Saúde

Entenda por que a sua dor de garganta piora quando você dorme

Aprenda a reduzir o desconforto

Foto: Ilustração Sora IA
Medidas práticas ajudam a reduzir o desconforto à noite

A piora dos sintomas de dor de garganta à noite, especialmente quando a pessoa vai dormir, tem explicações fisiológicas relacionadas ao funcionamento do corpo e às condições do ambiente.

Eis os principais fatores:

Alterações na posição do corpo - Quando deitamos, há maior acúmulo de secreções na garganta e nas vias respiratórias, pois a drenagem natural pelo efeito da gravidade diminui. Esse acúmulo irrita a mucosa inflamada, aumentando a sensação de dor e desconforto.

Ressecamento da mucosa - Durante o sono, a produção de saliva é reduzida. A saliva funciona como lubrificante e protetora da mucosa da garganta. Menos saliva significa mais ressecamento e, portanto, mais dor. A respiração pela boca (muito comum em pessoas com congestão nasal) intensifica esse ressecamento.

Resposta inflamatória - O corpo segue ritmos biológicos (ciclo circadiano). À noite, a produção de cortisol -- um hormônio com ação anti-inflamatória -- é naturalmente mais baixa. Com menos cortisol circulando, a inflamação tende a se intensificar, aumentando a sensibilidade à dor.

Condições ambientais - Quartos fechados, com ar seco (especialmente quando há uso de ar-condicionado ou ventilador), favorecem irritação adicional da mucosa. Isso agrava a dor, além de provocar tosse noturna.

Percepção subjetiva da dor - À noite, sem distrações do dia a dia, a atenção se concentra mais no sintoma. Essa maior percepção também contribui para a sensação de que a dor está mais intensa.

Em resumo: a combinação de menor produção de saliva, alterações hormonais, acúmulo de secreções, ar seco e maior atenção ao sintoma explicam por que a dor de garganta costuma piorar quando a pessoa vai dormir.

Como reduzir o desconforto

Algumas medidas práticas e comprovadas que ajudam a reduzir o desconforto da dor de garganta durante a noite:

Manter a garganta hidratada

<>-- Beber água morna ao longo do dia e antes de dormir ajuda a manter a mucosa úmida.

 

-- Chás mornos (como camomila, hortelã ou gengibre) podem aliviar a irritação. Evite líquidos muito gelados ou muito quentes.

-- Mel (se não houver contraindicação, como diabetes descompensada ou alergia): uma colher antes de dormir pode lubrificar a garganta e acalmar a tosse noturna.

Melhorar o ambiente do quarto

-- Umidificador de ar ou uma bacia com água no quarto ajudam a reduzir o ressecamento provocado por ar-condicionado ou ventilador.

-- Evitar fumaça, poeira e odores fortes que irritam a garganta.

-- Ventilação adequada, mas sem corrente de ar direta sobre a pessoa.

Cuidados com a posição para dormir

-- Dormir com a cabeceira levemente elevada (travesseiro mais alto ou dois travesseiros) favorece a drenagem das secreções, evitando acúmulo na garganta.

-- Se houver congestão nasal, essa posição também melhora a respiração pelo nariz, reduzindo a respiração bucal.

Alívio local

-- Gargarejos com água morna e sal (meia colher de chá de sal em um copo de água morna) antes de dormir podem diminuir a inflamação e o desconforto.

-- Pastilhas ou sprays para garganta podem ajudar a manter a mucosa hidratada e reduzir a irritação.

Outros cuidados importantes

-- Evitar falar muito antes de dormir, para não forçar a garganta já inflamada.

 

-- Evitar bebidas alcoólicas e cafeína à noite, pois contribuem para o ressecamento.

-- Não fumar e evitar contato com fumaça.

-- Se houver febre, pus na garganta, dificuldade para engolir líquidos ou dor persistente por mais de 5 dias, é recomendada avaliação médica, pois pode se tratar de uma infecção bacteriana (como amigdalite) que exige tratamento específico.