Pedro Oliveira

Covid - 22 mortes e 494 infectados no Sertão do São Francisco

A pandemia do novo coronavírus e as chuvas que tem caído com maior intensidade na região do Território do Sertão do São Francisco tem prejudicado a economia regional baseada na fruticultura e na produção de vinhos, espumantes e interferido de forma negativa nas exportações, o que tem colocado a vida de produtores de frutas em situação difícil. O município de Juazeiro, um dos mais importantes desta parte da Bahia, a Covid-19 já fez 10 mortes e 187 pessoas infectadas. Desse total, 13 encontram-se internadas - nove em UTIs e quatro em leitos intermediários -.   

Já em Sobradinho, o quadro não é diferente. Lá, são sete óbitos e 90 pessoas contaminados, o que o levou a prefeitura decretar lockdown por quatro dias – isolamento obrigatório dos moradores por conta do novo coronavírus. Os demais casos confirmados estão distribuídos por outros oito municípios que formam a região: Campo Alegre de Lurdes (29 casos e um óbito); Canudos (12); Casa Nova (44 e três óbitos); Curaçá (48); Pilão Arcado (48); Remanso (21 e um óbito); Sento Sé (20) e Uauá (04). Os dados foram fornecidos pela secretaria de epidemiologia dos municípios. A região registra 494 casos, além de óbitos. A Secretaria de Saúde da Bahia - Sesab reconhece 468 infectados.

De acordo com Jailson Lima, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, a pandemia do coronavírus tem trazido sérios prejuízos à economia regional e relata: “Houve redução bastante significativa da produção fruticultura e de suas vendas. A doença provocou mudanças na própria rotina de produção, para minimizar os riscos de contaminação da doença as plantações de uva, tiveram os turnos alterados para evitar aglomerações”. O agricultor Ilauro Souza informou que se não fosse o excesso de chuvas que estragou parte da produção, deveria colher 25 toneladas de uvas.    

Além da fruticultura, há impacto também na produção de vinhos e espumantes. A vinícola de Casa Nova, este ano não deve passar de 1,5 milhão de garrafas - menos da metade produzida em 2019 –. “Nossos maiores clientes são as redes de hotéis, resorts e restaurantes, que estão fechados e praticamente zelaram seu faturamento, isso impacta de forma direta em nossa produção, o que tem causado um prejuízo da ordem de R$ 20 milhões” relata Adauto Quirino, gerente da vinícola.

Comparando o período de janeiro a abril de 2019, com o mesmo período deste ano, o gerente-executivo da Valexport, Tássio Lustofa, relatou que houve uma redução entre o mesmo período de 2 mil toneladas de uva e 8 mil toneladas de manga, por conta da freqüência de chuvas na região, o que não permitiu que a fruta conseguisse atingir a qualidade exigido pelo importador. Ele diz ainda, que a pandemia tem sua parcela de prejuízos porem o fato que contribuiu para o não êxito das exportações foi o fator climático. “Houve pedidos mas não tivemos condições de atender por falta da fruta”, finaliza.