
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos nessa quarta-feira (30 de julho) a produtos brasileiros "é uma medida unilateral que afeta contratos, investimentos e prejudica a relação entre os dois países", disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
A Ordem Executiva assinada pelo presidente Donald Trump, traz 694 exceções, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes.
Também ficaram de fora do tarifaço produtos como polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.
Mercadorias que estão em trânsito para os Estados Unidos também ficarão de fora da taxação.
No entanto, café, frutas e carnes não estão entre as exceções aplicadas pelos Estados Unidos e serão taxados em 50%.
Segundo o governador baiano, as exceções à tarifa mostram que ainda há espaço para o diálogo.
Ele anunciou a realização de novas reuniões com o setor empresarial e representantes de outros estados e do Governo Federal para avaliar os impactos e quais medidas adotar.
Na segunda-feira (4 de agosto), Jerônimo Rodrigues se reunirá com representantes da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), com a qual já havia criado um grupo de trabalho. Na terça-feira (5) e na quarta-feira (6), em Brasília, participará de encontros do Consórcio Nordeste e com o Governo Federal.
O objetivo é adotar medidas em conjunto para minimizar os impactos das tarifas e garantir proteção à empresas e trabalhadores dos setores envolvidos.
Segundo a FIEB, cerca de 8,3% das exportações da Bahia têm os Estados Unidos como destino, com produtos como celulose, derivados do cacau e pneus.
A SEI-Superintendência de Estudos Econômicos estima uma redução de até US$ 643,5 milhões nas exportações baianas e impacto potencial de R$ 1,8 bilhão na economia do estado.
As consequências são perda de competitividade dos produtos baianos no mercado norte-americano, com potencial redução de faturamento e comércios em segmentos-chave como celulose e cacau processado; risco de desemprego e paralisação de atividades, especialmente em setores exportadores.
Fiesp lamenta
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lamentou a oficialização da cobrança de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.
“Acreditamos que o continuado diálogo entre as autoridades dos dois países levará à eliminação da sobretaxa e ao aproveitamento das inúmeras oportunidades em benefício de nossas populações”, diz, em comunicado.