A Galeota Gratidão do Povo é um patrimônio da fé católica do povo baiano. A embarcação leva a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes em procissão marítima pela Baía de Todos os Santos, todos anos, em 31 de dezembro e 1º de janeiro. A Procissão Marítima do Senhor Bom Jesus dos Navegantes integra o calendário de Festas Populares de Salvador.
Há dúvidas sobre a data em que começou a ser realizado este cortejo religioso na cidade. Os indícios são de que já acontecia no século 18, quando o comércio marítimo era intenso em águas baianas e os marinheiros rogavam pela proteção divina do Bom Jesus dos Navegantes contra as tempestades em alto mar, navios piratas e doenças. Mas sabe-se que a imagem foi trazida ao Brasil no ano de 1750 por marinheiros portugueses.
Só em 1841 a notícia aparece pela primeira vez em uma nota do Correio Mercantil, no qual foi publicado um convite ao “respeitável público” a participar da procissão e festejo, pela primeira vez, realizados com "decência e solenidade" nas águas da Baía de Todos os Santos.
É também no ano de 1841 que o cortejo marítimo ganha o formato como é conhecido até hoje. A história da Galeota Gratidão do Povo já perdura há 127 anos.
Naquele tempo, a imagem do Bom Jesus dos Navegantes era transportada pela Galeota Imperial da Marinha do Brasil. Em 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República, houve a separação entre a Igreja Católica e o Estado Brasileiro, que passa a não participar mais da procissão. A Marinha cede a Galeota Imperial pela última vez até 1º de janeiro de 1890.
Para não quebrar a tradição, em 31 dezembro de 1890 e 1º de janeiro de 1891 a procissão foi realizada na embarcação Sou da Flecha, emprestada por Agostinho Dias de Lima, um comerciante. A situação não agradou a comunidade, que desejava ter uma embarcação digna para honrar o Senhor Bom Jesus dos Navegantes.
Foi então que os carpinteiros navais João Francisco da Maia, Manoel Antônio Dias e João Ricardo Borges se juntaram à comunidade e construíram a Galeota Gratidão do Povo.
“Capatazes, carpinteiros e calafates se reuniram na Igreja da Boa Viagem para construir um barco próprio para levar a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes. Eram trabalhadores pobres e totalmente sem recursos e, no entanto, eles se uniram na fé, através doações e trabalho voluntário, assim, embarcação foi construída. Eles trabalharam de 4 de janeiro até 27 de dezembro de 1891. Neste dia a galeota foi para o mar pela primeira vez mas não transportou a imagem. Somente no dia 1º de janeiro de 1892 , ela levou a imagem de Bom Jesus dos Navegantes e é por isso que em seu casco está escrito Galeota Gratidão do Povo 1892”, diz Expedito Sacramento, 74 anos, presidente da Devoção ao Senhor Bom Jesus dos Navegantes e Senhora da Boa Viagem.
A história da Galeota Gratidão do Povo se mescla com a própria história de Expedito. Ele, que está na sua nonagésima gestão na presidência da devoção, nasceu, cresceu e vive na Cidade Baixa. Aos 12 anos, foi convidado a fazer a travessia dentro da galeota pela primeira vez e, desde então, nunca mais a deixou.
Expedito Sacramento, presidente da Devoção Bom Jesus dos Navegantes - Foto: Morgana Montalvão
“É curioso. Estou aqui há 55 anos ao todo [Expedito é católico e devoto fervoroso do Senhor Bom Jesus dos Navegantes] e digo que toda vez é algo diferente e novo para mim. Desde menino vinha ver a travessia da Galeota Gratidão do Povo e sei o quanto ela é importante para os fiéis do Bom Jesus dos Navegantes. É um momento único. É algo místico. Isso faz renovar todos os anos a minha fé”, diz.
Início da reforma
A história da embarcação também é marcada por dificuldades. Em 20 dezembro de 2018, por exemplo, a Galeota Gratidão do Povo foi embargada pela Capitania dos Portos por apresentar problemas na sua estrutura.
Foram constatadas infiltração e rachadura na quilha ( uma espécie de espinha dorsal da embarcação). Por causa disto, o transporte da imagem sacra foi feita em um catamarã da Marinha do Brasil.
