A  historiadora Consuelo Pondé de Sena, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, fala sobre a trajetória de Antonio Balbino, grande político, jornalista e advogado, “homem de muitas atividades, cursou a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, fez pós-graduação de economia e política na Sorbonne, em Paris (França), foi ministro de Saúde, na década de 70 afastou-se do cenário político”, contou.
 

De acordo com a historiadora “iria inaugurar o Teatro Castro Alves quando incendiou e Antonio Balbino chorou muito vendo o incêndio do teatro e não foi inaugurado”, afirmou Consuelo, destacando que o governo de Balbino foi uma administração inovadora na esfera de economia e administração, pois ele criou a Comissão de Planejamento Econômico (CPE).
 

Pode-se afirmar que no governo de Antonio Balbino foram criadas grandes empresas para o desenvolvimento do estado, conforme a descrição da historiadora como a Fundagro, destinada ao fomento agrícola; a Coelba, por longos anos  geriu a distribuição energética no estado, sendo privatizada por Paulo Souto; a Mafrisa, destinada a higienizar os frigoríficos e matadouros; a Caseb, para regular a produção; a Tebasa, companhia telefônica, depois rebatizada como Telebahia e já privatizada; o Banco de Fomento do Estado da Bahia, e o Pamese, instituto previdenciário, depois transformado no Iapseb, e a Maternidade Tsyla Balbino. 
 

Segundo o ex-governador Waldir Pires “o governo Antonio Balbino terá sido provavelmente o governo mais importante da segunda metade do século XX”, na medida em que a Bahia vinha de um processo que resultou em uma de “certa paralisia econômica”, que foi contornada pela gestão de Balbino.

“Sendo ele um progressista, e encontrando como companheiro o economista baiano Rômulo Almeida, que foi seu Secretário da Fazenda, mas, sobretudo, um homem do planejamento, a Bahia apresentou uma mudança significativa”. 

 

FAMÍLIA - A neta de Antonio Balbino, que leva o mesmo nome da avó e da mãe, Tsylla Balbino, relembra com ternura os anos de sua vida que conviveu com o avô que a chamava “minha Tsylla neta”: “tive a sorte de ter uma convivência estreita com ele durante quase trinta anos.

Um homem simples, extrovertido, mas de uma generosidade  enorme e tudo na família girava em torno dele.  Nas férias dos netos fazia questão de estar ao lado deles”, contou. Tsylla  se emociona ao lembrar do avô intelectual,  “uma frase que usava muito era : 'não conte para ninguém esta conversa que a gente teve`. E assim também era com os netos, fazia questão de ter uma sensação de segredo”, concluiu.

 

PROGRAMAÇÃO - Hoje (19) às 9h30  haverá uma sessão especial  do Centenário de Antonio Balbino, na Assembleia Legislativa. A Fundação Pedro Calmon (FPC), também realiza uma exposição itinerante e um seminário. 
 

Na Biblioteca Pública do Estado da Bahia - Barris, acontece o Seminário Centenário Antonio Balbino. Serão dois dias de programação com abertura na terça-feira (24), com palestra do ex-governador Waldir Pires. Marcará presença Tsylla Balbino, filha do ex-governador, que assinará o documento de doação de acervo da família à FPC.

Já na quarta-feira (25), paralelo ao seminário acontece a exposição itinerante,  no dia 24 de abril será aberta ao público, denominada “Antonio Balbino: Ideias e Realizações”, no Palácio Rio Branco e poderá ser visitada até o dia 20 de maio. Acontece também no dia 23, no Istituto Geográfico e Histórico da Bahia, às  18 horas, o lançamento de um catálogo com discurso e prefácio feitos pelo jornalista e político Sebastião Nery, tendo como palestrante o ex-governador Waldir Pires.