Helô Sampaio

Como ir para Aracaju e ficar com vontade de voltar toda semana

Quando for pra lá, meu lindinho, vá sem pressa

Gente! Acabei de chegar de Aracaju e estou simplesmente deslumbrada, apaixonada pela capital sergipana. Cidade arrumada, linda e limpíssima. Aconchegante. Dá gosto fazer uma visita.

Saímos daqui pela Linha Verde. A gente começa a estranhar a pista sem engarrafamentos – principalmente eu que vinha de Itabuna por uma BR que prima pelo excesso de caminhões e carretonas imensas na estrada, que pra Sergipe não existem. As carretas não circulam, vão pela BR e liberam a Linha Verde para que nós possamos apreciar toda a bela vista durante a viagem.

Mas quando for pra lá, meu lindinho, vá sem pressa, curtindo desde a saída e, se puder, entre nas praias que você ainda não conhece – Sauípe, Conde, Massarandupió (eu brinco dizendo que só vou a Massarandupió quando eu conhecer Massarandumió, he-he) – e não deixe de dar uma paradinha no Mirante para apreciar toda a beleza do nosso litoral. Respire fundo, pense que você merece toda essa beleza e siga viagem.

Vai passar por pequenos vilarejos e cidades, sentindo a simplicidade do povo que ainda senta na porta de casa ou nas pracinhas para um papo ou uma fofoca legal; ou simplesmente para apreciar o movimento das pessoas e dos carros. Falta do que fazer traz muito prazer. Eu faço isso quando estou em Ibicaraí: vou para a ‘praça pai’ (Praça Henrique Sampaio), sento e fico apreciando meu povo andando de cá pra lá. Cumprimento a todos e ‘tranço’ no papo com os mais próximos, pergunto pelos familiares, é uma terapia.

Eu estava em Itabuna, quando Mira Bastos me ligou dizendo que estava indo para Aracaju com Joed e Gardênia. Dei um pulo da cadeira e falei que me aguardassem. Arrumei os panos e vim de imediato para Salvador, para pongar na viagem. Saímos numa manhã chuvosa e friorenta (para nós, 24 graus é gelado), e chegamos em Aracaju com um sol lindo, convidativo para uma loura gelada. Almoçamos num restaurante de nome Coco Sergipe, onde saboreamos variados e deliciosos tipos de frutos do mar. Começou a paixão por aí.

A viagem era para a comemoração dos cinco aninhos de Beatriz, filha de Bianca e Saulo Bastos (sobrinho de Mira). Foi outra festança, com muita comida, bolos e doces, e a simpatia e calor humano do sergipano. Passamos o resto da noite percorrendo a Atalaia, que borbulhava de gente. Tinha locais que nem mesa para sentar a gente encontrava. Sergipano é que nem nós, gosta de farra, viu, véio. Os bares estavam todos cheios, muito animados.

Chegamos no hotel mortos de cansados, mas felizes. No outro dias, fomos tomar o café da manhã no Mercado Popular. Falei café da manhã? Bode, feijoada sergipana, cuscuz e ovo foi a pedida de Joed. Tivemos que comer, que jeito? Mais passeio pela cidade (até pra desgastar o rango), praias deliciosas, lugares acolhedores. Passamos um fim de semana que vai me induzir a viajar para lá com mais frequência. A-mei! Aracaju está sedutora.

Como cheguei deslumbrada, liguei para minha querida Elíbia Portela para combinarmos uma ida em outro final de semana para lá. Gosto muito de viajar com Elíbia que é uma companhia alegre e descontraída, além de ser autoridade maior na cozinha, lógico. Quando fomos para a Europa, eu passei bem: quando queríamos matar saudade do ‘patropi’, quando eu queria comer ‘um brasileirinho’, Elíbia arranjava as coisas e ia para a cozinha. As surpresas vinham deliciosas. Tem coisa melhor, véio?

Falando com ela sobre Aracaju, pedi a receita da feijoada sergipana, que é com verduras e ela prepara divinamente bem. Prova aí, gostosinho, e me diga se não é pra arrumar os panos e ir já no próximo fim de semana pra lá. Experimenta, lindinha e me diz o que achou. Aventais a postos, rumemos para a cozinha.

Feijoada sergipana de Elíbia Portela

Ingredientes
-- 200 g de charque
-- 200 g de carne verde
-- 200 g de costela de porco
-- 200 g de pé de porco
-- 200 g de calabresa ou paio
-- 200 g de rabo de porco
-- 500 g de feijão mulatinho

Quanto baste de alho, cebola, tomate, pimentão, folha de louro, cebolinha e pimenta do reino para temperar.

Colocar a gosto: abóbora, quiabo, maxixe, couve, chuchu e cenoura – que devem ser cozidas junto com as carnes, mas servidas à parte.

Modo de preparar

-- Deixar o feijão já lavado de molho por, no mínimo, 2 horas. As carnes salgadas devem permanecer em água abundante por, pelo menos, 5 horas.

-- Depois de escorridas, ferver por 10 minutos. Fazer um refogado com os temperos. Acrescentar as carnes e o feijão, cobrir com água e deixar ferver por uma hora. Juntar as verduras, tendo o cuidado de colocar as mais macias – como o quiabo e o chuchu – por último. Deixar no fogo até ficarem macias e cozidas.

Saborear pensando na viagem para Aracaju e na simpatia do sergipano. Bom apetite!