Palco

Espetáculo lança um olhar lírico sobre o corpo negro feminino

Na narrativa, a trajetória de uma menina negra, que transita entre infância, maturidade e ancestralidade

Foto: Diney Araújo | Divulgação
Uma fábula poética sobre o feminino negro

O espetáculo “Meus Cabelos Baobá” chega a Salvador para curta temporada de 9 a 13 de julho de 2025, no Teatro Sesc Casa do Comércio.

A encenação é assinada por Fred Soares, que dirige o espetáculo ao lado de Luiz Antonio Sena Jr., e conta com dramaturgia da carioca Fernanda Dias.

Os ingressos para a temporada variam entre R$ 10 e R $50 e os bilhetes podem ser adquiridos no Sympla.

Em cena, as atrizes Luana Xavier, Márcia Limma e Meniky Marla conduzem o público por uma fábula poética sobre o feminino negro, acompanhadas das musicistas Aisha Aráujo, Ingride Nascimento, Ivone Jesus e Meg Azevedo, que assinam a trilha sonora ao vivo. A peça é um rito de passagem e celebração ancestral que tem como símbolo central o baobá — árvore sagrada que representa força e sabedoria. 

Na narrativa, a trajetória de uma menina negra, que transita entre infância, maturidade e ancestralidade, é apresentada como uma jornada coletiva e espiralar. Inspirada pelas mitologias africanas e pela escrita potente de Conceição Evaristo, a obra costura canto, dança, memória e resistência.

No foyer do teatro, o público poderá visitar a exposição digital “A Força do Sagrado Feminino”, do artista visual Dodô Villar. A mostra ambienta o espaço com imagens que dialogam diretamente com a atmosfera da peça, preparando os espectadores para a experiência cênica.

Nascido em Itabuna e radicado em Salvador, Dodô Villar desenvolve um trabalho sensível e poético, em que memória, deslocamento e ancestralidade se entrelaçam, convidando ao encontro entre imagem e afeto.

Narrativas de resistência e celebração

“Meus Cabelos de Baobá” lança um olhar lírico e político sobre o corpo negro feminino como território de luta e reinvenção. A montagem propõe um mergulho nas experiências de mulheres negras que, mesmo diante das adversidades impostas pelo racismo estrutural, reafirmam sua potência, espiritualidade e poder de transformação.

A árvore sagrada do título, o baobá, é mais que metáfora: é presença, guia, é raiz. A menina que dialoga com ela aprende a transformar marginalizações em coroa, solidão em realeza, silêncio em canto.

Trilhando um caminho que vai da infância ao trono simbólico da mulher negra rainha, a peça costura vivências muitas vezes ignoradas por outras narrativas, e encontra no corpo negro – dançante, sensível, ferido e sagrado – a escrita de um novo tempo.

Anote

Datas: 9, 10, 11, 12 e 13 de julho
Horário:  
-- Quarta, quinta e sexta-feira, 20h
-- Sábado, 17 e 20h
-- Domingo, 16 e 19h

Local: Teatro Sesc Casa do Comércio (Av. Tancredo Neves, 1109)
Entrada: De 10 a R$ 50