“Uma obra dessa já aconteceu em 1995, ou seja, há 24 anos. Por mais que você tenha zelo, a ação do tempo é implacável. A galeota fica guardada em um galpão, mas, mesmo assim, não deixa de estar sujeita a intempéries como calor, frio e poeira. Isso causa desgaste e avarias. A galeota precisava ser reformada”, diz Sacramento.
Sem ter recursos para a execução da reforma os membros da Devoção Senhor Bom Jesus dos Navegantes e Senhora da Boa Viagem decidiram apelar para o Estado. Uma carta foi escrita ao governador Rui Costa, que se mostrou, receptivo ao projeto. Porém, uma conversa com o arcebispo Dom Murilo Krieger mudou os rumos da embarcação.
“Fui ao encontro do arcebispo para conversarmos sobre a situação galeota. Disse que havia escrito uma carta pedindo ajuda para o Governo do Estado. Foi aí que ele me lembrou que a Gratidão do Povo tinha sido construída pelos fiéis católicos e que nós não poderíamos deixar na mão de outras pessoas”, conta Expedito.
Para o arcebispo Dom Murilo Krieger, a Galeota Gratidão do Povo é um símbolo sagrado de fé do povo soteropolitano que não poderia se perder.
“Homens pobres se juntaram e construíram, através de doações, uma embarcação para homenagear o Senhor Bom Jesus dos Navegantes. Cabe à Arquidiocese, respeitar essa expressão de fé e de amor, e incentivá-la. Não teria sentido, agora, para restaurá-la (que é muito menos do que construí-la), pedir a ajuda de autoridades, quer do Estado quer do Município. Seria um esvaziamento do nome da própria galeota. Acho que, então, teríamos que mudar o nome dela e com isso não concordei desde o início.”
Dom Murilo Krieger tomou posse como arcebispo de Salvador em março de 2011. Em 1º de janeiro de 2012 estava na embarcação, fazendo a peregrinação do Santuário de Conceição da Praia para a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e, desde então, vai na Galeota Gratidão do Povo. Somente em uma ocasião Dom Murilo Krieger não pôde participar da celebração porque tinha outro compromisso, na própria cidade, a que deveria comparecer por força do cargo que ocupa. O arcebispo diz que ora durante a procissão.
“Vejo também que nas águas da Baía de Todos os Santos podemos homenagear o Senhor. Vou na Galeota Gratidão do Povo como peregrino, representando tantos irmãos e irmãs que gostariam de estar ali e não podem.”
Empréstimo no banco
Em julho, Dom Murilo Krieger baixou um decreto colocando a Fundação Dom Avelar Brandão Vilela, que pertence à Arquidiocese de Salvador, na Comissão Especial para para o Restauro da Galeota Gratidão do Povo.
A Fundação Dom Avelar Brandão Vilela foi a responsável por tomar o empréstimo para a reforma, no valor de R$ 250 mil reais. A fundação é o braço direito da Arquidiocese de Salvador em temas relacionados à assistência social e também é a responsável pela emissora de rádio da instituição (Rádio Excelsior de Comunicação) e foi designada para cuidar do restauro da galeota.
Em 9 de julho a madeira que integra o casco da embarcação foi comprada e profissionais contratados para a reforma, como explica José Trindade, diretor da fundação.
"A decisão de restaurar a embarcação começou cedo, porque a madeira necessita de um certo tempo útil para ser preparada, além do que também havia os materiais para a reforma; tivemos que sair pesquisando a melhor oferta, comprar galões de tinta, pinceis, lixa e outros materiais, um cronograma foi montado justamente para isso. Quanto mais cedo começássemos mais tempo hábil teríamos para a Gratidão do Povo ficar pronta até o fim de novembro”. Em 30 de julho, os trabalhos se iniciaram e a Galeota Gratidão do Povo começou a ser restaurada.
O diretor diz que ela é uma embarcação única. “Veja, é algo tão precioso - é o único bem histórico feito por pessoas leigas que possuíam e ainda possuem uma fé inabalável e que vai para o mar. Por isso ela tão especial".
