Com aparência bem diferente do que foi no passado por conta da degradação, o famoso Cine Tupy, localizado na Baixa dos Sapateiros, continua funcionando e mantendo um público fiel.

O espaço se transformou num pulsante centro de encontros de travestis, homossexuais, garotas de programa e demais espectadores, que são atraídos pela programação exclusivamente erótica. 

Inaugurado em 31 de julho de 1956, com um prédio estilo modernista, o Cine Tupy virou sensação da cidade nos anos 70 quando foi remodelado pelo famoso artista plástico César Romero.  

A parte interna do prédio ainda dá uma dimensão de como era imponente e futurista para época o velho cinema. 

Bem movimentado

Trabalhando há 13 anos como bilheteira, Jaciara Santana, ressaltou que diariamente pelo menos 200 pessoas assistem aos dois filmes eróticos que são exibidos das 10h às 18h30.

Com apenas uma única sala, os clientes podem assistir a duas sessões com o preço de uma, pelo valor de R$6, 50. Mulher acompanhada não paga.

O cinema funciona de segunda a segunda, sendo que os dias de maior movimento são os sábados e domingos. 

A equipe da Tribuna esteve ontem no local, observando o entra e sai dos clientes. Em cartaz ,“Pares Perfeitos e Brincadeiras por Prazer”.

Passando pela porta de acesso a uma ante-sala, dois homens jogavam dominó enquanto esperavam por clientes.

Para muitos que frequentam o cinema, o local serve para paquerar e descansar, como informou o operador de máquinas Genivaldo Crispim de Souza, 70 anos, com um sorriso largo no rosto.

“Frequento o local uma vez por mês. Aproveito que venho visitar meus filhos e assisto aos filmes”, disse ele, que reside em Feira de Santana.

“O ambiente é  agradável e discreto. Aqui temos a liberdade que procuramos. Além de assistir aos filmes, aproveito para paquerar. Já conseguir arrumar um amor aqui no Tupy”, declarou o agente de viagem Carlos Fernandes, 51 anos. 

O espaço que é administrado pela Oriente Filmes vai passar por reforma internas. Segundo funcionários, as cadeiras serão trocadas, além da pintura e reforma do banheiro.  

*Matéria de Leidiane Brandão publicada na versão impressa da Tribuna da Bahia