Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador, Primaz do Brasil, falará sobre a luta para restauração do Palácio Arquiepiscopal, construção do século XVIII que completará 300 anos no próximo ano, nesta quinta-feira (29), às 16 horas, no Salão Nobre do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). A palestra faz parte da programação do ciclo de debates “Três novos endereços de Cultura”, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), que se encerra em agosto.
Para Dom Murilo, no Palácio da Sé de Salvador se encontram o passado, o presente e o futuro. “Desde que assumi a responsabilidade pela Arquidiocese de São Salvador da Bahia, em março de 2011, notei que o Palácio Arquiepiscopal tem toda uma simbologia própria: ali se encontram o passado – penso, por exemplo, nos meus antecessores que ali moraram e trabalharam –, o presente – vejo o Palácio como um sinal da presença da Igreja Católica no Centro Histórico da cidade – e o futuro – ele pode e deve continuar servindo à nossa Arquidiocese, à Bahia e ao País”, afirma.
O arcebispo destaca que “mais do que restaurá-lo, o que já seria muito importante, dado o seu valor e a sua beleza, penso no aproveitamento de seus espaços para o resgate de documentos de nossa História, para possibilitar aos visitantes uma viagem à História da Igreja no Brasil e para que, como Arcebispo Primaz, eu tenha um lugar especial para trabalhar e, em determinadas ocasiões, receber autoridades, pessoas e grupos”, disse.
A restauração do imóvel é uma luta contínua do religioso, “para conseguir que o Palácio da Sé seja restaurado, já participei de inúmeras reuniões e encontros, fiz viagens, tive um grande número de contatos e dei ‘mil e um’ telefonemas. Tudo indica que o começo da restauração esteja próximo. Os passos que foram e estão sendo dados para que a restauração aconteça não seguem o ritmo que eu gostaria que tivessem; seguem o ritmo possível”, revelou.
História do Palácio
O Palácio Arquiepiscopal de Salvador, também conhecido como Palácio do Arcebispado de Salvador, Palácio Arquiepiscopal da Sé, localiza-se na Praça da Sé, na zona histórica do Pelourinho, foi construído no início do século XVIII e é um dos melhores exemplos de arquitetura civil do período colonial no país.
Em 1705, uma carta régia autoriza a construção de uma residência para os arcebispos no Terreiro de Jesus, perto da Igreja Jesuíta de Salvador. Em 1707, decide-se pelo uso de outro terreno, ao lado da antiga Sé da cidade, onde se encontrava uma ermida da Irmandade de São Pedro dos Clérigos, quando as obras têm início e são concluídas em 1715. O palácio foi tombado pelo IPHAN em 17 de junho de 1938.
A Arquidiocese de Salvador encaminhou, há mais de dois anos, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), projeto de restauração do imóvel e aguarda, já há algum tempo, deliberação a respeito.