Um desastre fictício, mas baseado em ameaça real. O filme "Terremoto - A Falha de San Andreas", que estreia esta quinta-feira (28) no Brasil, põe na tela a resposta de uma pergunta antiga: o que vai acontecer quando a enorme falha geológica da Califórnia provocar um novo tremor?
Na imaginação do diretor Brad Peyton, o desastre em potencial rendeu um espetáculo visual, com prédios caindo, ondas gigantes e ruas inteiras reduzidas a pó.
No centro da tragédia de grandes proporções está uma história íntima: o destemido socorrista Ray (Dwayne Johnson, mais conhecido como The Rock) tem de unir forças com a ex-mulher, Emma (Carla Gugino), para salvar a filha, Blake (Alexandra Daddario).
"Nosso objetivo era fazer um filme com efeitos visuais impressionantes, mas que também fosse baseado em ciência", disse Johnson, em conversa com jornalistas na Cidade do México, da qual o iG ON participou. "Os especialistas nos desafiaram várias vezes quanto ao roteiro, mas saíram [do projeto] dizendo que tudo o que seria filmado era plausível."
Plausível, é claro, dentro das escalas hollywoodianas. Com mais de 1200 km de comprimento, a falha de San Andreas foi responsável por alguns dos maiores terremotos da história, incluindo o que destruiu a cidade de São Francisco em 1906. Apesar disso, não conseguiria provocar um tremor de 9,6 graus de magnitude como mostra o filme, de acordo com a sismóloga Susan Hough, consultada pela Associated Press.
Tal tremor também não provocaria um tsunami ou poderia ser sentido na costa leste dos Estados Unidos, como alerta o especialista interpretado por Paul Giammatti. Mas, segundo Hough, o filme acerta no principal: em algum momento, um grande abalo sísmico voltará a atingir a Califórnia.
Tragédia no Nepal
A vida real pegou a equipe de "Terremoto" de surpresa em abril, quando um forte abalo deixou mais de 8 mil mortos no Nepal. A campanha de divulgação do filme, que já tinha começado, foi suspensa temporariamente e a distribuidora Warner Bros. considerou atrasar a estreia.
No fim, a data de lançamento foi mantida, mas a campanha de marketing voltou com foco nos trabalhos de reconstrução e informações sobre como ajudar os nepaleses.
Segundo Johnson, a preocupação em mostrar "respeito" em relação a desastres reais já estava presente no set. "Era importante para nós que todos os personagens se mantivessem o mais forte possíveis durante a adversidade", afirmou.
"Nos momentos em que a ação tem uma pausa e a plateia pode respirar, tínhamos o cuidado de não fazer piada ou tentar ser engraçado. Preferimos que fossem momentos de emoção, em que eu chorava ou em que algo fazia alguém sorrir."
A preparação para o papel, segundo ele, foi a mais intensa da carreira e envolveu de aprender a operar um helicóptero a pular de paraquedas, além de conversas com integrantes de equipes de resgate e especialistas em terremotos.
"Foi um treinamento intensivo porque nunca fiz um papel assim, com esse nível de detalhe e cuidado. Fiz uma imersão e saí muito grato por poder interpretar um socorrista, e por ter trabalhado com os melhores cientistas e sismólogos", afirmou. "Coexistimos com a mãe natureza e achamos que sabemos o suficiente sobre terremotos. Mas fazer um filme como esse realmente abre os seus olhos."