
Segundo informações da imprensa israelense, o Catar transmitiu a Israel a mensagem de que o Hamas já prepara os reféns para a libertação.
Ainda de acordo com oficiais do Catar, o próprio Hamas já estaria se preparando para o cessar-fogo.
Dustin Stewart, assistente do Enviado para Assuntos de Reféns do governo dos Estados Unidos, disse em conversa com familiares dos reféns israelenses que há pressão contínua por parte de Washington sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“Estamos conversando com Bibi (apelido do premiê israelense) de forma muito clara; ele precisa buscar um acordo agora e ser flexível sempre que possível”.
Ainda durante a reunião com os familiares dos reféns, Stewart reforçou a posição de Trump: o presidente norte-americano quer o fim da guerra.
O Hamas divulgou um comunicado curto em que diz concordar com a libertação de dez reféns israelenses como parte do processo de negociação em curso em Doha, no Catar.
Mas, ainda segundo o Hamas, as questões fundamentais seguem em discussão: a entrada de ajuda humanitária, a retirada de Israel da Faixa de Gaza e garantias para um cessar-fogo permanente.
Ou seja, não fica claro na declaração quando esses reféns serão libertados ou se o Hamas apenas está confirmando o próprio plano de cessar-fogo em negociação.
Esse plano determina mesmo a libertação de dez dos 20 reféns israelenses que ainda estão vivos e são mantidos em cativeiro pelo Hamas há mais de 640 dias.
Ao mesmo tempo, um alto funcionário israelense disse em Washington que o acordo de cessar-fogo pode ser alcançado num prazo entre uma e duas semanas, não nos próximos dias.
Ele disse ainda que, durante o período de acordo em vigor, com duração de 60 dias, Israel vai propor ao Hamas uma trégua permanente. Mas, para isso acontecer, será preciso que o grupo terrorista palestino aceite se desarmar.
Este oficial afirma que, caso o Hamas não aceite essa condição, Israel vai seguir em frente com a operação militar.
Na Faixa de Gaza
Uma operação militar intensa está em curso em diversos pontos da Faixa de Gaza, inclusive em Beit Hanoun, no norte, onde três dias atrás cinco soldados israelenses foram mortos pelo Hamas.
Esta é a quarta vez em que as forças israelenses atuam em Beit Hanoun. Segundo a imprensa local, para além dos objetivos militares, o foco também é permitir que os moradores de duas comunidades no sul do território possam regressar a suas casas.
As comunidades israelenses próximas à fronteira de Gaza foram as mais atingidas pelos ataques do Hamas de 7 de Outubro de 2023 que deram início à guerra ainda em curso.
O Exército de Israel também atua em outros pontos importantes do enclave palestino, como a Cidade de Gaza, ao norte, e Khan Younis, ao sul. A área no entorno do Hospital Nasser, em Khan Younis, também foi atacada.
O Israel de Fato entrou em contato com uma fonte militar que confirmou a intensificação dos ataques “antes de um possível cessar-fogo“.
Nos Estados Unidos, após dois encontros entre Trump e Netanyahu, ainda não houve anúncio sobre um acordo. Em Doha, no Catar, há avanços nas negociações, mas num ritmo mais lento do que se esperava.
O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, é aguardado em Doha, mas ainda não deixou o país. Ele neste momento encontra-se na Flórida.
Em Israel, há informação de que a reunião de governo que estava marcada para domingo foi transferida para terça-feira. Isso aumenta as especulações de que Netanyahu pode cancelar o retorno a Israel que estava previsto para ocorrer amanhã e pode vir a decidir permanecer nos EUA durante o final de semana.