Durante a Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (16 de janeiro), uma “caravela” 100% elétrica carregou a imagem de Nosso Senhor do Bonfim desde a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, até a Basílica Santuário Senhor do Bonfim, no Bonfim.
De acordo com o diretor de Turismo da Secult, Gegê Magalhães, a condução da imagem em um veículo 100% elétrico mostra, que além da fé, a preocupação com o futuro do planeta está sempre nas premissas da gestão municipal.
“A cenografia do carro é em formato das caravelas portuguesas, um pedido do padre Edson Menezes, reitor da Basílica, para remeter a chegada da imagem há 280 anos à nossa cidade. Já o veículo, movido a energia solar, foi criado pelo cantor e arquiteto Durval Lélys, e é a primeira vez que desfila no evento”, conta.
Além disso, dois pórticos alusivos aos festejos foram instalados pela pasta na Rua Miguel Calmon, no Comércio, e na Colina Sagrada, no Bonfim. As estruturas também servirão como climatizadores e vão aspergir água benta nos fiéis que percorrerão o trajeto.
Este ano, a Lavagem do Bonfim celebra os 280 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim a Salvador.
Desfile
Ao todo, 79 entidades foram cadastradas junto à Empresa Salvador Turismo (Saltur) para desfilar ou atuar nesta que é uma das festas religiosas mais populares do país. Dentre elas estão o Rixô Elétrico, Ska Reggae, Malê Debalê, Bloco da Saudade, Muzenza, Orixalá e Amor e Paixão.
As entidades, associações culturais, músicos, fanfarras, bloquinhos carnavalescos e demais agremiações ficaram concentradas na Avenida Contorno até a Praça dos Tupinambás, a partir da 0h desta quinta-feira (16).
A saída dos bloquinhos e entidades ocorreu após o Ato de Fé, que será realizado das 8h às 9h na Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio.
Entre as entidades estão os já tradicionais Associação Afoxé Filhos de Gandhy e o bloco Ilê Aiyê; os Blocos Afro Muzenza e Malê Debalê; Bloco Amor e Paixão; a Escola de Samba Filhos da Feira; o grupo percussivo Orixalá, com Gerônimo, e os bloquinhos percussivos Proibido Proibir e Bloco da Saudade.
No início da tarde, o reitor da Basílica Santuário Senhor do Bonfim, padre Edson Menezes, transmitirá uma mensagem da janela central da igreja, na Colina Sagrada, e concederá a todos uma benção. Com a chegada do cortejo da baiana, se concretizará o ponto alto da celebração, que é a lavagem das escadarias da igreja com água de cheiro.
Para o historiador Murilo Mello, um dos fatores que fez com que a Lavagem do Bonfim se tornasse tão popular foi o fato de ter sido uma festa abraçada pelo povo. “A Lavagem do Bonfim não é uma liturgia tão somente católica, é uma liturgia do entendimento do povo. O povo sempre se manifestou no Bonfim mais fora da igreja do que dentro. O ser humano precisa disso para manter a vida, dessa ruptura com o trabalho, com as obrigações. Talvez por ter sido abraçada pelo povo de santo e pelo povo baiano, a Lavagem do Bonfim tenha permanecido viva e tão popular”, afirma.
Água
O Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), por meio de uma parceria com a Embasa, está distribuindo 43.200 mil copos biodegradáveis de água durante o cortejo da Lavagem do Bonfim.
Os postos de hidratação estão localizados na Conceição da Praia, Calçada, no Posto Almeida Couto (quartel do CBMBA), no largo de Roma e na Avenida Dendezeiros, em frente a Auditoria Militar.
Esta é a primeira ação de hidratação da Embasa com copos plásticos biodegradáveis, adotados pela empresa desde dezembro de 2024. Enquanto um copo plástico convencional pode levar até 200 anos para se decompor, os copos biodegradáveis adotados pela Embasa se degradam em cerca de dois anos, reduzindo drasticamente o tempo de permanência no meio ambiente e minimizando os danos causados pelos resíduos plásticos.