
Simone Rodrigues Pinto
O Observatório de Desaparecimento de Pessoas no Brasil (Obdes) será lançado sexta-feira (28 de março), em Brasília, fruto de parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A cerimônia de instalação simbólica do observatório ocorrerá às 10 horas, no auditório da Reitoria da UnB, e será seguida de palestra do ex-secretário executivo adjunto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Ariel Dulitsky, sobre a responsabilidade internacional do Brasil no campo do desaparecimento forçado.
66 mil desaparecidos
Em 2024 mais de 66 mil pessoas desapareceram no Brasil, de acordo com os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Entre os desaparecidos predominam crianças e adolescentes, além de integrantes de outros grupamentos vulneráveis da população, como indígenas, idosos, pessoas em situação de rua, comunidade LGBTQIA+ e jovens negros residentes em áreas periféricas das cidades brasileiras.
O Obdes soma-se à Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, com o objetivo específico de aprimorar o conhecimento sobre o desaparecimento de pessoas no País, mediante pesquisas eminentemente qualitativas, que orientem a adoção de estratégias e políticas públicas inovadoras de combate ao fenômeno.
A coordenadora do observatório, Simone Rodrigues Pinto, acredita que produzir conhecimento sobre as circunstâncias, os atores, as instituições e o perfil das vítimas “constitui um passo importante no processo de definição das ações de enfrentamento e mitigação do desaparecimento de pessoas no Brasil hoje”.