Gente! Cada vez que eu vou à Vitória da Conquista eu me espanto mais. Crendeuspai! A cidade parece que dobra de tamanho, de gente, de bares e de restaurantes. Daqui a uns dias ela ultrapassa Feira de Santana, anotem aí. É uma mini São Paulo, só que com restaurantes japoneses e chineses ao lado de bodes, carne do sol e pirão, polvilhados pelos famosos ‘avoadores’, ximangos e demais biscoitinhos de Solange. Eh! trem bom.
O frio é que não dá trégua. Ô terrinha fria do cão. O melhor que a gente faz é pegar uns pacotinhos de biscoitos, botar uma roupinha quente e ir pra cama ver televisão, correndo daquela friaca braba. Estes dias em que lá estive, eu passava as horas ‘enclausurada’ no divã e grudada na tevê. A temperatura baixa para 10 ou 12 graus num minuto, como se fosse normal na nossa Bahia.
Quando ia pra rua, era eu batendo queixo e os sertanejos lépidos e fagueiros, em manga de camisa, achando o tempo apenas ‘fresquinho’. Ainda bem que a minha sobrinha Flavinha Brito abriu um restaurante com um outro primo dela, o Britos’s Restaurante, em frente à Ceasa, bem no centro da cidade que era onde eu me abrigava. Sim, ficava lá pela comida excelente, de primeira qualidade, mas também pelo papo maravilhoso que eu batia com os sertanejos.
Adoro o povo conquistense. São sérios e decentes, mas são também brincalhões e solícitos. E o melhor: gostam da minha conversa mole. Tenho muitos amigos por lá e gosto de revê-los. Ôie! Não morram de saudade de mim, lindinhos. A ‘bonitinha’ volta aí logo, galera.
Este ano foi especial: minha mãe (se estivesse nessa ‘esfera’) completaria 100 anos no dia 10 de setembro. Mesmo dia em que nasceu a minha primeira e amadíssima sobrinha, Ana Claudia, que foi o grande presente para a mamãe. E também para mim, que deixava de ir pras festas cheirar o cangote dos nêgos bonitos, de aprontar ‘todas’ nas férias, para ir atrás de Claudinha, para cuidar, beijar e enchê-la de dengo.
Liguei para os irmãos e marcamos o encontro de todos em Conquista para a comemoração dos 100 e 50 aninhos, das duas amadinhas. Foi muito, muito bom, pois os irmãos não se reuniam faz tempo. Paulo e Mariah vieram de São Paulo, Lula e Teca de Ibicaraí, Ana e Pindoba de Itabuna; e eu, que saí de Salvador para nos encontramos com Carmen, Ana Cláudia e o resto da família em Conquista. Foram dias de muitos beijos, histórias, brincadeiras e alegria. Era muita felicidade por estarmos juntos.
No almoço, íamos todos para o Brito’s Restaurante, pois Flavinha e Ordival capricham no cardápio: tem saladas variadas, bode ou carneiro cosido ou assado, lasanha, frigideira e ensopado, feijoada, filé, picanha na brasa, tem enfim opção para todos os gostos. Graças a Deus os lugares são disputados, pois o povo prestigia muito.
Mas a noite, a gente saía para curtir as baladas da cidade, os bares, as belas praças, as ruas largas e os restaurantes. Aí que eu ficava de boca aberta: a cidade é um burburinho só, um agito danado. Conquista é hoje um importante pólo universitário. Os jovens vêm de cidades variadas e até de Minas Gerais para estudar. Casas viram pensionatos, as repúblicas se multiplicam.
A galera não perdoa e movimenta todos os locais com muita música, sorrisos e alegria. Eu me diverti muito com a zoeira deles e por estar com a ‘familharada’. Tenha certeza, lindinhos, a família ainda é a melhor coisa deste ‘mundo véio sem porteira’.
Mas agora vamos deixar de conversa mole, colocar o avental e caminhar para a cozinha para preparar um pernil de cordeiro que comi lá no Brito’s e pedi a receita a minha sobrinha fofa. Vejam que delícia. Prepare de véspera. Eu e o cordeiro adoramos o vinho. Que eu recomendo acompanhar no almoço. Tintim! Saúde!
Pernil de Cordeiro Assado ao Vinho
Ingredientes
-- 1 paleta ou pernil de cordeiro de 2kg
-- 4 dentes de alho
-- 2 folhas de louro
-- 1 cebola média
-- 1 ramo de cebolinha
-- 4 ramos de hortelã
-- Pimenta do reino a gosto
-- 1 xícara de café de azeite
-- 1 copo de vinho tinto seco
-- Sal a gosto
Modo de preparar:
-- Misturar todos os temperos e bater no liquidificador;
-- Mergulhar o cordeiro no molho e deixar marinando na geladeira por 24 horas;
-- Forrar uma assadeira com papel alumínio, colocar o cordeiro (ou o pernil), regar com parte do tempero que foi batido, embrulhar e levar ao forno por duas horas ou até a carne ficar macia; Regar sempre com o tempero para manter a carne hidratada.
-- Retirar o papel alumínio e deixar no forno por mais uma hora para dourar. Quando a carne estiver macia e dourada desligar o forno, retirar a carne e servir
(Recomendo servir logo, antes que os comensais invadam a cozinha pois, além da carne deliciosa, o cheiro é maravilhoso)