Bahia / Economia

Gasolina pressiona a inflação na Região Metropolitana de Salvador

Em junho, inflação da RM Salvador fica em 0,29%

Foto: LEIAMAISba
Os preços dos combustíveis subiram 2,24%
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A inflação na Região Metropolitana de Salvador foi de 0,29% em junho, acima da média nacional (0,24%), com destaque para altas em transportes (1,04%) e vestuário (1,46%). O IPCA acumula 3,00% no semestre e 5,23% em 12 meses. O INPC foi de 0,17% no mês e 5,06% em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,29% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), no mês de junho, aumentando menos do que no mês anterior (maio), quando havia sido de 0,35%. Ainda assim, ficou bem acima do registrado em junho de 2024, que havia sido uma deflação de -0,04%.

A inflação de junho na RM Salvador se manteve acima da verificada no Brasil como um todo (0,24%) e continuou a 6ª maior entre os 16 locais pesquisados separadamente pelo IBGE. No mês, 15 deles tiveram aumentos médios de preços, liderados pelo município de Rio Branco/AC (0,64%) e as regiões metropolitanas de Belo Horizonte/MG (0,53%) e Fortaleza/CE (0,37%). O município de Campo Grande/MS (-0,08%) foi o único local com deflação.

Com o resultado do mês, o IPCA da RM Salvador acumula alta de 3,00% no primeiro semestre de 2025. Está discretamente acima do índice nacional (que é de 2,99%) e é o 10º entre as 16 áreas, num ranking encabeçado pelo município de Aracaju/SE (3,45%) e pelas RM Belém/PA (3,39%) e Belo Horizonte/MG (3,38%).

Nos 12 meses encerrados em junho, a inflação na RM Salvador voltou a acelerar, acumulando alta de 5,23% (frente a 4,89% nos 12 meses encerrados em maio). Também continuou abaixo da registrada no Brasil como um todo (5,35%) e é apenas a 11ª mais elevada entre os 16 locais.

A inflação de junho na Região Metropolitana de Salvador (0,29%) foi resultado de altas em seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA.

Com o segundo maior aumento no mês, o grupo transportes (1,04%) voltou a apresentar alta após duas deflações seguidas e exerceu a pressão inflacionária mais forte. Ele foi puxado principalmente pelos combustíveis (2,24%), sobretudo a gasolina (2,64%), mas teve influência importante também do aumento no preço do transporte por aplicativo (9,25%, o terceiro maior entre todos os produtos e serviços que entram no cálculo da inflação, na RMS).

Apesar da alta recente, os transportes têm o menor aumento acumulado no primeiro semestre de 2025 (1,08%), entre os grupos que compõem o IPCA.

Outra pressão de alta importante no custo de vida em junho, na RMS, veio do vestuário, que teve o maior aumento médio de preços entre os grupos (1,46%), puxado pelas roupas (1,72%), tanto femininas (1,77%) quanto masculinas (1,64%) - neste último caso, com destaque para as camisas/camisetas (2,26%). 

Ainda assim, o grupo vestuário tem o segundo menor aumento acumulado no primeiro semestre de 2025 (1,50%).

Dentre as três deflações de junho, a dos artigos de residência (-0,86%) foi a mais profunda e a que mais ajudou a segurar o IPCA, na RM Salvador. Foi puxada principalmente pelos móveis e utensílios (1,14%), sobretudo os móveis para quarto (-1,56%) e para sala (-1,63%). 

O artigos de residência são o único grupo, dentre os nove do IPCA, com queda média de preços no acumulado no primeiro semestre de 2025, na RMS (-0,46%).

Com uma primeira deflação depois de oito meses registrando altas de preços, os alimentos (-0,05%) também contribuíram de forma significativa para a desaceleração do custo de vida, na Região Metropolitana de Salvador, em junho. 

A queda foi puxada pelos produtos comprados para consumo no próprio domicílio (-0,24%), uma vez que a alimentação fora de casa teve aumento importante (0,50%). O pão francês (-1,94%), o arroz (-3,97%) e o tomate (-4,74%) estiveram entre as principais quedas de preços. 

Ainda assim, o grupo alimentação e bebidas ainda tem o segundo maior aumento acumulado no primeiro semestre de 2025, na RM Salvador (4,81%), menor apenas do que o registrado para o grupo educação (5,16%).

Nos seis primeiros meses do ano, 9 dos 10 produtos que mais aumentaram foram alimentos comprados para consumo em casa, liderados pela manga (98,43%), pela cebola (62,18%) e pelo tomate (51,23%). O único item não alimentício nesse top-10 é o transporte por aplicativo, em 6º lugar (20,17%).

Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Região Metropolitana de Salvador também retomou a trajetória de desaceleração e ficou bem abaixo do IPCA, em 0,17%. Também foi menor do que o registrado no Brasil como um todo (0,23%) e o 11º entre os 16 locais pesquisados. 

O INPC mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), sendo a pessoa responsável pelo domicílio assalariada.

No acumulado no primeiro semestre de 2025, o índice da RMS está em 3,11%, ainda acima do nacional (3,08%) e o 8º maior do país. Já nos 12 meses encerrados em junho, o INPC da RM Salvador acumula alta de 5,06% e é apenas o 13º, dentre os 16 locais, mantendo-se abaixo do índice do Brasil (5,18%).