrontei-me com um sobre: “Restrição às empresas contábeis no serviço público. ”; Edição da Revista SESCAP/BA (www.sescapba.org.br) em sua Edição Trimestral ( Out/Nov/Dez, no ano de 2008), onde a época abordei o modelo de gestão para a contabilidade no serviço público municipal, ali avaliei que o ente local especificamente os 417 (quatrocentos e dezessete) municípios baianos, compostos por Prefeituras e Câmaras , respectivamente, não poderiam abdicar da assessoria contábil empresarial, dentro de um sistema integrado de gestão, e lá estão enumerados todos os motivos que aqui não me alongarei em descreve-los.
Passados exatos 12 anos, os princípios de Governança Pública, incorporaram desafios e evoluções representativas de conceitos como: Governança e boa governança; Ferramentas de governança; Accountability (prestação de contas); e, a vigência das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao setor Público (NBCASPs) como também os próprios instrumentos disponíveis sobre transparência no Setor Público Brasileiro.
Sou de uma geração no Serviço Público como servidor de carreira do Governo do Estado da Bahia, onde lá pelo início dos anos de 1980, sempre me deparei com paradigmas onde ouvia dizer nos municípios só existiam 04 (quatro) autoridades: O prefeito; o padre; o delegado e o contador, com todos os méritos e o reconhecimento que estes personagens carregam no exercício de suas nobres profissões.
Ilações ou verdades a parte sobre o papel do profissional contábil na ação das finanças públicas municipais, este na verdade carregou por longo período a discricionariedade em opinar nas matérias correlatas a sua atribuição de registrar atos e fatos contábeis; como discorrer no exercício do seu cotidiano sobre: orçamento púbico, licitações, contratos, compras e controle interno, salutar essas pertinentes contribuições na tarefa pelo zelo à correta aplicação dos recursos públicos, todavia , este “modus operandi” exauriu-se.
O sistema de contabilidade produtivo na Gestão Pública, deve basear-se na obtenção da contabilidade integrada e melhoria do controle interno, pela redução dos prazos de fechamentos mensais até a atuação do contabilista com mais proximidade em a relação aos gestores e outras áreas, já registrava essa atuação no meu artigo em 2008, ressalte-se que a palavra proximidade em relação aos gestores, não deve incorporar a pseudo síndrome da autoridade de décadas atrás em ser o personagem correlato em igualar seu nível de decisão a hierarquia de figuras, eclesiásticas, civis, e política da comarca em que exercem suas nobres funções de contabilistas e contadores, respectivamente.
Destaco a origem da Contabilidade, no Livro: Araújo (2004, pg.42) a frase: “ a origem da Contabilidade se confunde com a invenção da escrita do homem “. Corroborando esse entendimento, Iprah, citado por Araújo (2004, p.43) descreve que talvez tenha sido os contadores que a inventaram. Pode-se afirmar também que a contabilidade surgiu como uma simples forma de registro das trocas de bens e serviços na Antiguidade. (Araújo, Inaldo da Paixão Santos, 1964 – Auditoria Contábil: enfoque, normativo e prático/Inaldo da Paixão Santos Araújo, Daniel Gomes Arruda, Pedro Humberto Teixeira Barretto – São Paulo: Saraiva, 2008.)
Em homenagem a origem da contabilidade, que os profissionais e escritórios de assessorias consultorias, instruam com suas qualificações os governantes municipais (executivo e parlamento) contribuindo nas tomadas de decisões onde estes gestores possam avaliar e direcionar seus atos de Governança Pública, visando a boa gestão das políticas e serviços públicos - dispondo da exatidão dos registros ao utilizarem as informações. Este sim em tempos atuais deverá ser o papel da Contabilidade na Gestão Pública, nessa percepção as assessorias e consultorias contábeis especializadas nunca serão demais ao serviço público, e sim essenciais a essa nova era do conhecimento, envolvido pela velocidade da informação e transparência.