A Galeota sendo restaurada - Fotos: Morgana Montalvão
50 camadas de tinta
Basílio de Jesus Santos (49 anos) é carpinteiro naval há 35 anos e, pela segunda vez, reforma a Gratidão do Povo, para ele uma experiência única.

O carpinteiro naval Basílio Santos
“Reformei a galeota em 1995 e agora. São 24 anos de diferença, muita diferença. Começamos em outubro, nós tínhamos um prazo de 60 dias. Eu e meu parceiro Agenildo Soares, que é construtor naval, trabalhamos duro. Trocamos o casco do barco, utilizamos tábuas de cedro, uma madeira maleável e resistente, própria para embarcação, trocamos a quilha, nela utilizamos a sicupira. Tiramos os pregos de cobre e colocamos prego zincado de 7 cm e 7,5 cm, que dão mais resistência e durabilidade. Essa embarcação agora reformada, pode durar 30 anos ou até mais”, disse ele, que se diz “honrado” por consertar a Gratidão do Povo pela segunda vez.
Basílio, que é de Valença, não tem formação acadêmica. Aprendeu o ofício "por ser curioso”.
"Eu comecei assim, ia para ver os outros fazendo, fui tomando gosto pela profissão e fui aprendendo e me aperfeiçoando. Já reformei e construí muitos barcos. Para ser carpinteiro naval, tem que gostar mesmo da profissão, você aprende muita coisa e ensina também. É gratificante. Eu me sinto lisonjeado porque desta vez ela vai durar muito mais tempo. Deus me concedeu esta graça e isto não tem preço.”
Ana Cristina Cardoso é restauradora formada pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Ela está restaurando a galeota pela primeira vez. “Eu pude perceber que a Galeota Gratidão do Povo desperta o cuidado das pessoas em relação ao objeto e o quanto ele representa para a fé das pessoas. Eu me sinto engrandecida em participar deste projeto”, diz.
A restauradora ficou responsável por reformar a parte estética do barco, como o friso que contorna toda a galeota com elementos fitomorfos (que têm forma de vegetal ou semelhante às plantas), como folhas de parreiras e elementos zoomorfos (que apresentam forma de animais), como o peixe. Ana Cardoso também restaurou o Camarim, uma parte suspensa e coberta localizada na popa da embarcação. O Camarim tem elementos como colunas, estrelas, cabeças de anjos e pinturas das insígnias da Paixão de Cristo.
A restauradora Ana Cardoso - Foto: Morgana Montalvão

Restauração do anjo: do lado esquerdo com as camadas de tinta retiradas e o olho de vidro
José Dirson Argolo, ex-professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia e restaurador, chegou a trabalhar na Galeota Gratidão do Povo. No ano de 1994 ele fez restauração completa da embarcação e 4 anos depois realizou um trabalho de conservação.
O restaurador salienta que o barco tem adornos únicos, que estavam desgastados e com uma pintura grosseira.
“Em relação às pinturas, nós removemos as camadas de tinta, que no anjo da proa chegou a 50. Retiramos as camadas com um bisturi elétrico. Ao chegar no original, percebi que era uma imagem muito erudita, que, muito provavelmente, foi construída por um mestre santeiro do século 19, o mesmo que esculpiu as imagens no interior da igreja”, diz o artista, que revela no processo de restauração ter resgatado os olhos de vidro do anjo.
“Olhe, estamos falando de uma imagem que já possuía olhos de vidro e traços fisionômicos fantásticos, algo único, mas, com o decorrer dos anos foi pintada de uma maneira grosseira, com tinta comum. Trazer isso de volta foi um trabalho gratificante.”
As imagens foram desmontadas e levadas para o seu ateliê, que fica no bairro do Garcia.
Campanha Gratidão do Povo
O dinheiro, os materiais da obra e o trabalho de restauro da galeota foram garantidos pelo empréstimo. O valor de R$ 274 mil reais, mais os juros, deve ser quitado até o dia 7 de fevereiro de 2020. Para resolver esta questão a “Campanha Gratidão do Povo” foi desenvolvida pela Fundação Dom Avelar Brandão Vilela com o objetivo de arrecadar recursos.
