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Brasil encara a Venezuela com chance de avançar na classificação

O jogo é pelas Eliminatórias da Copa do Mundo

Foto: Rafael Ribeiro | CBF
Gerson e Léo Ortiz no desembarque da Seleção Brasileira na Venezuela
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Com 16 pontos, o Brasil, atualmente em 4º, pode alcançar a vice-liderança se vencer e contar com tropeços de Colômbia e Uruguai. Sem Rodrygo, Dorival Júnior confirmou Vinicius Júnior no time titular. A Venezuela, que ocupa a 8ª posição, vive bom momento e está invicta há cinco jogos em casa.

Buscando a terceira vitória consecutiva nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, o Brasil mede forças com a Venezuela, a partir das 18h (horário de Brasília) desta quarta-feira (13) no estádio Monumental de Maturín, pela 11ª rodada da competição.

Atualmente na 4ª posição da classificação com 16 pontos, a equipe comandada pelo técnico Dorival Júnior tem até até mesmo a chance de encerrar a Data Fifa na vice-liderança das Eliminatórias. Para isto precisa vencer seus compromissos e torcer por tropeços da vice-líder Colômbia e do 3º colocado Uruguai.

Colombianos e uruguaios se enfrentam na próxima sexta-feira (15), além disso a seleção Celeste mede forças com o time brasileiro na terça-feira (19) em Salvador.

Diante da Venezuela a seleção brasileira tem um desfalque, o atacante Rodrygo, que foi cortado após sofrer uma lesão muscular na coxa direita no sábado (9) enquanto defendia o Real Madrid (Espanha).

“Está mantida a equipe que iniciou a partida anterior com a entrada de Vinicius Júnior no lugar de Rodrygo. Já tinha a ideia da repetição. Não tive dúvidas em momento algum. Eu conto com todos eles, são jogadores de muito bom nível, que merecem respeito e terão oportunidades”, declarou o técnico Dorival Júnior em entrevista coletiva.

O Brasil deve iniciar a partida com: Ederson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães e Gerson; Savinho, Raphinha e Vinicius Júnior; Igor Jesus.

Dorival espera dificuldades diante da Venezuela (que ocupa a 8ª colocação com 11 pontos): “O futebol venezuelano tem crescido muito nos últimos anos, com valores espalhados por clubes de todo o mundo. Eles estão invictos há cinco jogos, em casa, pelas Eliminatórias. Diante de seus torcedores, empataram com Uruguai e Argentina. Não vai ser jogo simples. Esqueçam o que foi a Venezuela e a Bolívia no futebol sul-americano anos atrás. Mudou tudo. Apesar disso, tenho convicção de que vamos fazer dois grandes jogos [referindo-se também ao próximo compromisso do Brasil na competição, contra o Uruguai]”.

Entre os fatores que explicam o bom momento vivido pela seleção da Venezuela estão os valores individuais que surgiram nos últimos anos. Dois deles atuam no futebol brasileiro: os meio-campistas Soteldo, do Grêmio, e Savarino, do Botafogo. Porém, apenas o jogador do Alvinegro de General Severiano deve iniciar na equipe titular, que deve ser formada por: Romo; Aramburu, Ángel, Ferraresi e Navarro; Martínez, Cásseres e Herrera; Savarino, Machís e Rondón.

Histórico do confronto

Em 55 anos de confrontos, o Brasil tem um aproveitamento amplamente superior (82%). Em 29 jogos, venceu 24, empatou quatro e foi superado apenas uma vez. Balançou a rede 97 vezes e foi vazado em dez oportunidades. 

No duelo mais recente empataram por 1 a 1, na Arena Pantanal, em Cuiabá, pela terceira rodada destas Eliminatórias, em 12 de outubro de 2023. Gabriel Magalhães marcou o gol brasileiro.

O primeiro encontro entre Brasil e Venezuela aconteceu em 10 de agosto de 1969, pelas Eliminatórias para a Copa de 70. Em Caracas, a Seleção goleou por 5 a 0, com hat-trick de Tostão e dois gols de Pelé. Em seguida a esse jogo, disputado 14 dias depois, a Amarelinha venceu novamente por um placar elástico, daquela vez por 6 a 0, no Maracanã, com novo hat-trick de Tostão, dois de Pelé e um de Jairzinho.

Apesar das goleadas por 5 a 0 e 6 a 0 nos dois primeiros jogos entre Brasil e Venezuela, o principal resultado da Amarelinha diante da Vinotinto foi conquistado por 7 a 0, em 30 de junho de 1999. O duelo foi válido pela Copa América e teve como palco o Estádio Tres de Febrero, em Ciudad del Este, no Paraguai. Amoroso e Ronaldo marcaram duas vezes cada. Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Emerson completaram o placar.

Foi nesta partida, inclusive, em que Ronaldinho Gaúcho fez seu primeiro gol com a Amarelinha. O então camisa 21 deu um chapéu no defensor venezuelano e chutou para o fundo das redes. O lance, além de inesquecível por si só, foi eternizado pelo "olha o que ele fez" narrado por Galvão Bueno.

Nos últimos anos, empates entre as duas seleções tornaram-se mais frequentes, evidenciando a evolução da Venezuela. Em partidas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, o Brasil sofreu para superar a retranca venezuelana e acabou empatando por 0 a 0 em 2019. Este jogo demonstrou a consistência defensiva da Venezuela e a dificuldade do Brasil em encontrar soluções criativas diante de adversários bem organizados.

Os técnicos tiveram papel fundamental na dinâmica dos confrontos entre as duas seleções. Enquanto o Brasil teve ícones como Zagallo, Parreira e Tite no comando, a Venezuela viu técnicos estrangeiros, como o argentino César Farías, ajudarem a transformar a seleção. Farías, por exemplo, foi um dos principais responsáveis por tornar a Vinotinto mais competitiva e aumentar o nível de organização do time.

Os jogos entre Brasil e Venezuela também são palco de duelos individuais interessantes. Jogadores como Neymar, pelo lado brasileiro, e Salomón Rondón, pela Venezuela, protagonizaram momentos de brilho e decidem jogos com sua habilidade. Em 2021, pelas Eliminatórias da Copa, Neymar teve uma atuação destacada, marcando um gol e dando assistências que garantiram a vitória apertada do Brasil por 3 a 1.

Outro ponto curioso é a paixão crescente dos venezuelanos pelo futebol. Tradicionalmente, esportes como o beisebol sempre foram os favoritos no país. No entanto, com o crescimento do futebol, principalmente após a Copa América de 2011, quando a Venezuela chegou às semifinais, a torcida passou a apoiar cada vez mais a seleção. Nos confrontos contra o Brasil, é comum ver estádios lotados com venezuelanos esperançosos por um resultado histórico.