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Você já viu uma maçã de elefante?

Ela veio da Ásia para o Brasil, trazida pelos portugueses

Foto: Alberto Oliveira

Árvore em Vitória, Espírito Santo

A maçã-de-elefante, também chamada de maçã de elefante, fruta-cofre, árvore-do-dinheiro, dilênia ou flor-de-abril é conhecida, cientificamente, como Dillenia indica, da família Dilleniaceae.

Originalmente, é nativa da Ásia tropical, especialmente da Índia e regiões vizinhas, onde ocorre em florestas tropicais úmidas.

No Brasil, embora seja exótica, já se encontra cultivada ou espontânea em hortos, parques e zonas urbanas de algumas cidades, tanto por sua beleza quanto pelo interesse ornamental.

O nome “maçã-de-elefante” deriva possivelmente do tamanho ou da aparência robusta do fruto, embora não haja relação direta com elefantes no consumo.

A árvore de maçã-de-elefante normalmente apresenta tronco reto e copa volumosa. (Wikipédia) As folhas são grandes, caracteristicamente enrugadas ou corrugadas, o que lhe confere valor ornamental.

As flores da espécie aparecem solitárias, podendo surgir em ramos terminais ou laterais, de coloração amarela ou alva, frequentemente perfumadas.

Quanto aos frutos, eles são cápsulas globosas, pêndulas, com pericarpo relativamente duro e fino. (Wikipédia) O cálice floral, que envolve a estrutura, torna-se carnoso quando o fruto amadurece. (Wikipédia) No interior, há numerosas sementes envolvidas por uma polpa gelatinosa.

A espécie é considerada de frutificação “indecisa” (isto é, a cápsula não se abre espontaneamente no amadurecimento) e permanece fechada até ser manipulada ou deteriorada.

Usos tradicionais e gastronomia

Embora não seja amplamente consumida in natura, as partes comestíveis da maçã-de-elefante têm sido usadas em diferentes preparações:

As sépalas (as “folhas” exteriores que envolvem o fruto) podem ser consumidas cruas ou cozidas, ou usadas para fazer geleias e sorvetes.

A polpa gelatinosa é incorporada a curries, doces, xaropes e compotas.

Em algumas culturas asiáticas, utiliza-se a polpa em chutneys ou preparações ácidas.

No Brasil, há indicações de uso local, embora restrito, em doces e geleias regionais.

Um estudo destacou que o fruto apresenta teor proteico superior ao de muitas outras frutas comuns, o que pode indicar um diferencial nutricional para aplicação em sucos ou outros derivados alimentícios.

Usos medicinais e populares

Entre usos tradicionais, especialmente na medicina popular, atribuem-se à maçã-de-elefante propriedades como:

-- Auxílio digestivo, combate a vermes intestinais e melhoria em casos de disenteria.

-- Ação anti-inflamatória e analgésica para dores musculares ou reumáticas.

-- Uso tópico de preparações com o fruto para tratar pontos doloridos.

Muitos desses usos são baseados em tradição ou literatura de divulgação -- nem sempre apoiados por ensaios clínicos robustos.

Madeira e uso ornamental

Além dos usos alimentares e medicinais, a maçã-de-elefante também oferece:

-- Madeira de cerne denso e resistente, utilizada em construções civis ou marinhas em algumas regiões.

-- Valor ornamental: pelas folhas grandes, flores vistosas e frutos decorativos, é usada em parques, jardins e arborizações especiais.

No Brasil, por exemplo, há relatos de árvores de maçã-de-elefante em parques urbanos, como no Parque do Ibirapuera ou em praças públicas, como em Vitória, Espírito Santo.

Propagação e cultivo

Embora o cultivo da espécie não seja particularmente complexo, é necessário manejo adequado de solo, luminosidade e proteção contra pragas.

No cultivo comercial, a adaptação ao clima brasileiro, tolerância a solos locais e resistência a doenças ainda são temas pouco difundidos em pesquisas formalizadas.

Potencial de valorização

Dadas as propriedades nutricionais favoráveis -- por exemplo, teor protéico comparativamente elevado para uma fruta -- e o uso tradicional consistente em várias culturas, a maçã-de-elefante pode representar uma oportunidade para inovação agroalimentar:

-- Produção de sucos funcionais ou bebidas mistas com valor agregado.

-- Desenvolvimento de cosméticos ou extratos bioativos, diante das propriedades medicinais atribuídas.

-- Uso paisagístico valorizado em projetos de arborização com ênfase ornamental e frutífera.