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Renata Mallet acusa adversários de tentarem calar sua voz na campanha

Ela acusa os adversários Lídice da Mata (PSB), Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT)

Na corrida pelo governo baiano, a candidata do PSTU, Renata Mallet, destaca, em sua mensagem de campanha, a necessidade de mudança no modelo de governo.

Com uma campanha mais limitada de recursos financeiros, ela acusa os adversários Lídice da Mata (PSB), Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT) de “calarem” sua voz ao tentar tirar do ar seus programas de rádio e televisão.

Tribuna da Bahia - Como avalia a campanha até agora? Há favoritos na disputa pelo governo?
Renata Mallet - Há uma grande receptividade a minha candidatura. Nestas eleições assumimos o compromisso de apresentar um programa para mudar de verdade a Bahia. Não é possível combater as injustiças sociais resultantes da desigualdade econômica sem inverter a lógica, romper com os ricos e governar para os trabalhadores. A disputa pelo governo reflete a desigualdade das eleições. Os candidatos que lideram as pesquisas são aqueles que têm mais exposição na mídia, campanhas milionárias e um tempo de TV muito maior que o meu. Mesmo com tudo isso, Paulo Souto, Rui e Lídice têm buscado calar minha voz tentando tirar meus programas de TV e rádio do ar. Apesar das trocas de farpas, os três defendem o mesmo projeto de continuar governando a Bahia ao lado dos ricos.

Tribuna - A senhora acredita que a eleição será definida em dois turnos?
Mallet - Com um mês inteiro de campanha pela frente, acredito que é cedo demais para apontar qual o resultado do dia 05. De minha parte, como já venho dizendo durante a campanha, posso afirmar que Souto, Rui e Lídice, caso cheguem ao segundo turno, não contarão com meu apoio.

Tribuna - Qual o principal erro e acerto do governo Jaques Wagner?
Mallet - Estivemos na oposição ao governo Wagner desde o primeiro dia do seu primeiro mandato. Para vencer as eleições, Wagner e o PT optaram por alianças com partidos dos ricos e antigos parceiros do Carlismo. No mandato traiu as expectativas dos trabalhadores com um governo que contribuiu para manutenção das desigualdades na Bahia. Os professores e o funcionalismo público estadual de modo geral sentiram o sabor amargo dessa traição.

Tribuna - O que fazer para acabar com a sensação de insegurança na Bahia?
Mallet - Primeiro é preciso dizer que o problema da segurança pública na Bahia não começou com o governo do PT. O carlismo e Paulo Souto são corresponsáveis pela atual situação. É necessário deixar de encarar a segurança pública como uma questão de guerra. Hoje o povo pobre e em especial a juventude negra são tratados sempre como potenciais criminosos pela polícia. Há um tribunal de rua na periferia de Salvador e outras cidades do estado onde muitas vezes os policiais aplicam a pena de morte para nossos jovens. É preciso acabar com esse genocídio mudando a estrutura de polícia. Como governadora vou lutar por uma lei nacional que desmilitarize a polícia criando uma Polícia Civil única mais transparente, democrática, que dialogue e não enfrente os trabalhadores e o povo pobre.

Tribuna - O que deve ser colocado como prioridade pelo próximo governador do estado?
Mallet - A prioridade deve ser uma mudança real nas condições de vida dos trabalhadores que são a absoluta maioria da população da Bahia. É preciso investir já 10% do PIB da Bahia em saúde e educação para mudar pra valer o acesso de quem mais precisa desses direitos tão preciosos. Dinheiro existe, o problema é que os recursos que faltam para investir em melhorias para a população vão parar no bolso dos ricos e dos políticos. Defendo a redução do salário do governador, secretários e deputados e o fim dos privilégios aos políticos.