Apesar de o conserto e os reparos terem começado no mês de julho, somente em 30 de outubro a campanha foi lançada pela fundação.
“Estávamos focados inteiramente na canonização de Santa Dulce dos Pobres e não queríamos atropelar as coisas. Por isso, decidimos lançá-la no final de outubro para não sobrepor um tema em relação ao outro. Isso poderia prejudicar . É importante salientar que esta campanha é feita para o povo, com o povo e pelo povo católico da Bahia e nós esperamos e temos fé na ajuda das pessoas. Cremos que este valor será inteiramente pago”, salienta José Trindade. Até o dia 26 de novembro, a Fundação Dom Avelar Brandão Vilela já tinha arrecadado R$ 40 mil reais.
A campanha se baseia em doação de dinheiro, de qualquer valor, a partir de centavos, incentivada com a entrega de um certificado denominado “Preito de Gratidão”. Todos recebem, independente do valor doado.
As doações podem ser efetuadas das seguintes maneiras:
-- Em nome da Fundação Dom Avelar, em conta bancária específica do projeto aberta nos bancos: Brasil, Caixa Econômica e Bradesco.
-- Pela Internet, além dos bancos, através do site da campanha o PagSeguro e o aplicativo Vakinha (http://gratidaodopovo.com.br/)
Para pessoas jurídicas (e também físicas) de maior capacidade contributiva, as doações serão incentivadas pela cessão de direito de uso de um selo especial (marca protegida pelo Instituto Brasileiro de Propriedade Indústria). O piso para estas doações é de R$ 500 reais, que garantirão ao doador, por contrato, o direito de uso por um ano do Selo de Responsabilidade Cultural e Social, Gratidão do Povo.
A Devoção ao Senhor Bom Jesus dos Navegantes e Senhora da Boa Viagem tem ido as paróquias da cidade, comunidades católicas, associações e outras instituições mostrando o banner com a imagem da Gratidão do Povo. José Trindade crê, que desta maneira, as pessoas se interessem mais pela campanha e possam colaborar pela causa. A partir do mês de dezembro será possível, também, fazer doação por telefone a partir do 0500. O número será disponibilizado pelo site da campanha em breve.
Sede da devoção, ao lado fica o galpão onde a galeota é guarada - Foto: Morgana Montalvão
Projeto Gratidão do Povo
Além do conserto da galeota, a devoção ao Senhor Bom Jesus dos Navegantes e da Senhora da Boa Viagem deseja preservar o patrimônio material da instituição.
São eles: construir um novo estaleiro para a galeota e propiciar a manutenção sustentada desta devoção e restaurar a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem . Estes dois projetos a devoção espera cumprir entre 2020 e 2023.
Além do restauro da galeota o projeto pretende requalificar o espaço destinado ao seu abrigo e sede da irmandade, que deverá abrigar um estaleiro multiuso.
O propósito é a conservação da embarcação, que deverá ficar em um dique molhado com vista para o Largo da Boa Viagem, através de uma vitrine (parede de vidro) constituindo-se em atração turística. Por este viés virá a manutenção sustentada da tradição.
A restauração da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, construída em 1741, ficará a cargo do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan). Nota emitida pelo órgão confirma que todos os projetos executivos para a restauração da Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, estão em fase de elaboração, no entanto, ainda não há data para o início das obras.
Curiosidades
Dimensões da Galeota:
-- 13, 5 metros de comprimento.
-- 2,70 metros de boca ( maior largura de uma embarcação).
-- 1 metro de pontal (distância que vai da parte superior da quilha ao convés da embarcação).
-- O camarim tem 2,5 metros de comprimento por 1,70 metro de altura e 8 colunas.
-- A embarcação leva 25 pessoas: 10 remadores e 15 passageiros.
-- Seu peso é de 3 toneladas (vazia); cheia ( incluindo a água que penetra na madeira e faz ela se expandir) o peso é 4 toneladas.
Calado (distância da linha de água ao ponto mais baixo da quilha):
-- Proa - 50 centímetros
-- Popa - 80 centímetros
-- Centro da embarcação - 70 centímetros
As cores do casco da embarcação são verde, branco e vermelha, cores da bandeira de Portugal.
