Brasil / Economia

Cesta básica de alimentos fica
mais cara em 14 capitais do País

Orçamento das famílias continua pressionado pelo preço dos alimentos

O custo da cesta básica aumentou em 14 das 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no mês de março de 2025, com destaque para as elevações nas capitais da Região Sul.

São Paulo apresentou o maior valor do país, com R$ 880,72, enquanto os menores custos foram registrados em capitais do Nordeste.

A elevação dos preços de itens como café, tomate e leite impactou diretamente o orçamento dos trabalhadores que recebem um salário mínimo.

A pesquisa do DIEESE é considerada um dos principais termômetros do poder de compra da população brasileira e serve como base para estimativas como o valor do salário mínimo ideal.

Com base na cesta mais cara do país, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário em março de 2025 deveria ser de R$ 7.398,94 — ou 4,87 vezes o salário mínimo oficial de R$ 1.518.

Os dados divulgados pelo DIEESE em abril de 2025 revelam um cenário de pressão inflacionária sobre os alimentos, com impacto direto no orçamento das famílias de baixa renda.

Enquanto produtos como café e carne bovina se mantêm em alta por fatores globais e sazonais, a oscilação de outros itens, como tomate e arroz, reflete a instabilidade da produção agrícola interna. Políticas públicas de abastecimento, estoques reguladores e incentivo à produção familiar podem ser estratégias necessárias para mitigar os impactos futuros sobre o custo da alimentação essencial no país.

Maiores altas

As maiores variações mensais foram registradas em:

-- Curitiba: +3,61%
-- Florianópolis: +3%
-- Porto Alegre: +2,85%

Essas capitais da Região Sul foram afetadas principalmente pela forte alta do tomate e do café, itens com peso significativo na composição da cesta básica.

Capitais com queda

As reduções mais expressivas ocorreram no Nordeste:

-- Aracaju: -1,89%
-- Natal: -1,87%
-- João Pessoa: -1,19%

Esses recuos se explicam, sobretudo, pela queda no preço do tomate e do leite em algumas dessas capitais.

Em todas as capitais pesquisadas, o custo da cesta aumentou entre março de 2024 e março de 2025. A maior alta foi observada em Fortaleza, com 9,69%. Já Porto Alegre teve a menor variação no período: 1,83%.

No primeiro trimestre de 2025, a cesta subiu em todas as cidades, sendo Salvador a que registrou o maior aumento acumulado: 8,51%.

Em março, o trabalhador precisou, em média, de 106 horas e 19 minutos para comprar os alimentos da cesta — mais do que em fevereiro de 2025 (104h43min), mas menos do que em março de 2024 (108h26min).

O comprometimento da renda líquida com alimentação básica também aumentou: 52,24% em março de 2025, ante 51,46% em fevereiro.

Café em pó

O preço do café subiu em todas as capitais, impulsionado pelos baixos estoques globais. A maior alta mensal foi em Belém (14,48%). No acumulado de 12 meses, os destaques foram:

-- Goiânia: +134,38%
-- Brasília: +125,29%
-- Vitória: +116,28%

Tomate

Alta expressiva no Sul, influenciada pela menor oferta na safra de verão:

-- Florianópolis: +61,13%
-- Curitiba: +52,13%
-- Porto Alegre: +49,68%

Reduções no Nordeste:

-- Natal: -19,39%
-- João Pessoa: -18,61%
-- Recife: -15,89%

Leite Integral

Subiu em 10 capitais, com Vitória registrando a maior alta (+9,05%). Em 12 meses, os maiores aumentos foram em:

-- Natal: +21,98%
-- Aracaju: +18,18%
-- Vitória: +16,69%

A entressafra e a demanda mantida explicam as elevações.

Carne bovina de primeira

Redução em 15 capitais, com destaque para:

-- Aracaju: -4,18%
-- São Paulo: -0,60%

Mas em 12 meses, o preço aumentou em todas as cidades:

-- Fortaleza: +29,44%
-- São Paulo: +28,17%
-- Brasília: +27,31%

Arroz agulhinha

Queda em 15 capitais. Principais reduções:

-- Fortaleza: -7,21%
-- Porto Alegre: -0,17%

Acumulado em 12 meses:

-- Goiânia: -10,30%
-- Porto Alegre: -8,83%
-- Recife: -8,58%

Óleo de soja

Preço caiu em 13 capitais, com Fortaleza liderando as quedas: -6,17%. Em 12 meses, porém, o óleo subiu em todas:

-- Campo Grande: +41,82%
-- Recife: +24,90%