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Projeto realiza ações educativas em terreiros de candomblé na Bahia

"Okàn Dùdù - Conectando Terreiros" promove diálogo, reflexão e conexão entre comunidades e terreiro

Foto: Divulgação
Rodas de conversa abordam temas essenciais para a comunidade de axé
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O Projeto Okàn Dùdù realiza ações educativas em terreiros de candomblé nos dias 15, 22 e 29 de março, fortalecendo a cultura afro-brasileira. Criado por Laísa Gabriela, o projeto promove debates sobre ancestralidade, direitos humanos, diversidade, saúde mental e tecnologia, com foco na coletividade e preservação das tradições.

O Projeto Okàn Dùdù, que significa "Coração Negro" em yorubá, realizará um ciclo de ações educativas em terreiros de candomblé, nos dias15, 22 e 29 de março, promovendo o fortalecimento da cultura, das tradições afro-brasileiras.

As atividades acontecerão nos terreiros Ilê Axé Babá Okê (Bom Jesus dos Pobres), Ilê Axé Babá Egun Ikuladê (Stella Maris),  Ilê Axé Omin Ifan (São Tomé de Paripe) e Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação), reunindo sacerdotes, ogans, ekedis, yawos e abians de diferentes nações, como Angola, Jeje, Ketu, Lessé Egun e Efon.

Criado em abril de 2023, por Laísa Gabriela, o Okàn Dùdù tem como missão reafirmar identidades e preservar memórias da comunidade preta, de candomblé, promovendo debates sobre temas essenciais.

Com uma abordagem interdisciplinar, o projeto articula saberes ancestrais e contemporâneos, conectando o candomblé às questões sociais, como diversidade de culto, direitos humanos, acolhimento a população LGBTQIAPN+, educação, raça e gênero, cultura, legado ancestral, tecnologia e saúde mental. 

“Nossa ideia é fazer o nosso povo se integrar, se conhecer, se abraçar, potencializar a coletividade através destes debates, os quais nos trarão reflexões entre essas comunidades.”, explica Laísa, idealizadora e coordenadora executiva do projeto.

Entre os temas discutidos, estão a desconstrução de estereótipos negativos, como no encontro "Exú não é diabo!" , que combate a demonização de Exú e do candomblé; o protagonismo feminino no "Matriarcado" , destacando a liderança das mulheres pretas dentro da religião; e os desafios da era digital com "De que forma as novas tecnologias impactam nas vivências dentro do candomblé?".

Além disso, a inclusão e o respeito à diversidade são pautados em "LGBTQIAPN+ no candomblé: Como vencer as barreiras do preconceito?" , enquanto a importância do bem-estar da comunidade é abordada em "Saúde mental no candomblé: quem cuida de quem cuida?" e "O acolhimento aos noviços" , que discute os cuidados destinados aos yawòs. Por fim, "Como manter o legado ancestral vivo através das gerações?" traz à tona a necessidade de preservar e transmitir os saberes tradicionais, garantindo a continuidade da tradição.

A primeira edição traz as vivências do povo de axé, indo além do enfrentamento ao racismo, com reflexões sobre coletividade, pertencimento e estratégias para o fortalecimento das comunidades de terreiro. "Nosso objetivo é integrar e conectar nosso povo, promovendo reflexões e a construção de uma dinâmica coletiva. Esta é a primeira edição, mas queremos expandir para outras comunidades e seguir valorizando nossa história e tradição", finaliza Laísa. 

O projeto Okàn Dùdù também prevê a produção de um documentário para o final deste ano e a realização de palestras em escolas, ampliando o impacto das discussões para diferentes espaços da sociedade.

Anote

Ciclo de rodas de conversa do projeto Okàn Dúdù
Data:
15, 22 e 29 de março
Local: Ilê Axé Babá Okê (Bom Jesus dos Pobres), Ilê Axé Babá Egun Ikuladê (Stella Maris),  Ilê Axé Omin Ifan (São Tomé de Paripe) e Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação)
Entrada: Gratuita