O levantamento aponta uma redução, para 2025, do ritmo de crescimento em relação à expansão da carteira de crédito de 2024, prevista para fechar em 10,5%.
As projeções obtidas com a pesquisa dos bancos refletem a piora nas expectativas quanto às condições econômicas e à política monetária, que tendem a ser bem mais apertadas ao longo do ano.
Nesse sentido, a projeção para o crescimento do crédito neste ano aponta para uma acomodação, recuando de 9,3% (pesquisa anterior) para 9,0%, com revisão para baixo concentrada no crédito com recursos livres (de 9,2% para 8,3%).
Aprojeção para a carteira direcionada praticamente não sofreu alteração, ficando em 9,7% (ante 9,8%).
“Começamos o ano com as expectativas de crédito recalibradas diante do cenário macroeconômico mais desafiador que se desenha, com maior aperto monetário para conter a inflação e seu reflexo direto na atividade”, disse Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
A expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre aponta ligeira piora. O indicador deve fechar 2024 em 4,5%, pouco acima do nível atual, 4,3% em novembro, segundo dados do Banco Central.
Para 2025, a projeção da inadimplência da carteira livre também se elevou um pouco e atingiu 4,7%, ante 4,5% na pesquisa anterior.
“Esses dados indicam que as instituições financeiras começam a ver um cenário mais negativo para a inadimplência do próximo ano e, por isso, precisamos analisar com atenção a performance das famílias e das micro, pequenas e médias empresas, diante do novo ciclo de alta dos juros”, complementa Sardenberg.
Juros - A pesquisa mostra que a grande maioria dos entrevistados (84,2%) espera que o Copom eleve a taxa Selic para além de 14,25% ao ano no atual ciclo de aperto monetário. Porém, a maioria (52,6%) espera que um novo de ciclo de flexibilização monetária se inicie ainda em 2025.
Sobre a trajetória da Selic, a expectativa para os juros se elevou novamente ante as pesquisas anteriores. Agora, a mediana para a Selic prevê alta até 15,0% ao ano em junho de 2025.
Dólar - A expectativa para a taxa de câmbio também seguiu em alta em relação às pesquisas anteriores. No curto prazo, a expectativa é que o câmbio siga próximo do nível de R$ 6, mostrando apreciação ao longo do período avaliado, quando atingiria R$ 5,90 em julho de 2025.
Inflação - A maioria dos participantes (57,9%) espera que o IPCA encerre 2025 acima de 4,5%, ou seja, além do teto da meta, em função de inúmeros fatores, como a atividade aquecida, o mercado de trabalho apertado e o câmbio depreciado.
PIB - Com relação à atividade, metade dos participantes espera que o PIB cresça em torno de 2,0% em 2025, que é o consenso atual de mercado. Contudo, 27,8% dos participantes esperam um crescimento menor, diante do nível restritivo da política monetária/condições financeiras e redução dos estímulos fiscais.