Pedro Oliveira

Instituto muda a vida de jovens em Coité


Teatro Santo Antonio

Comprometido em contribuir para a inclusão social de crianças, jovens e adolescentes de 7 a 16 anos de idade que moram no Território de Identidade do Sisal, o Instituto Cultural Alto da Colina (ICAL), anteriormente Associação dos Moradores Alto da Colina (AMAC), atende cerca de 350 crianças que estudam música gratuitamente por meio do projeto Educarte em parceria com a prefeitura local. As aulas são realizadas na sede e em escolas públicas do município, na zona rural.

Fundada em 2007 por Maria Valdete, uma apaixonada por música erudita, a entidade conta com uma megaestrutura física, incluindo um atelier para fabricação de instrumentos musicais extraídos de madeira de sisal, um salão de exposição dos instrumentos, um estúdio de ensaio e gravação, um merengue cultural para lives e transmissões ao vivo, sala de gestão e o Teatro Santo Antônio, que passará a ser Cine Teatro.

O instituto mantém quatro orquestras e um coral: a Orquestra Santo Antônio, a Orquestra Sisaleira (que usa instrumentos construídos a partir da flecha de sisal), a Orquestra Nossa Senhora de Fátima (formada por alunos do projeto), o Coral da Região Sisaleira (aberto a todas as idades) e a Orquestra das Meninas de Coité, com 12 integrantes, surgida em 2019 e protagonizada por mulheres compositoras, regentes e instrumentistas. A entidade conta com um corpo docente de 20 músicos, que atuam como professores de música.

Depois de 12 anos de sua construção, o Teatro Santo Antônio, que passa por reforma e qualificação em sua estrutura física, receberá adequação acústica e climatização, e passará a se chamar Cine Teatro. “Por meio da Lei Paulo Gustavo (lei de emergência da cultura após a pandemia), conseguimos mais de R$ 500 mil para a modernização do instituto. Os trabalhos estão com cerca de 80% de conclusão. Agora estamos lutando para buscar mais recursos e finalizar a obra”, informa o maestro Josevaldo Silva o Nim. Ele também disse que vários jovens que participaram de aulas de música realizadas pelo projeto fazem parte de grupos musicais em Coité e região. 

Ele explica: “Trabalhamos para formar cidadãos e acreditamos que a música contribui para isso. Vários músicos que participaram da Orquestra Santo Antônio, por exemplo, atuam em outras áreas profissionais. O maior legado que podemos apresentar é que temos mais de 20 jovens com acesso a cursos de nível superior em música, o que consideramos uma pequena revolução criada na periferia de Coité.  Acreditamos que a instituição de fato promove transformação social na comunidade, contribuindo positivamente para a vida das pessoas por meio de atividades extracurriculares, espetáculos artísticos e culturais gratuitos e inclusivos, dinamizando toda a comunidade.

Josevaldo Nim afirma também que, quando um jovem descobre sua vocação para a música, recebe apoio da instituição. A educação musical contribui para a formação de cidadãos melhores, independentemente de seguirem ou não a carreira musical. Acreditamos que a música tem o poder de elevar o ser humano e despertar bons sentimentos, como a colaboração e a solidariedade. As aulas ocorrem semestralmente. Já houve uma época em que possuíamos mais de cem instrumentos, todos doados aos alunos. Quando não há instrumentos disponíveis, criamos um cadastro de reserva ou matriculamos diretamente quem consegue comprar seu próprio instrumento.