Nordeste / Política

Governadores querem vender ao País produtos que Trump tarifa

Eles se reuniram em Assembleia do Consórcio Nordeste

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Governadores do Nordeste se reuniram com Lula para propor ações contra tarifas dos EUA, como compras governamentais e crédito a exportadores. Prefeitos também solicitaram apoio, diante de perdas com frutas estocadas. Medidas incluem compensações, incentivos à produção e proteção ao emprego. Lula deve anunciar respostas federais.

Governadores do Consórcio Nordeste se reuniram, nesta quarta-feira (6), em Brasília, com o presidente Lula, para debater as possíveis medidas estaduais e regionais contra o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos.

Entre as medidas apresentadas pelos gestores estaduais estão a proposta que o governo federal compre os produtos afetados, além do oferecimento de linhas de crédito. Os pontos foram discutidos durante a 3ª Assembleia Geral Ordinária do Consórcio Nordeste.

Participaram do encontro o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles, os governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia), Carlos Brandão (Maranhão), Raquel Lyra (Pernambuco), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte) e Fabio Mitidieri (Sergipe), além dos vice-governadores Jade Romero (Ceará) e Ronaldo Lessa (Alagoas).

Os Estados Unidos são o terceiro na lista de países que mais recebem exportações do Nordeste. São cerca de 12% da produção, sendo as frutas o principal material enviado.

Com o acúmulo de produtos estocados nos armazéns de pequenos e grande produtores na região, os governadores buscam do governo federal um auxílio para evitar o desemprego, além de amparo para que as empresas não sintam o impacto das tarifas.

Municípios buscam alternativas

Apesar dos esforços das unidades federativas, os municípios também veem com preocupação a situação dos produtores locais. 

O prefeito de Petrolina, no Sertão, Simão Durando, por exemplo, participou de uma reunião promovida pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O encontro ocorreu nesta quarta-feira (6) e o prefeito de Petrolina disse a Alckmin que só neste mês, mais de 50 mil toneladas de frutas da região estão prontas para exportação, com valor estimado em R$ 480 milhões.

“Se não tivermos uma resposta rápida, mais de 70% desse volume pode ser perdido. E o mercado interno não absorve toda essa produção”, contextualizou. Alckmin, por outro lado, se comprometeu a tratar do assunto com outros ministros.

Nas redes sociais, Durando informou que foi entregue uma carta proposta à equipe do ministro pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), com ações esperadas.

Entre elas, estão:

-- Compensação financeira por eventuais perdas na arrecadação municipal

-- Diversificação da matriz produtiva, com incentivo ao desenvolvimento de novas atividades econômicas e novos mercados

-- Compras governamentais dos produtos

-- Ampliação dos prazos de crédito rural por parte dos bancos públicos

-- Plano de proteção dos empregos das atividades afetadas, nos moldes do que foi feito durante a pandemia da Covid-19

Na reunião da Assembleia, os governadores listaram algumas medidas que seriam prioritárias para os estados. A principal dela seria a compra governamental de produtos, como frutas e sal, para criar um estoque, apesar de não haver menção quanto a distribuição.

Outro ponto seriam linhas de crédito mais acessíveis, principalmente ao pequeno e microempreendedor exportador.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula apresentaria uma lista de medidas ainda nesta quarta-feira (6).