Como tudo começou
Em Portugal a devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem nasceu da necessidade de proteção divina invocada pelos navegantes, quando as embarcações eram construídas em madeira e movidas pela força dos ventos, realizando as travessias marítimas, uma atividade de alto risco.
A primeira igreja sob esta invocação, em Portugal, foi construída na periferia de Lisboa, no ano de 1618. No Brasil, o culto se iniciou na Bahia com a construção de uma pequena igreja junto à praia. Em Pernambuco, no Recife, por volta de 1707, uma capela foi erguida junto ao mar, dando origem ao famoso bairro da Boa Viagem
Em 1710 Dona Lourença Maria, cidadã portuguesa, doou aos franciscanos da Bahia um terreno à beira mar, com a condição de que ali fosse erguida uma igreja e abrigo para doentes.
Em 1712 a ordem franciscana decidiu construir, onde hoje fica o Largo da Boa Viagem, a igreja e o hospital (ou hospício na linguagem da época). Em 1741 foi concluída a construção do templo religioso consagrado à Nossa Senhora da Boa Viagem. A igreja acolhe a imagem do Bom Jesus dos Navegantes que é conduzida em procissão marítima no dia primeiro de cada ano.
É impreciso o formato e o início da primeira procissão no mar. Uma anotação de 1750 descreve uma procissão com barcos, em louvor a Senhora da Boa Viagem, realizada no dia consagrado à padroeira, sempre em 1º de janeiro.
Em 1841 a festividade passou a seguir um trajeto repetido até hoje: entre o cais do porto, com saída da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, até a Praia da Boa Viagem, atravessando parte da Baía de Todos os Santos.
A encenação da Festa do Bom Jesus dos Navegantes relembra dramas litúrgicos nas pessoas de Jesus e Maria, sua mãe, representadas por três imagens distintas: Bom Jesus dos Navegantes, Nossa Senhora da Boa Viagem e Nossa Senhora da Conceição da Praia. O culto envolve ainda duas igrejas, a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Igreja da Boa Viagem, além da Galeota Gratidão do Povo, que faz o percurso marítimo transportando a imagem do Bom Jesus dos Navegantes.
Em 1º de janeiro de 1892 foi criada a irmandade Devoção do Senhor Bom Jesus dos Navegantes e de Nossa Senhora da Boa Viagem, com a missão de ser a guardiã da tradição religiosa da procissão do Bom Jesus dos Navegantes e da Galeota Gratidão do Povo. Integram a irmandade os membros da comissão responsável pela construção da galeota.
Como é a festa
-- Nos dias 28, 29, 30 há o Tríduo Preparatório para a festa de Bom Jesus dos Navegantes, com missa na Igreja da Boa Viagem.
-- 31 de dezembro - É celebrada uma missa às 15 horas na Igreja da Boa Viagem, presidida pelo arcebispo primaz do Brasil. Após a missa a imagem é embarcada na Galeota Gratidão do Povo e segue para o Cais do Porto, no Comércio. Ao aportar, a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes segue para a Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia.
-- 1º de janeiro - Uma missa é celebrada às 8 horas Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia pelo arcebispo. Uma pequena procissão segue em direção ao cais da Capitania dos Portos; a imagem do Bom Jesus é, então, embarcada na galeota, que fará o seguinte roteiro: cais da Capitania dos Portos, Porto da Barra, cais do Porto, Ponta de Humaitá e Praia da Boa Viagem.
Mudança no Trajeto - Quando a Marinha embargou a galeota em 2018, o percurso da procissão marítima foi mudado. No dia 1 de janeiro de 2019, o catamarã da Marinha do Brasil atracou na Ponta do Humaitá e a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes seguiu em procissão terrestre até a Igreja da Boa Viagem. O mesmo percurso está previsto para 2020.
Após a chegada da imagem a igreja, o Bom Jesus encontra a Nossa Senhora da Boa Viagem e ficam expostos na igreja para a veneração do povo até às 15 horas da tarde. Após este horário a Igreja da Boa Viagem é fechada.
A Galeota Gratidão do Povo vai para a Capitania dos Portos. No dia 2 de janeiro ela retorna para o galpão.