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Projeto de música experimental ocupa espaço Coaty

A ocupação artística segue até o mês de setembro

Foto: Igor Andrade
Interior da Casa Coaty
A Casa Coaty foi projetada pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi

O espaço Coaty (ou Casa Coaty) é uma edificação de formas sinuosas e que oferece ângulos singulares ao olhar.

Por ali há sempre uma surpresa pronta a ser colhida, tanto para quem aprecia de fora para dentro, quanto para quem tem perspectiva contrária.

Isso porque o prédio se destaca entre os demais situados na Ladeira da Misericórdia – local que por si só já oferece um conjunto arquitetônico de estética consideravelmente generosa.   

A Casa Coaty foi projetada pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi no final da década de 1980, como parte de um projeto de requalificação daquela área da capital baiana.


Casa Coaty - Foto: Igor Andrade

Já foi restaurante, bar e sempre teve as portas abertas para a arte – recebeu apresentações musicais, performances em artes cênicas, exposições e oficinas de artes plásticas, por exemplo.

Entretanto, os últimos três anos foram de abandono.

A casa ficou fechada, sem atividades e exposta à ação do tempo. Até que, a partir do mês de abril deste ano, a criação artística mais uma vez tomou conta do espaço.

E desta feita veio para utilizá-lo como suporte e abrigo, mas também para dar vida nova ao lugar.

O projeto cultural InstruMentes aportou por ali, com sua arte sonora e suas oficinas de (re)invenção musical.

Capitaneado pelas produtoras culturais Lívia Cunha e Alana Silveira, o projeto promove o desenvolvimento de ações voltadas à música experimental através de frentes de trabalho diversas, como por exemplo, as oficinas de música e a luteria experimental (construção de instrumentos musicais e musicalização).

Com recursos do Itaú Cultural e da Fundação Gregório de Mattos, o InstruMentes promove residências artísticas, apresentações musicais, oficinas e exposição interativa.

Tudo isso usando o espaço da casa Coaty, que precisou passar por uma reforma para receber o projeto.

“A gente fez uma requalificação completa. Tinha problemas técnicos. Todo equipamento de eletricidade a gente colocou. Fizemos reformas estruturais das escadas, arrumamos infiltrações, pintura, parte hidráulica...tudo que fica comprometido após tanto tempo fechado”, explica Lívia Cunha, uma das idealizadoras do InstruMentes.


Lívia Cunha, uma das idealizadoras do InstruMentes - Foto: Igor Andrade 

A ocupação artística segue até o mês de setembro, quando o InstruMentes devolve o espaço à Fundação Gregório de Matos. A partir daí, caberá à gestão municipal dar prosseguimento à movimentação do local e administrar o espaço Coaty.

Demanda para se pensar em políticas públicas de ocupação não falta. “As pessoas chegam em grupos, praticamente todos os dias, porque sabem que o Coaty está aberto.

Um grupo de estudantes de arquitetura de Minas Gerais veio visitar, atraído pelo projeto de Lina Bo Bardi”, conta Victor Uchôa, diretor de comunicação do InstruMentes. 

Para mais informações sobre o InstruMentes, inclusive agenda de programação, visite o Instagram: instagram.com/instrumentes/