Mundo / Política

México desiste de Maduro e Lula busca saída política para Venezuela

Presidentes do Brasil e da Colômbia conversaram por telefone sobre o assunto

Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil
Lula: em busca de um novo acordo político entre Maduro e a oposição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, conversaram nessa quarta-feira (14), por telefone, sobre o impasse político na Venezuela, após as eleições no fim de julho, cujos resultados que reelegeram Nicolás Maduro estão sendo contestados pela oposição e diversos países.    

"Eu estava num telefonema com a Colômbia para ver se a gente encontra uma saída política para o problema da Venezuela, para ver se a gente restabelece a tranquilidade democrática naquele país", revelou Lula durante um evento do governo federal com representantes do setor industrial da saúde, para anúncio de investimentos. O presidente não deu detalhes sobre o teor da conversa.

O telefonema entre Lula e Petro ocorre um dia depois de o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, decidir se afastar da mediação que vinha mantendo com Brasil e Colômbia para tentar resolver a crise venezuelana.

Nesta quinta-feira, Lula disse  não reconhecer o ditador Nicolás Maduro como vitorioso nas eleições da Venezuela e sugeriu um governo de coalizão ou mesmo uma nova eleição, estabelecendo critério de participação de todos os candidatos, criando um comitê eleitoral suprapartidário, que participe todo mundo e deixando que observadores internacionais acompanhem o processo eleitoral.

"Não vamos repetir eleições coisa nenhuma", disse o número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), a legenda que controla o Estado venezuelano e tem Maduro na liderança.

 "Um segundo turno? Na Venezuela não há segundo turno. Senhores... Não se metam nos assuntos internos da Venezuela que vamos respondê-los."  

O ex-chanceler Celso Amorim tem defendido a ideia de uma nova eleição na Venezuela. A resposta de Cabello foi: "Diante das direitas que não são democráticas, é preciso evitar de alimentá-las. Está escutando, Celso Amorim?. Para nós isso é uma estupidez. Aqui não se vão repetir as eleições porque quem ganhou foi Nicolás Maduro".

Brasil, México e Colômbia vinham atuando conjuntamente para pedir a divulgação pública dos resultados de cada uma das 30 mil mesas de votação da eleição presidencial na Venezuela. Outro pedido é que as autoridades lidem com "cautela e moderação" às manifestações que estão ocorrendo no país desde o fim da eleição.

Agora, os governos de Brasil e Colômbia, que mantêm as maiores fronteiras com a Venezuela, devem prosseguir na tentativa de obter um novo acordo político entre Maduro e a oposição.